quarta-feira, fevereiro 02, 2011

O Bom, o Mau e o Feio

Catador de lixo do Rio tem visto negado para ir ao Oscar
Um dos personagens do documentário "Lixo Extraordinário", que concorre na categoria, Tião sonha em viajar a Hollywood
iG São Paulo com Reuters | 02/02/2011 10:57
                                                            Foto: Divulgação

Tião posa para foto que dará origem a uma das obras do artista brasileiro Vik Muniz
Um catador de lixo brasileiro pode dividir o palco do Oscar 2011 com gente como Brad Pitt e Johnny Depp no final de fevereiro, depois de estrelar um documentário sobre o poder transformador da arte. Em "Lixo Extraordinário", indicado ao Oscar de melhor documentário, Sebastião Carlos dos Santos, conhecido como Tião, e um grupo de outros trabalhadores num aterro sanitário do Rio de Janeiro tornam-se fontes de inspiração do artista plástico brasileiro Vik Muniz, que lança luz sobre uma atividade que a sociedade preferiria ignorar.
Usando fotos ampliadas deles mesmos e do próprio lixo que vasculham todos os dias em busca de objetos recicláveis, Tião e seus colegas ajudam Muniz a criar obras de arte que são compradas por colecionadores internacionais por milhares de dólares.
Tião, no entanto, enfrenta uma barreira grande para seu sonho de chegar a Hollywood: a burocracia da imigração norte-americana. Radicado em Nova York, Vik Muniz, que também vem de família pobre, disse à Reuters que o pedido de visto de visitante aos EUA feito por Tião foi recusado, mas que ele ainda tem esperanças de que seja aprovado em tempo para a cerimônia de premiação que acontecerá no final de fevereiro. "Estamos pensando em ir com Tião", disse Muniz à Reuters. "Ele é uma pessoa que é fundamental neste filme. Deveria realmente ser ele a receber o Oscar."
No filme, Tião acaba viajando com Muniz para uma importante casa de leilões em Londres e chora quando uma foto, baseada em sua pose numa banheira encontrada no aterro, é arrematada por 28 mil libras (45 mil dólares).
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Posted on 01/02/2011 by Natalia Viana|
Como revelou nesta manhã o jornal o Globo, o WikiLeaks publicou hoje um documento muito revelador do consulado americano em São Paulo – em que eles separam os brasileiros que buscam visto de trabalho entre “o bom, o mau e o feio”.
“Bom” é o jovem de classe média e de boa escolaridade que vai trabalhar em hotéis, estações de esqui e cassinos para melhorar o inglês; “Mau” é aquele que tem parentes imigrantes ilegais e que vai para os EUA buscar emprego para ficar; já o “feio” é desqualificado, pobre e despreparado.
Para ler o sofisticado telegrama, clique aqui: http://wikileaks.ch/cable/2005/12/05SAOPAULO1321.html
E para ler outro telegrama, em que o emaixador Clifford Sobel estima que 15% dos vistos do tipo R1, concedidos a religiosos, são fraudados – clique neste link: http://wikileaks.ch/cable/2006/11/06BRASILIA2379.html