quinta-feira, junho 22, 2006

Crescimento e Apagão - APAGÃO DE FHC TOMOU UM 13º DE CADA BRASILEIRO

In: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/374001-374500/374334/374334_1.html APAGÃO DE FHC TOMOU UM 13º DE CADA BRASILEIRO19/06/2006 16:31h

Custo do apagão reduziu 2% do PIB do Brasil
O apagão de 2001, quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso, custou R$ 60 bilhões. Esse valor, dividido pelos 180 milhões de brasileiros, significa que o apagão custo a cada brasileiro R$ 320 por brasileiro: “O apagão tomou um 13º. De cada brasileiro”, calcula Delfim Netto, deputado (PMDB-SP) e economista que conversou com Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, dia 19 (clique aqui para ouvir). “O apagão foi uma barbeiragem do Governo FHC, só comparável à de D Maria I, a Louca”, concluiu Delfim.Esses cálculos se originam na coluna “Sextante”, de Delfim, na revista Carta Capital (de 21 de junho de 2006), que está nas bancas. Delfim calcula, apoiada numa estimativa da Fundação Getulio Vargas, que o Brasil perdeu dois pontos percentuais do PIB, por causa do apagão. Isso custou R$ 50 bilhões. Mais R$ 10 bilhões, de um “imposto apagão”, usado para financiar a construção de usinas térmicas. Na mesma coluna, Delfim calcula que, se a produção industrial de 2006, estimulada pela queda dos juros, aumentar entre 6% e 7%; se o crescimento do PIB ficar entre 3,5% e 5%; se a inflação fechar o ano perto de 4,5%; e o superávit em conta corrente for de 0,8% do PIB, 2006 será o melhor ano dos últimos 12 anos. Delfim também disse que “o Brasil é um país singular. Quando eu ouço dizer que os nossos fundamentos estão corretos e a indústria e a agricultura quebradas, eu não sei a que fundamento eles se referem". Veja outros pontos da entrevista de Delfim Netto: O apagão custou dois pontos de redução do PIB brasileiro, em 2001. “A perda de dois pontos no PIB é irrecuperável,” diz Delfim.Delfim está “com medo” do “think tank” de FHC. Quando Paulo Henrique ponderou que Fernando Henrique tinha montado um “think tank” para refutar as criticas ao seu governo – e portanto os dados de Delfim sobre o apagão poderiam ser refutados – Delfim disse que estava “com medo” do “think tank” de FHC. Os brasileiros comem mais. Delfim, na mesma entrevista, observou que, com a queda da inflação e o real valorizado, os alimentos estão muito baratos. “Com um salário mínimo hoje se compram duas cestas básicas. Quer dizer, o brasileiro passou a comer mais,” concluiu Delfim. E, segundo ele, isso pode ter um efeito eleitoral muito forte. "O PMDB se tornou uma noiva desejada. E como toda noiva desejada, o PMDB faz uma fita". Delfim Netto disse que seu partido ainda estuda propostas de coligações para ver qual a melhor possibilidade.

In: http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=4837

Crescimento e Apagão
DELFIM NETTO (Carta Capital)

A barbeiragem do governo FHC com a falta de energia custou 320 reais ao bolso de cada brasileiro. A publicação, pelo IBGE, dos resultados preliminares da estimação do Produto Interno do Brasil (PIB) no primeiro trimestre de 2006 causou uma sensação de alívio à sociedade. Eles mostraram uma inversão de tendência de que, em condições normais de pressão, a temperatura deve continuar subindo e chegar ao fim do ano com uma taxa de crescimento em torno de 4%. A tabela O PIB Brasileiro [http://www.cartacapital.com.br/tabelas/delfim3982.gif ] compara o crescimento dos últimos quatro trimestres, ante os quatro trimestres anteriores, que revela a velocidade do crescimento anual naquele trimestre. A economia rodava a 4,9% no fim de 2004, com uma taxa de inflação declinante na média (12,5% em 2002, 9,3% em 2003 e 7,6% em 2004). Uma meta inflacionária ambiciosa, a recusa de usar o intervalo de acomodação e o uso do horizonte gregoriano levaram o Copom a dar início à elevação dos juros, cujo resultado está registrado na tabela: reduziu o crescimento de 4,9% para 2,3%, para obter uma queda da taxa de inflação de 7,6% para 5,7%. Um corte de 1,9% na taxa de inflação à custa de 2,6% do crescimento do PIB, uma das piores relações custo?benefício de tantas realizadas pelos bancos centrais ao redor do mundo. O que se comemora, com toda a razão, é a inflexão da taxa de aumento do PIB, ainda que pequena (de 2,3% para 2,4%). Terá ele condições de prosseguir? As informações fornecidas pela taxa de crescimento do primeiro trimestre de 2006, na comparação com o último trimestre de 2005, devidamente dessazonalizadas (1,4%), são confortadoras.

O gráfico Crescimento Anual do PIB [http://www.cartacapital.com.br/tabelas/delfim3981.gif ] registra, no eixo horizontal, a informação anterior desde 1992 e, no eixo vertical, a taxa de crescimento do PIB no mesmo ano. Por exemplo: no primeiro trimestre de 2005, ante o último trimestre de 2004 (dessazonalizados), o PIB cresceu 0,1% e, no ano, 2,3%. Esse ponto está associado no gráfico com o ponto 2005. O gráfico revela uma certa correspondência entre os dois números. Os anos onde pressão e temperatura variaram muito estão bem caracterizados: 1992, o impeachment de Collor; 1994, o Plano Real; 1999, a liberação cambial, depois de produzir 100 bilhões de reais de déficits em conta corrente; 2001 a mais formidável barbeiragem governamental desde d. Maria, a louca, o "apagão de FHC"; e, 2002, a confusão causada na sucessão presidencial, quando se propagou que o Brasil viraria uma Argentina. Com base nessas informações, se a produção industrial, estimulada pela queda dos juros e prejudicada pela excessiva valorização do real, aumentar entre 6% e 7%, poderemos ter um crescimento anual na média do intervalo de 3,5% a 5%. Se isso se concretizar com uma taxa de inflação abaixo da meta de 4,5% (ajudada pela supervalorização cambial), mas com um superávit em conta corrente da ordem de 0,8% do PIB, certamente 2006 será um dos melhores de quantos temos vivido nos últimos 12 anos. Incidentalmente, o gráfico confirma o fantástico custo imposto à sociedade brasileira pela barbeiragem administrativa que se chamou "apagão de FHC". Ele confirma a estimativa feita pela Fundação Getulio Vargas, no segundo trimestre de 2001, que o crescimento do PIB do ano se reduziria entre 2% e 2,5%. No nível do PIB nominal atual, isso representa 50 bilhões de reais, além dos quase 10 bilhões de reais, em valor atual, pagos pelos consumidores como "taxa do apagão" para remendar a surpresa causada pela tragédia anunciada desde 1999! Ao todo, uma nota de 60 bilhões de reais que, trocada em miúdos, corresponde a uma cobrança de 320 reais que o governo FHC pendurou na conta de cada um dos 186 milhões de brasileiros.