segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Manual Prático do Tea Party

Carta Capital n˚635
por Luiz Gonzaga Belluzzo

EUA – O governador do Wiscosin tenta cortar direitos trabalhistas e enfrenta protestos

Em meio à euforia que acompanhou a queda do regime de Hosni Mubarak, um jovem engenheiro egípcio manifestava seu júbilo na já lendária Praça Tahrir. Abriu uma faixa de solidariedade aos funcionários públicos de Wiscosin: “O Egito apoia os trabalhadores de Wiscosin – um só mundo, um só sofrimento”.
A grande recessão provocada pelos abusos da finança desregulada e fraudulenta deixou a maioria dos estados americanos na tanga, como haveria de dizer minha saudosa avó Dona Hermelinda. Nos últimos dois anos, as receitas caíram vertiginosamente e as despesas com os direitos assegurados por lei cresceram rapidamente. Proibidos de se endividar para financiar as despesas correntes, item no qual se abrigam funções públicas como saúde, educação e segurança, talvez desimportantes na opinião dos falcões dos déficits. Os estados continuaram a receber transferências do governo federal para o Medicaid e outros programas sociais.
O presidente Barack Obama, também às voltas com os falcões republicanos, não encontrou meios para socorrer de forma mais efetiva os estados mergulhados numa crise fiscal. Mas em meio ao festival de grana curta, não faltou inspiração aos falcões, ao presidente e aos governadores para promover mais uma rodada de redução de impostos federais e estaduais aos ricos e às empresas.
Definida essa exibição de generosidade, as bordoadas sobraram para os de sempre. Desta vez, os escolhidos para bode expiatório do desarranjo provocado pela finança desvairada foram os sindicatos de funcionários públicos de Wisconsin. O projeto de lei enviado ao Legislativo pelo governador republicano Scott Walker, entre outras “benfeitorias”, elimina a negociação coletiva do rol de direitos dos trabalhadores. Para barrar a investida dos republicanos que, ademais têm maioria no Legislativo do estado, cerca de 70 mil professores, bombeiros e enfermeiras, apoiados por outras categorias de trabalhadores, manifestaram sua inconformidade com a lei diante da sede do Capitólio, em Madison, na capital de Wiscosin.
No sábado 19 de fevereiro, a coisa engrossou: o deputado republicano Robin Voss menosprezou a força dos manifestantes e proclamou “o apoio maciço dos que não estavam na praça”. Um punhado de sequazes do governador Walker, gente sabidamente civilizada e cultivada do Tea Party, tentou uma contramanifestação gritando, “passem a lei, passem a lei”. Foram rapidamente cercados pela maioria que gritava “matem a lei, matem a lei” (kill the bill, kill the bill).
Walker joga pesado. Não aceita negociar com os funcionários. Sua intransigência incomoda muita gente no próprio Partido Republicano. Duro na queda, o governador mantém a recusa, a despeito dos sinais emitidos pelos sindicatos de que estão dispostos a fazer concessões. Argumenta o governador que nada tem na mão para ceder. “Assim como quase todos os estados americanos, nós estamos quebrados”. Depois de favorecer as empresas com uma redução de impostos de 117 milhões de dólares, Walker propôs, para cobrir o prejuízo, dobrar o valor da contribuição dos funcionários aos planos de saúde e um aumento substancial no pagamento dos planos de aposentadoria. Isso, naturalmente, além da supressão do direito à negociação coletiva. Os cálculos do Budget Office de Wiscosin asseguram que essas medidas vão proporcionar uma receita de 300 milhões de dólares em dois anos.
Os déficits que assolam os estados americanos nasceram, vou repetir, da forte recessão. Até os lêmures sabem que quando o nível de atividade afunda, o gasto privado sofre forte contração e a receita fiscal desmorona, como aconteceu nos Estados Unidos. A queda das receitas fiscais é acompanhada de aumento das despesas decorrentes de programas de proteção social que ainda conseguiram escapar à sanha antissocial dos conservadores americanos.
Bem disse Warren Buffett que os Estados Unidos atravessam um período de intensa luta de classes. “Só que os ricos estão ganhando”, concluiu o bilionário. A revista The American Prospect publicou uma edição especial sobre o declínio da classe média dos Estados Unidos e a descrença crescente da população na realização do sonho americano.
Há poucas dúvidas entre os especialistas a respeito da razão central da escalada dos remediados para as camadas inferiores da pirâmide social: a perda da substância industrial da economia. A desindustrialização (palavra maldita para os conservadores) queimou milhões de postos de trabalho na manufatura e na malha de serviços que dá apoio aos complexos industriais. O transplante de fábricas para a China e outros rincões asiáticos destruíram o que Ian Fletcher chamou de ecossistema manufatureiro, isto é, as cadeias de fornecedores, as relações de clientela, os investimentos de longo prazo. “Desindustrialização”, diz ele, “não significa apenas despedir trabalhadores e derrubar edifícios. As indústrias ficam doentes e morrem de uma forma muito mais complicada”.
Até agora a “regressão”socioeconômica da classe média secretou mais ressentimentos do que reações políticas, o que engordou as legiões do conservadorismo fanático. Mas nem o fanatismo dos fundamentalistas cristãos americanos consegue sobreviver as desemprego elevado, à raquítica criação de empregos de baixo salários, para não falar das famílias – milhões de pessoas – despejadas das residências retomadas pelos bancos. Os desalojados vivem em condições precárias. Alguns refugiaram-se na casa de parentes. Uma fração não desprezível sobrevive em trailers ou até mesmo nos automóveis, onde os desditosos dormem e fazem as refeições.
A sensação de que há algo de podre na Terra das Oportunidades começa a movimentar as frações mais atingidas pela crise. As pesquisas de opinião sobre o movimento dos trabalhadores de Wisconsin, realizadas no sábado 19, mostram que a opinião pública, mesmo os republicanos moderados, não só repudia majoritariamente a subtração de direitos como volta sua ira contra os verdadeiros responsáveis pela crise, os senhores do universo entrincheirados em Wall Street.
Em seu concorrido blog, Chris Weigand faz previsões tão sinistras quanto prováveis: “Estamos chegando muito próximos de uma situação em que os serviços públicos que cuidaram dos americanos por muitas gerações estão perto de desaparecer”.
PS: Usurpando a função dos repórteres, passei a indagar de conhecidos e outros nem tanto se, por acaso, tinham notícia do que ocorria no estado norte-americano de Wisconsin. “Provavelmente forte nevasca”, respondeu um cidadão que mastigava uma coxinha junto ao balcão da confeitaria. Esse, ao menos, sabia das condições climáticas da região.
À maioria esmagadora dos brasileiros, inclusive às classes médias e às abastadas sempre presunçosas da excelência de sua formação e informação, foram subtraídas incompreensivelmente as notícias sobre os acontecimentos em Wisconsin, Indiana e Ohio. Nem fale da suspeita do risco iminente do movimento de protesto transbordar para outros estados americanos.

