sábado, dezembro 28, 2013

Sem medo de ir pra cima. Sem medo de ser feliz.

A vez dos amigos do povo
Quando os amigos do povo convocam as ruas é porque as instituições já não bastam para assegurar o poder do conservadorismo.
por: Saul Leblon 

A hora dos amigos do povo 

O conservadorismo brasileiro percorreu todo um alfabeto de alternativas ao longo de 2013 até se convencer de que, isoladamente, nenhuma das vogais ou consoantes lhe daria o que procura.

O caminho da volta ao poder.

A rua emerge como a derradeira aposta de quem, sucessivamente, ancorou o seu futuro no julgamento da AP 470, na explosão da inflação, no apagão  das hidrelétricas, no abismo fiscal e, ainda há pouco, na hecatombe decorrente da redução da liquidez nos EUA.

Cada uma dessas alternativas, mesmo sem deixar de impor constrangimentos objetivos ao país e ao governo,  mostrou-se incapaz de destruir  o contrapeso  de acertos e conquistas acumulados ao longo dos últimos 12 anos.

A irrupção de protestos em plena Copa do mundo tornou-se assim a nova bala de prata acalentada por aqueles que, corretamente, ressentem-se de um amalgama capaz de injetar torque e dinamismo  ao acerto de contas que buscam com a agenda progressista brasileira.

Não se espere  passividade a partir dessa avaliação.

Está em curso o vale tudo  para mobilizar uma classe média eterna aspirante a elite, ademais de segmentos que consideram indiferente ter na chefia da nação  Dilma,  Aécio  ou Campos. 

Juntos eles compõem o novo rosto da velha agenda banqueira.

Importa reter desse mutirão  aquilo que ele informa sobre a singularidade da campanha eleitoral de 2014.

Junho de 2013 encerra lições nesse sentido.

Delas,  o conservadorismo tem a pretensão de  ser o aprendiz mais aplicado na prova de fogo que se avizinha.

Apostar a reeleição de Dilma em uma estratégia essencialmente publicitária, como tem objetado Carta Maior, pode reduzir  a campanha progressista  a um sino de veludo, diante dos decibéis convocados, manipulados  e magnificados pela estridência  do carrilhão  midiático.

O que se desenha para 2014 está mais próximo de um  2002 radicalizado, do que  daquilo  que se assistiu nas disputas de 2006 e 2010.

Mobilizações de massa  não são a primeira escolha de elites mais afeitas a golpes e arranjos de  cúpula.

Seu medo atávico às ruas remonta às revoluções burguesas do século XVIII, sendo a contrarrevolução  francesa um exemplo clássico do empenho em resgatar o poder  para a segurança de um diretório armado, se preciso.

As reticências empalidecem, no entanto, em momentos  da história  em que a rua é o que de mais palpável  se apresenta à regeneração de um domínio  conservador espremido em uma correlação de forças que ameaça escapar ao seu controle.

Hoje, não por acaso, o chão firme  desses interesses no país se equilibra  em duas hipertrofias insustentáveis: a do judiciário e a da mídia.

A campanha do PT  em 2014 não pode hesitar diante dessa mistura de esgotamento  e desespero.

Se o conservadorismo  se inclina  às ruas , a resposta progressista  não pode ser a defesa retrógada de instituições ultrapassadas pelo avanço da sociedade.

Instituições não são neutras.

Elas cristalizam  uma correlação de forças de um dado momento  histórico.

A representação da  sociedade  no atual sistema político  --a exemplo de seu ordenamento de mídia,  já não expressa o aggiornamento ecumênico  verificado na correlação de forças nos últimos anos.

É justamente a urgência dessas atualizações institucionais  que a agenda petista deveria incorporar à campanha eleitoral de 2014.

Não como recurso ornamental de um cuore publicitário.

Mas como diretrizes efetivas de mobilização e engajamento político de amplos setores  em torno da candidatura Dilma.

Não se trata de criar uma antídoto  às ruas.

Mas de levar às ruas uma referência efetiva de renovação histórica, em resposta  a expectativas sistematicamente fraudadas pela cepa dos que hoje se fantasiam de amigos do povo. 

Se eles convocam as ruas é porque o extraordinário bate à porta.

E quando o extraordinário acontece  não bastam as receitas da rotina.



Por que a criminalização da política interessa às grandes corporações?

Os grandes veículos são grandes corporações favoráveis a uma agende de corte liberal e o menos redistributivista possível. Isso explica a criminalização.