domingo, fevereiro 27, 2011

Exército popular marcha sobre Trípoli

26/2/2011, Juan Cole, Informed Comment
http://www.juancole.com/2011/02/popular-army-to-march-on-tripoli-as-qaddafi-massacres-protesters.html

A rede Al-Jazeeera em árabe está noticiando que o ditador Muammar Gaddafi já perdeu o controle de boa parte da cidade de Trípoli e que só controla, de fato, a área da capital em torno de seu palácio. Parece não haver dúvida que Gadaffi já luta pela vida.

O jornal Time noticia que 10 mil soldados líbios no leste do país reuniram-se ao exército popular que se prepara para avançar sobre a capital, Tripoli (em
http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2055638,00.html?xid=rss-mostpopular).
O canal ABC News mostra vídeo dos protestos em Tripoli (em
http://abclocal.go.com/kgo/video?id=7980151):

O jornal saudita Al-Watan Online
(http://www.alwatan.com.sa/Politics/News_Detail.aspx?ArticleID=43391&CategoryID=1  noticia (em árabe) que o nó parece estar sendo apertado à volta no pescoço do ditador líbio. Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital Trípoli depois das orações da 6ª-feira.  O próprio Gaddafi fez discurso de desafio do alto de um prédio da praça Verde, no qual ameaçou abrir seus arsenais, para que seus apoiadores civis e tribais armem-se para enfrentar os manifestantes. (Parece não ter considerado a possibilidade de os dissidentes tomarem os tais arsenais.)

Há notícias de motins nos quartéis do exército em várias cidades, com deserção em massa de soldados que aderem aos manifestantes contra Gaddafi, os soldados também horrorizados com a repressão brutal que Gadaffi ordenou contra militares rebelados. Altos funcionários do governo, inclusive embaixadores, já renunciaram e já anunciaram que se alinham aos rebeldes. Entre esses, o Procurador Geral Abd al-Rahman al-Abbar e os embaixadores na França, Rússia e Liga Árabe, e no Conselho de Direitos Humanos do Tribunal Internacional de Haia.

Na capital Trípoli, as manifestações eclodiram depois das orações da 6ª-feira nos bairros de Fashloum, Jumhuria, Ashur, Suq al-Jum`ah e Tahira, e na praça Argélia – todos exigindo o fim do regime Gaddafi. Foram atacados a tiros pelas forças de segurança e pelos ‘comitês populares’ de Qaddafi. Al-Sharq al-Awsat diz que pela primeira vez milícias dissidentes armadas enfrentaram as forças de segurança em combate aberto na capital, do qual resultaram sete mortos.

Al-Watan (
http://www.alarabiya.net/articles/2011/02/25/139145.html) diz que testemunhas relatam que haveria dúzias de feridos. Há quem diga que mais de 9.000 soldados da Brigada Khamis (a guarda pessoal da família Gaddafi, que inclui mercenários) circulam pela cidade. O regime também está usando tanques, jatos e artilharia pesada, segundo relato não confirmado de um egípcio que trabalhava em Trípoli e conseguiu chegar a al-Bayda no leste. A mesma fonte diz que, na 6ª-feira, houve muitas deserções do exército regular em Trípoli.

A Al-Jazeera informa que muitos muçulmanos abandonaram as mesquitas em Trípoli, como protesto conta o tom conservador e pró-regime dos sermões (em
http://english.aljazeera.net/news/africa/2011/02/2011225165641323716.html).

A Al-Jazeera também noticia que, em Mselata (80 km da capital), o clérigo conclamou a congregação de fieis a abraçar a luta contra a ditadura de Gadaffi. Cerca de 2.000 partiram imediatamente em direção de Trípoli, com armas confiscadas das forças de segurança derrotadas.  Na cidade de Tajoura, houve combate entre essas brigadas populares e grupos de mercenários de língua francesa a serviço de Gaddafi. As brigadas populares não conseguiram continuar avançando em direção a Trípoli e houve número não conhecido de baixas. Também essa informação chegou com refugiados de Tajoura que conseguiram chegar à Tunisia – como noticia a rede Al-Jazeera.

Em Benghazi, segundo al-Watan, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se diante do prédio do Tribunal, já ocupado e convertido em centro do governo popular, para celebrar a vitória, celebração da qual participaram crianças.  Organizaram-se patrulhas de comitês de cidadãos e soldados que se reuniram à rebelião. Outros soldados do exército regular estão vendendo as armas. Fonte da segurança do governo popular estima que tenha havido 500 mortos em Benghazi, antes de o exército popular assumir o controle da cidade.

Ben Wedeman da CNN fala de Benghazi (em
http://edition.cnn.com/video/data/2.0/video/bestoftv/2011/02/25/ps.wedeman.libya.opens.fire.cnn.html)

[Para total espanto da Vila Vudu, o correspondente do Jornal Nacional, da rede Globo, Brasil, falava, sobre a revolta dos árabes, ontem ou anteontem, de... Telavive!]

Muita gente, nas cidades liberadas do leste, usavam tradicionais trajes líbios na 6ª-feira, segundo o jornal al-Sharq al-Awsat (
http://www.aawsat.com//details.asp?section=1&issueno=11778&article=610054 , como modo de refutar as acusações de Gaddafi, de que os rebeldes seriam muçulmanos fundamentalistas radicais (que sempre usam roupas típicas, algumas vezes influenciadas pelos trajes afegãos).

Al-Watan noticia que relatos sugerem que os combates prosseguiram na 6ª-feira em Misurata (Misrata) entre a oposição e soldados de Gadaffi. Outras fontes dizem que na manhã de 6ª-feira as forças pró-Gadaffi foram completamente derrotadas e expulsas da terceira maior cidade do país, cerca de 100 quilômetros a leste da capital.

Em Zawiya, 30 milhas a oeste de Trípoli, fontes oficiais falavam de soldados assassinados por “terroristas”. Há notícias de outras fontes de pesados combates na 4ª-feira, e de que as forças de segurança de Gaddafi recuperaram o controle da cidade. Alguns refugiados da cidade dizem que Zawiya (em
http://www.khaleejtimes.com/DisplayArticle09.asp?xfile=data/international/2011/February/international_February935.xml&section=international  está sob controle dos rebeldes e resistiu a vários ataques pelas forças de pro-Gaddafi que tentam retomar a cidade. Se Zawiya estiver sob controle da oposição, Sirte e Trípoli são os únicos centros urbanos nos quais Gaddafi ainda tem algum mando. Mau sinal para o ditador.

A maior parte das informações sobre o que realmente se passa na Líbia vêm dos refugiados, que chegam e trazem notícias (em
http://policymic.com/beta/global-affairs/exclusive-interview-libyan-refugees-part-i). Já há centenas de milhares refugiados, líbios que deixam o país fugindo dos combates, e estrangeiros que trabalhavam no país.
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Os seis principais casos ainda não resolvidos no Oriente Médio



1. JORDÂNIA. Cerca de 6.000 manifestantes marcharam na 6ª-feira na Jordânia. Querem transformar a monarquia jordaniana em monarquia constitucional ao estilo europeu e a volta, sem as emendas posteriores, da Constituição de 1952 (em
http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-12582869).

2. TUNÍSIA. Cerca de 100 mil tunisianos saíram às ruas em Túnis, na 6ª-feira. Querem a renúncia do primeiro-ministro interino Mohamed Ghannouchi. O governo interino marcou eleições para meados de julho, principal demanda dos manifestantes. Também dissolveu o partido Rally for Constitutional Democracy, que estava no poder antes da queda do ditador. Mas os manifestantes não confiam que Ghannouchi – importante quadro do governo deposto de Zine El Abdidin Ben Ali – seja capaz de garantir a lisura das eleições. Ghannouchi está tentando ganhar popularidade, confiscando os bens de personagens do círculo íntimo e corrupto de Ben Ali, mas, até agora, ainda não conseguiu separar-se da reputação de ser, ele também, do mesmo círculo (em