Fabiano Santos

O equívoco da criminalização da política brasileira, promovida pela cobertura diária da grande imprensa, e direcionada, sobretudo, para lideranças do Partido dos Trabalhadores, não decorre apenas da desinformação e de um possível viés ideológico em favor de oposicionistas ao governo. Decorre principalmente do fato de serem os grandes veículos de comunicação no país, grandes corporações e, como tal, favoráveis a uma agenda de corte liberal, tanto menos redistributivista quanto possível.

Por este motivo, o PT passa a ser o grande inimigo, porque é a mais bem sucedida experiência institucional brasileira de aliar democracia e alocação política, leia-se, através da ação governamental, de bens e valores econômicos e sociais. Ao mesmo tempo, seu relativo sucesso explica resultados de diversas sondagens, segundo as quais a taxa de identificação partidária com o PT, sempre rondando os 25%, é alta, seja em termos internacionais, seja levando-se em consideração a história brasileira. 

A presença do tema da corrupção nas eleições e no debate político, neste sentido, é essencial para o campo conservador brasileiro. É imprescindível transmitir a informação de que toda forma de ação governamental é suspeita, por envolver quase que por definição desvio de recursos escassos, extraídos das famílias e das empresas. Trata-se, contudo, de estratégia perigosa, tanto mais perigosa, quanto mais consciente for a respeito de seus possíveis efeitos sobre a natureza democrática do nosso regime. Senão vejamos.

Em linhas gerais, duas correntes antagônicas buscam explicar o comportamento político em sociedades de massas, sociedades que aliam capitalismo e democracia: um primeiro conjunto de autores defende a hipótese de acordo com a qual as decisões a serem tomadas em uma democracia de massa são mais complexas do que a capacidade cognitiva do cidadão comum pode suportar; o segundo grupo é mais otimista quanto à competência política dos eleitores, ao enfatizar o papel que as instituições, como os partidos, cumprem no sentido de auxiliá-los no exercício da racionalidade em momentos de decisão política.

No primeiro caso, os eleitores são representados como seres voláteis, que consomem informação e respondem a ela de maneira afetiva, sem filtros capazes de associar a produção dos dados a seus interesses de mais longo prazo, bem como a relação destes mesmos dados com os temas fundamentais da agenda pública. Esta é a teoria do eleitor impressionista, instável, que encontra dificuldades quase que intransponíveis para exercer graus razoáveis de racionalidade em seu processo decisório. No segundo caso, os eleitores são representados como seres que selecionam as fontes de informação política e são capazes, em determinadas circunstâncias, de fazê-lo de maneira minimamente eficiente – isto é, optando por aquelas ações e decisões que melhor traduzem seus interesses.

Controvérsias à parte, algum consenso entre estas linhas existe quanto ao fato de sermos mais consistentes em nossas decisões quando decidimos em torno de fatores mais estruturais da vida política, tais como partidos, grupos sociais, ideologia e lideranças bem estabelecidas, e menos consistentes quando construímos juízos com base em variáveis mais restritivas e de curto prazo. Por exemplo, nós, cidadãos, seriamos mais ponderados na ocasião em que chamados a escolher representantes e governantes do que quando convocados a decidir sobre questões específicas da agenda pública, como ocorre nas ocasiões de plebiscitos e referendos.

Mas voltemos ao exemplo do partido político. Por que é tão fundamental no regime representativo? Basicamente porque as agremiações partidárias são uma das fontes centrais de estabilização das decisões e identidades políticas dos cidadãos numa democracia. O partido cumpre a relevante função de associar o voto dado pelo eleitor  a uma agenda de políticas públicas a ser seguida por um candidato. A informação sintetizada no partido é um dos veículos mediante os quais os eleitores são levados a apoiar os diversos candidatos em pugnas eleitorais.

Quando os partidos parecem falhar, por exemplo, quando suas lideranças são vítimas de uma cobertura monotemática em torno da corrupção, o ambiente das decisões políticas se torna mais errático e os eleitores mais sujeitos a adotar cursos de ação prejudiciais, com base em informações de curto prazo, aí sim impressionistas, em temas específicos, desprovidos de relações mais estruturais com a agenda pública. Por isso, é tão importante preservar os partidos no contexto de uma disputa eleitoral, pois eles estabilizam o processo decisório do cidadão comum, em geral desinteressado em buscar todas as evidências necessárias ao reconhecimento dos mecanismos de causa e efeito característicos do mundo político.
   