2. TUNÍSIA. Cerca de 100 mil tunisianos saíram às ruas em Túnis, na 6ª-feira. Querem a renúncia do primeiro-ministro interino Mohamed Ghannouchi. O governo interino marcou eleições para meados de julho, principal demanda dos manifestantes. Também dissolveu o partido Rally for Constitutional Democracy, que estava no poder antes da queda do ditador. Mas os manifestantes não confiam que Ghannouchi – importante quadro do governo deposto de Zine El Abdidin Ben Ali – seja capaz de garantir a lisura das eleições. Ghannouchi está tentando ganhar popularidade, confiscando os bens de personagens do círculo íntimo e corrupto de Ben Ali, mas, até agora, ainda não conseguiu separar-se da reputação de ser, ele também, do mesmo círculo (em http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jnGIbnFv67ASGqJFxlSXEIFW9tAg?docId=CNG.99868b1ecc4e65dad00cb9c958f4949c.9f1 e mapa em http://maps.google.com/maps?z=5&q=TUNIS&hl=en).

ATUALIZAÇÃO: O ministro interino da Tunísia renunciou hoje, domingo, 27/2/2001, cpnforme notícia da BBC, às 13h28, ao vivo.
3. EGITO. Dezenas de milhares de manifestantes voltaram à praça Tahrir no centro do Cairo, na 6ª-feira, exigindo o fim das leis de emergência que suspenderam todas as liberdades civis no Egito há 30 anos. Querem também que o primeiro-ministro Ahmad Shafiq, nomeado pelo presidente deposto Hosni Mubarak, deixe o cargo, sem o que não haverá real ruptura com o velho regime. O exército egípcio impediu que a multidão cercasse a residência do primeiro-ministro para protestar e houve feridos entre os manifestantes (em

ATUALIZAÇÃO: O ministro interino da Tunísia renunciou hoje, domingo, 27/2/2001, cpnforme notícia da BBC, às 13h28, ao vivo.
3. EGITO. Dezenas de milhares de manifestantes voltaram à praça Tahrir no centro do Cairo, na 6ª-feira, exigindo o fim das leis de emergência que suspenderam todas as liberdades civis no Egito há 30 anos. Querem também que o primeiro-ministro Ahmad Shafiq, nomeado pelo presidente deposto Hosni Mubarak, deixe o cargo, sem o que não haverá real ruptura com o velho regime. O exército egípcio impediu que a multidão cercasse a residência do primeiro-ministro para protestar e houve feridos entre os manifestantes (em http://www.theglobeandmail.com/news/world/africa-mideast/egyptian-police-military-break-up-tahrir-square-demonstrations/article1922072/).

4. BAHRAIN. Cerca de 200 mil manifestantes marcharam pelo centro de Manama, capital do Bahrain, na 6ª-feira. Querem que a monarquia seja convertida em monarquia constitucional, com liberdades civis plenamente garantidas. Querem também que o primeiro-ministro deixe o cargo. O rei já demitiu três outros ministros do mesmo Gabinete (em

4. BAHRAIN. Cerca de 200 mil manifestantes marcharam pelo centro de Manama, capital do Bahrain, na 6ª-feira. Querem que a monarquia seja convertida em monarquia constitucional, com liberdades civis plenamente garantidas. Querem também que o primeiro-ministro deixe o cargo. O rei já demitiu três outros ministros do mesmo Gabinete (em http://www.nytimes.com/2011/02/26/world/middleeast/26bahrain.html?_r=1&partner=rss&emc=rss).

5. IÊMEN. Em Aden, os manifestantes exigem a expulsão do ditador Ali Abdullah Saleh. Houve quatro mortos e duas dúzias de feridos, quando as forças de segurança atacaram os manifestantes (em

5. IÊMEN. Em Aden, os manifestantes exigem a expulsão do ditador Ali Abdullah Saleh. Houve quatro mortos e duas dúzias de feridos, quando as forças de segurança atacaram os manifestantes (em http://edition.cnn.com/2011/WORLD/meast/02/26/yemen.protests/).

6. LÍBIA. As forças de segurança do ditador retiraram-se do bairro operário de Tajoura no sábado, depois de vários dias de ataques aos manifestantes, tentando dispersar as multidões. Falharam. Se Gaddafi já está perdendo áreas importantes da capital, aquela ditadura pode estar com os dias contados (em

6. LÍBIA. As forças de segurança do ditador retiraram-se do bairro operário de Tajoura no sábado, depois de vários dias de ataques aos manifestantes, tentando dispersar as multidões. Falharam. Se Gaddafi já está perdendo áreas importantes da capital, aquela ditadura pode estar com os dias contados (em http://www.thenational.ae/news/worldwide/tripoli-braces-for-bloody-battle).

Os manifestantes no Egito e na Tunísia, até agora, só alcançaram sucesso parcial: afastaram um ditador, mas ainda sem saber como se farão reformas genuínas.  Os líbios ainda sequer afastaram o ditador Gaddafi. E no Bahrain, Iêmen e Jordânia, todos os clamores populares por reformas econômicas e políticas genuínas continuam a cair em ouvidos surdos.

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Os manifestantes no Egito e na Tunísia, até agora, só alcançaram sucesso parcial: afastaram um ditador, mas ainda sem saber como se farão reformas genuínas.  Os líbios ainda sequer afastaram o ditador Gaddafi. E no Bahrain, Iêmen e Jordânia, todos os clamores populares por reformas econômicas e políticas genuínas continuam a cair em ouvidos surdos.
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Carta Maior

Levantes populares: do Oriente Médio ao Meio Oeste dos EUA
Há apenas algumas semanas, a solidariedade entre jovens egípcios e policiais do Wisconsin, ou entre trabalhadores líbios e funcionários públicos de Ohio, seria algo inacreditável. O levante popular na Tunísia foi provocado pelo suicídio de um jovem chamado Mohamed Bouazizi, universitário de 26 anos de idade, que não encontrava trabalho em sua profissão.Nos conflitos que vemos hoje em Wisconsin e Ohio há um pano de fundo semelhante. A “Grande Recessão” de 2008, segundo o economista Dean Baker, ingressou em seu trigésimo mês sem sinais de melhora. O artigo é de Amy Goodman.
> LEIA MAIS | Internacional | 26/02/2011
• O orçamento de Obama congelará os pobres
• Wall Street contra os pobres e a classe média
• Carta de Michael Moore aos estudantes de Wisconsin
 
A Folha e o neocolonialismo petroleiro
Com o título de “TV Companheira”, a Folha de São Paulo publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir a credibilidade jornalística da Telesur, em seu esforço de cobrir a crise na Líbia. A Folha integra o leque de conglomerados midiáticos que, durante décadas, protegeu os "ditadores amigos" no Oriente Médio. O artigo é de Beto Almeida.
> LEIA MAIS | Política | 27/02/2011
 
Espiões por todos os lados: a infiltração nos mov imentos sociais
Agentes infiltrados nos movimentos sociais ingleses vem das forças oficiais da polícia, mas também de empresas privadas contratadas por grandes corporações. No início de janeiro deste ano, pouco antes de seis ativistas irem à julgamento por tentarem fechar uma usina termoelétrica em 2009, Mark Kennedy (foto), um policial infiltrado entre o grupo de manifestan- tes, mudou de lado e resolveu prestar depoimento em favor dos acusados. O artigo é do correspondente da Carta Maior em Londres, Wilson Sobrinho.
> LEIA MAIS | Internacional | 26/02/2011
 
Guerra de robôs na internet
O fingimento online está mais avançado e automatizado do que podemos imaginar. O anonimato da rede garante a companhias e governos uma oportunidade de ouro para executar falsas campanhas populares na internet que criam a impressão de que um grande grupo de pessoas está defendendo ou se opondo a alguma política em particular. Essa artimanha está mais propensa a acontecer quando os interesses das companhas ou dos governos estão em conflitos com os do público. As empresas de tabaco, por exemplo, têm uma história antiga nesta área. O artigo é de George Monbiot.
> LEIA MAIS | Internacional | 26/02/2011
 
Em Brasília, 19 horas: Pela preservação da Voz do Brasil
O programa “A Voz do Brasil”, conhecido por 88% da população brasileira acima de 16 anos, corre risco de desaparecer por pressão dos radioempresários reunidos na Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Tramita no Congresso projeto para “flexibilizar” o horário de transmissão, hoje das 19 às 20h, o que na prática condenar&aacu te; a morte o único noticiário feito no país a que mais de 80 milhões de brasileiros - os que vivem nos locais mais remotos - tem acesso. Em resposta, a ABI, a Contag, a Fenaj, a Fitert e outras entidades pretendem lançar uma campanha Em Defesa da Voz do Brasil. O artigo é de Chico Sant´Anna e Beto Almeida
> LEIA MAIS | Política | 25/02/2011


 
 
O presidente líbio, rumo ao precipício?
Há alguns dias, enquanto o coronel Kadafi enfrentava a ira do seu povo, ele se reuniu com um velho conhecido árabe e passou 20 minutos de quatro horas perguntando-lhe se conhecia um bom cirurgião plástico para levantar as bochechas. É – tenho que dizê-lo tratando-se deste homem ? – uma história verdadeira. O ancião não tinha um bom aspecto, com o rosto inchado. Parecia a face de um louco, um ator de comédia que entrou na tragédia em seus últimos dias, desesperado pela última maquiagem, a chamada final para a porta do teatro.
O artigo é de Robert Fisk.

> LEIA MAIS | Internacional | 23/02/2011
• Reginaldo Nasser: Chegou a vez do Coronel Kadafi?
• Kadafi reprime protestos com sangue e fogo na Líbia
PÁGINA/12: El presidente libio, ¿hacia el precipio?
• Leia a página especial

sábado, fevereiro 26, 2011

Desperdício Programado



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EUA: Protestos dos trabalhadores em Wisconsin continuam

Estados Unidos - Reportagens Sexta, 25 Fevereiro 2011 01:00
World Socialist Web Site - 250211_capitol [Jerry White – Tradução do Diário Liberdade] Continuaram, nesta terça-feira, os protestos na capital do estado de Wisconsin contra a proposta de corte orçamentário do governador Scott Walker e o ataque aos funcionários públicos. A manifestação dos trabalhadores de Wisconsin inspirou protestos em outros estados dos EUA, dentre eles Indiana e Ohio.