Ora, crises desencadeadas por denúncias de corrupção nada tem a ver com aspectos estruturais da vida política. Aliás, o tema corrupção é apenas um tema, um “tema sujo”, como diriam os teóricos da comunicação política, a partir do qual o eleitor não é capaz de derivar políticas para o país. Em outras palavras, uma campanha eleitoral cujo mote principal é a corrupção assume contorno plebiscitário, em um contexto no qual o eleitor se torna menos ponderado, mais afetivo do que propriamente capaz de associar o posicionamento dos diversos candidatos a questões centrais da agenda. O PT, em coalizão com diversas outras forças, várias das quais conservadoras, tem apresentado suas prioridades aos eleitores.

Inclusão, redução da pobreza e crescimento econômico com forte presença do estado têm sido os fundamentos de sua ação como partido do governo e no poder. Se é importante uma alternativa democrática, esta certamente não se encontra na criminalização da política e do PT, sobretudo, se pensamos em uma alternativa democrática. Boa para gerar crises, e desacreditar governos de perfil mais popular, a criminalização da política é, essencialmente, péssimo meio de pedagogia democrática.

(*) Cientista político, professor e pesquisador do IESP/UERJ

http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FPor-que-a-criminalizacao-da-politica-interessa-as-grandes-corporacoes-%2F4%2F29746&fb_action_ids=638719582833943&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B569327756481225%5D&action_type_map=%5B%22og.recommends%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Jeferson Miola: Em 2014, luta da oposição pela sobrevivência pode ir da sabotagem à vilania

publicado em 5 de dezembro de 2013 às 9:39
04/12/2013 – Copyleft

A sina da oposição: sobrevivência e terrorismo
A oposição não se dará por vencida, e poderá promover um terrorismo político, econômico, moral e midiático jamais visto na política brasileira.
Depois da incandescência das ruas em junho, análises apressadas pintavam um cenário de terra arrasada para a Dilma. Foi incrível a seletividade de determinados analistas, que alardeavam o pior dos mundos para a Presidenta, mas omitiam que a insatisfação era generalizada e difusa, e abarcava todo o sistema político, a política, os governos e os políticos.
Passado o rescaldo daqueles acontecimentos, sucessivas pesquisas de opinião indicam um ambiente de melhora do desempenho eleitoral de Dilma. Em todas as simulações — de todos os institutos de pesquisa –, a Presidenta ostenta considerável chance de reeleição, inclusive no primeiro turno.
A oposição, entretanto, segue colecionando dificuldades. Para ela, o cenário mais alentador é, curiosamente, aquele no qual figuram as “candidaturas-sombras” de Marina Silva e José Serra. Os até agora “candidatos titulares” Eduardo Campos e Aécio Neves peleiam com seus fantasmas para manterem suas candidaturas, podendo chegar em 2014 menores do que são hoje.
A potencial reeleição de Dilma, que culminaria um ciclo de 16 anos de governos dirigidos pelo PT, levará o reacionarismo capitaneado pelo PSDB, PPS e DEM ao ocaso. Com sua visão de um país arcaico, excludente e colonizado, aqueles partidos perdem a capacidade de interpretação e de aderência ao Brasil contemporâneo. A profecia deles, do “fim da raça”, finalmente terá se realizado; porém, com as setas invertidas – em desfavor deles mesmos.
Nesse contexto, a candidatura do Aécio é tão sólida quanto a chance de se converter em pó. O PSDB, pela primeira vez na trajetória do partido, enfrenta a perspectiva real de uma derrota acachapante no próximo ano. Para os tucanos [mas também para seus satélites PPS e DEM], a eleição de 2014 terá como prioridade a sobrevivência partidária e a preservação dos espaços de poder ameaçados de mudar de guarda.
Não se pode descartar, por isso, a hipótese da candidatura presidencial de José Serra em lugar da de Aécio. Alckmin e Aécio teriam, assim, a função de proteger a jóia da coroa do PSDB: os governos de SP e MG. Aliás, uma tarefa difícil, para quem terá de se explicar sobre escândalos escabrosos: cartel do metrô e o genuíno mensalão.
Adicionalmente, outros dois espectros rondam as eleições. O primeiro, de nome Joaquim Barbosa. Sua candidatura, se confirmada, materializaria eleitoralmente o bloco de poder conformado pela mídia conservadora e setores reacionários do Judiciário. É esse bloco que, na realidade, agenda e articula o combate ideológico ao PT e ao governo Dilma, substituindo os partidos da direita, que estão aos frangalhos e minguando sua audiência na sociedade.
Não existe espaço no Brasil contemporâneo para uma nova farsa do gênero “caçador de marajás”. A Rede Globo não conseguirá converter Joaquim Barbosa em um santo; aliás, um Ministro adepto de manobras fiscais para investir em Miami. O império da família Marinho não conseguirá construir essa nova mitificação da política brasileira, como fez com Fernando Collor em 1989 para derrotar Lula.
A opção Joaquim será calculada não pela aspiração de vitória com ele, mas como variável para levar a eleição para o segundo turno. O contexto proclive para a ocorrência de segundo turno é aquele que apresenta na cédula eleitoral os nomes de Dilma, Serra, Marina e Joaquim. O justiceiro, jacobino, vingativo, exemplar e inexpugnável Barbosa seria um veículo para se tentar barrar a reeleição direta de Dilma.
O outro espectro que ronda a próxima eleição de 2014 atende pelo nome de Lula.
Com considerável insistência é cogitada a candidatura dele em lugar da de Dilma; insinuação que se propaga na base de apoio do governo, nos meios empresariais, no sistema financeiro e junto a setores militantes. Os pretextos são uníssonos, tanto dentro como fora do PT: a heterodoxia econômica e o estilo da Presidenta.
Embora o próprio Lula rechace, essa insinuação paira no ar como uma bruma, fomentada na mídia pelas manjadas “fontes próximas ao ex-Presidente”.
É problemático esse procedimento, porque involuntariamente [ou deliberadamente?] expõe Dilma a tensões conservadoras [e inclusive regressivas] na definição do programa e no perfil do eventual segundo governo. Porém, ao mesmo tempo, não deixa de ser cômodo para o governo – e terrível para a oposição — saber que pode contar com um suplente eleitoralmente insuperável, caso a conjuntura econômica e política degringole.
Hoy por hoy — como se diz em castelhano –, a perspectiva é desalentadora para a oposição conservadora, que vive o dilema de tentar sobreviver enfrentando uma tendência de derrota e de definhamento de sua representação política. A realidade para a direita é tão mais dramática quanto mais evidente é a obsolescência programática e a incapacidade de oferecer uma visão generosa de futuro para um país que, não sem importantes limites e contradições, finalmente passou a ingressar na modernidade.
Devemos nos preparar para uma conjuntura complicada até as eleições de 2014. A oposição não se dará por vencida, e poderá promover um terrorismo político, econômico, moral e midiático jamais visto na política brasileira. Não se pode menosprezar a capacidade de sabotagem, de difusão de ódio e a vilania deles nessa luta derradeira de sobrevivência. Eles querem sequestrar o Brasil dos brasileiros.