Em Indianapolis, capital de Indiana, os trabalhadores protestaram na sede do governo contra a proposta do governador republicano Mitch Daniels de restringir os direitos de negociação dos professores de escolas públicas. Em Columbus, capital de Ohio, os manifestantes denunciaram um projeto de lei que impediria a negociação coletiva para 42.000 funcionários estaduais e 19.500 funcionários da universidade estadual e do sistema de faculdades do estado. (Ver “Columbus, Ohio rally against anti-worker legislation”) Também ocorreram protestos em Lansing, no estado de Michigan, em Boston e outras cidades.
Em Nova Jersey, o governador republicano Chris Christie anunciou, na terça-feira, um orçamento que atrelava um ressarcimento duas vezes maior do imposto por propriedade à aprovação de uma lei que responsabilizaria os funcionários públicos por 30 porcento de seus planos de saúde, mais do que o triplo do que eles pagam hoje.
Além de cortes drásticos na educação pública e no ensino superior, no sistema de saúde Medicaid e outros serviços, o governador republicano de Wisconsin exige um aumento significativo na contribuição dos funcionários públicos aos planos de saúde e de pensão, medida que resultaria em redução de centenas de dólares em seus pagamentos mensais.
O governador também almeja tirar os direitos de negociação coletiva de professores, enfermeiros, bombeiros e outros funcionários municipais e estaduais, bem como impedir negociações em quaisquer tópicos exceto aumento salarial, que não pode exceder o aumento no Índice de Preços ao Consumidor. A medida também acabaria com a contribuição automática aos sindicatos e forçaria as categorias a submeter a voto anual a permanência no sindicato.
Em um pronunciamento de 10 minutos na noite de terça-feira, Walker reiterou que insistiria nessas medidas e, mais uma vez, tentou colocar os funcionários da iniciativa privada contra os servidores ao alegar que, durante esse período de recessão, os funcionários públicos não sofreram cortes salariais nem perdas de benefícios como os empregados na iniciativa privada.
Estima-se que 15.000 funcionários e jovens participaram dos protestos na sede do governo em Madison na terça-feira. Funcionários da iniciativa privada, inclusive membros do sindicato Teamster de Minnesota, Illinois e Michigan, juntaram-se às manifestações em defesa dos servidores públicos. Bombeiros acamparam na sede do governo durante a noite para manifestar sua solidariedade à luta, embora o Governador Walker os tenha excluído das medidas que impedem negociação coletiva.
Um número estimado de 2.000 professores, auxiliares de professores e graduandos  deixaram suas salas de aula na Universidade de Wisconsin-Madison (UW) na terça-feira e caminharam até o palácio do governo.
Sob o orçamento proposto por Walker, que será lançado no dia 1o de março, a universidade perderia entre US$50 e 75 milhões, o que levaria a aumentos de até 20% na anuidade nos próximos dois anos. Os direitos de negociação dos funcionários do hospital e dos auxiliares de professores da UW também estão ameaçados.
William, co-administrador na Associação de Assistentes de Professores, disse, "Eles querem quebrar nosso sindicato. Sem um sindicato nós não temos modos para garantir nossas aulas. O reitor nos prometeu isto, mas não há nada que garanta isto – deverá haver mais um semestre. Nós podemos perder direitos que lutamos por todos estes 40 anos, e o que nós pagamos por cuidados de saúde pode dobrar".
O Governador Walker ameaçou que estas demissões em massa de empregados do Estado deverá começar na próxima semana se seu projeto de lei não passar. O governador repetidamente disse que mais de 1.500 trabalhadores podem perder os trabalhos em Julho se sua proposta não for aprovada. "Temos esperanças de que não chegaremos a este ponto," disse Walker à Associated Press.
Há um crescente sentimento entre os trabalhadores em continuar as ações de massas. Na Segunda-feira pela noite, a Federação Central do Trabalho do Sul aprovou uma resolução por uma greve geral de aproximadamente 100 sindicatos, representando 45 mil trabalhadores, se o orçamento de Walker for aprovado pela legislatura estadual e assinada como leo pelo governador.
Os dois maiores sindicatos do estado – o Conselho da Associação de Educação Wisconsin, que possui 98 mil membros, e a União Estadual de Empregados de Wisconsin, com 60 mil membros – já aderiram às demandas econômicas do governo. Eles estão limitando sua oposição à pauta de direito de negociação coletiva.
Isto revelou o abismo entre os trabalhadores e as centrais sindicais. Enquanto os trabalhadores querem defender seus direitos para se oporem aos ataques contra seus trabalhos e seus meios de subsistência, os oficiais das centrais sindicais querem defender seu status legal para negociar os salários e as concessões de benefícios, e continuam a coletar direitos sindicais.
As concessões que eles finalmente ofereceram continuava com efeitos devastadores nos 175 mil empregados públicos e suas famílias. "Meu seguro de saúde deverá subir para $226 ao mês e eu preciso pagar um dinheiro extra no valor de $200 ou mais a um mês para a aposentadoria, " Mary, uma empregada pública, disse a WSWS. "Já estou perdendo $150 por mês por conta dos dias de licença. Walker ordena que as licenças terminem em Julho. Ainda assim eu continuo perdendo $250 com os aumentos deduzidos – e ele não disse se irá remunerar os dias em licença."
"Dois anos atrá, nós perdemos 3% do aumento," continuou Mary. "A todo momento até agora nós tivemos 1% de aumento nestes 19 anos em que trabalhei. Isto não está de acordo com o aumento do custo de vida. Eu tive de refinanciar minha casa de 15 para 30 anos de hipoteca (garantia) porque minhas dívidas irão exceder minha renda. A TV a cabo e a Internet são os únicos 'luxos' que eu tenho, e eles irão ir embora em breve, pois me custam $125 ao mês. Eu não sei como as pessoas com crianças irão fazer com isto. Eu não vejo como estamos comendo bem e fazendo grandes poupanças, como diz o governador."
A burocracia do sindicato está trabalhando com os Democratas para abrandar os protestos. Na Segunda-feira, a Presidenta do WEAC, Mary Bell, se pronunciou dizendo aos professores para retornar às salas de aula e "buscar modos de se expressar e serem vistos após o seu dia de trabalho ter sido cumprido." Os professores de Madison votaram por desafiar a presidenta do WEAC e ficaram de fora das salas de aula na Segunda-feira.
Após quatro dias de ações dos empregados, entretanto, os professores retornaram ao trabalho na Terça-feira. Jesse Jackson realizou um protesto em frente à Escola do Leste de Madison – uma das escolas que os estudantes saíram das aulas para apoiarem seus professores – para ir contra a ordem de voltar ao trabalho do sindicato.
Democratas do estado se colocaram como defensores dos empregados públicos até quando eles adentraram na devastação do gasto social e na danificação dos padrões de vida dos trabalhadores. Eles saudaram os sindicatos por concordarem com as concessões salariais e de benefícios e criticaram o governador por falhar na colaboração com oficiais sindicais a impô-las.
O Senador Kathleen Vinehout, um dos 13 Senadores Democratas que voaram a Illinois na última semana para retardar a votação do projeto de lei, disse ao Wisconsin State Journal que os Democratas estão aptos para negociar com um orçamento deficitário de duas vezes o tamanho do deficit corrente em 2009 sem desencadear um levante massivo em todo o estado. Isto porque o governador Democrata, Jim Joyle, usou os serviços dos sindicatos para suspender os dias de licença e outras concessões devastadoras.
A segurança no Capitólio estadual aumento na Terça-feira pela manhã com o Senado e Assembleia controlados pelos Republicanos, que estavam agendados a estarem na sessão. Guardas foram instruídos a permitir apenas 10 manifestantes por vez, e eles foram obrigados a passar por detectores de metais. A polícia do Estado também manteve uma pesada presença e algumas indicações de que uma movimentação pode ser feita em breve para limpar o Capitólio, que está ocupado por milhares de manifestantes desde a semana passada.
Há um apoio esmagador aos trabalhadores de Wisconsin por todas as camadas da população trabalhadora. De acordo com uma nova Enquete do USA Today e Gallup, os estadunidenses se opõem fortemente a leis que removem o poder de negociação coletiva dos sindicatos dos trabalhadores públicos. A enquete descobriu que 61% se opõem a leis semelhantes à proposta do governador de Wisconsin, comparado com 33% que é a favor de tal legislação.
Lynda, proprietária de uma franquia de restaurante em Kenosha, Wisconsin, sul de Milwaukee, disse ao WSWS, "os professores voltaram ao trabalho mas precisam manter isto vivo. O governador se coloca como um grande herói. Mas ele fala para os irmãos Koch e os bilionários.
"Aqui em Kenosha eles desligaram outra indústria da Chrysler. Esta foi uma grande cidade sindical, mas eles perderam muitos empregos. Primeiro Walker está atacando os empregados públicos, e então atacará os setores dos trabalhadores privados. Se nós não nos atentarmos isto se transformará em escravos e senhores novamente."