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terça-feira, dezembro 03, 2013

Um Congresso de Merda

Não, senhor presidente da câmara dos deputados. A renúncia do deputado licenciado não acaba com o desgaste entre os deputados. Hoje foi o Dia da Vergonha no parlamento. Genoino não poderia ser submetido a um processo de cassação, pelos simples fato de que estava licenciado e, portanto, sem direito de defesa. 
Não é possível tomar decisões políticas com critérios exclusivamente morais, mas com critérios políticos e segundo as leis do país. A Câmara dos Deputados sai manchada dessa vergonhosa atitude de homens que não sabem honrar o poder que lhes foi dado pelo povo.
Num momento em que a soberania do povo está sendo colocada em questão pelo autoritarismo do protagonismo judicial neste país Vossas Excelências não nos representam, pois contribuíram para diminuir a política e a democracia. O povo não pode tirar ministros do STF, nem tem poder sobre a mídia golpista deste país. Mas saibam que é o povo, pelo voto, quem pode tirar Vossas Excelências do lugar onde estão.
Maria Luiza Quaresma Tonelli

Movimento de Solidariedade aos Presos Políticos do PT

Esse acampamento tem que ficar lá até a justiça prevalecer.
Temos que fazer como as mães e avós da praça de maio.
O pessoal de Brasília tem que manter o fogo aceso.
E todos os companheiros que visitarem Brasília devem ir ao acampamento.
Tem que ter um livro de presença para colher a assinatura de todos os visitantes.
O que derrota a injustiça é fazer prevalecer a justiça.
Todos os blogs e listas devem manter um link permanente com o acampamento.






https://www.facebook.com/pages/Movimento-de-Solidariedade-aos-Presos-Pol%C3%ADticos-do-PT/557380074343331?fref=ts