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Michael Moore encoraja protestos de estudantes de Wisconsin

"Os adultos jovens, em todos os cantos do mundo, principalmente no Oriente Médio, tomaram as ruas e derrubaram ditaduras. A coragem deles inspira outros", disse Moore no texto enviado aos estudantes que saíram às ruas contra projeto que corta direitos trabalhistas de servidores estaduais. O documento foi publicado no site da Carta Maior


Por Carta Maior
Segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


Milhares de servidores públicos unidos a grupos estudantis realizaram o quinto dia de protestos no último sábado (19), em frente ao Capitólio do estado norte-americano de Winsconsin, na cidade de Madison. As manifestações são contra um projeto de lei apresentado pelo novo governador, o republicano Scott Walker, que propõe corte de gastos do orçamento estadual através da supressão de direitos trabalhistas em todo o Estado.

Entusiasmado com a mobilização dos estudantes, o cineasta Michael Moore enviou uma carta aberta aos manifestantes pedindo que se rebelem. Leia a carta, reproduzida da revista Carta Maior:

Caros Estudantes:

Que inspiração, a de vocês, que se uniram aos milhares de estudantes das escolas de Wisconsin e saíram andando das salas de aula há quatro dias e agora estão ocupando o prédio do State Capitol e arredores, em Madison, exigindo que o governador pare de assaltar os professores e outros funcionários públicos !

Tenho de dizer que é das coisas mais entusiasmantes que vi acontecer em anos.

Vivemos hoje um fantástico momento histórico. E aconteceu porque os jovens em todo o mundo decidiram que, para eles, basta. Os jovens estão em rebelião – e é mais que hora!

Vocês, os estudantes, os adultos jovens, do Cairo no Egito, a Madison no Wisconsin, estão começando a erguer a cabeça, tomar as ruas, organizar-se, protestar e recusar a dar um passo de volta para casa, se não forem ouvidos. Totalmente sensacional!!

O poder está tremendo de medo, os adultos maduros e velhos tão convencidos que que fizeram um baita trabalho ao calar vocês, distraí-los com quantidades enormes de bobagens até que vocês se sentissem inpotentes, mais uma engrenagem da máquina, mais um tijolo do muro. Alimentaram vocês com quantidades absurdas de propaganda sobre “como o sistema funciona” e mais tantas mentiras sobre o que aconteceu na história, que estou admirado de vocês terem derrotado tamanha quantidade de lixo e estejam afinal vendo as coisas como as coisas são.

Fizeram o que fizeram, na esperança de que vocês ficariam de bico fechado, entrariam na linha e obedeceriam ordens e não sacudiriam o bote. Porque, se agitassem muito, não conseguiriam arranjar um bom emprego! Acabariam na rua, um freak a mais. Disseram que a política é suja e que um homem sozinho nunca faria diferença.

E por alguma razão bela, desconhecida, vocês recusaram-se a ouvir. Talvez porque vocês deram-se conta que nós, os adultos maduros, lhes estamos entregando um mundo cada vez mais miserável, as calotas polares derretidas, salários de fome, guerras e cada vez mais guerras, e planos para empurrá-los para a vida, aos 18 anos, cada um de vocês já carregando a dívida astronômica do custo da formação universitária que vocês terão de pagar ou morrerão tentando pagar.

Como se não bastasse, vocês ouviram os adultos maduros dizer que vocês talvez não consigam casar legalmente com quem escolherem para casar, que o corpo de vocês não pertence a vocês, e que, se um negro chegou à Casa Branca, só pode ter sido falcatrua, porque ele é imigrado ilegal que veio do Quênia.

Sim, pelo que estou vendo, a maioria de vocês rejeitou todo esse lixo. Não esqueçam que foram vocês, os adultos jovens, que elegeram Barack Obama. Primeiro, formaram um exército de voluntários para conseguir a indicação dele como candidato. Depois, foram as urnas em números recordes, em novembro de 2008. Vocês sabem que o único grupo da população branca dos EUA no qual Obama teve maioria de votos foi o dos jovens entre 18 e 29 anos? A maioria de todos os brancos com mais de 29 anos nos EUA votaram em McCain – e Obama foi eleito, mesmo assim!

Como pode ter acontecido? Porque há mais eleitores jovens em todos os grupos étnicos – e eles foram às urnas e, contados os votos, viu-se que haviam derrotado os brancos mais velhos assustados, que simplesmente jamais admitiriam ter no Salão Oval alguém chamado Hussein. Obrigado, aos eleitores jovens dos EUA, por terem operado esse prodígio!

Os adultos jovens, em todos os cantos do mundo, principalmente no Oriente Médio, tomaram as ruas e derrubaram ditaduras. E, isso, sem disparar um único tiro. A coragem deles inspira outros. Vivemos hoje momento de imensa força, nesse instante, uma onda empurrada por adultos jovens está em marcha e não será detida.

Apesar de eu, há muito, já não ser adulto jovem, senti-me tão fortalecido pelos acontecimentos recentes no mundo, que quero também dar uma mão.

Decidi que uma parte da minha página na Internet será entregue aos estudantes de nível médio para que eles – vocês – tenham meios para falar a milhões de pessoas. Há muito tempo procuro um meio de dar voz aos adolescentes e adultos jovens, que não têm espaço na mídia-empresa. Por que a opinião dos adolescentes e adultos jovens é considerada menos válida, na mídia-empresa, que a opinião dos adultos maduros e velhos?

Nas escolas de segundo grau em todos os EUA, os alunos têm ideias de como melhorar as coisas e questionam o que veem – e todas essas vozes e pensamentos são ou silenciadas ou ignoradas. Quantas vezes, nas escolas, o corpo de alunos é absolutamente ignorado? Quantos estudantes tentam falar, levantar-se em defesa de uma ou outra ideia, tentar consertar uma coisa ou outra – e sempre acabam sendo vozes ignoradas pelos que estão no poder ou pelos outros alunos?

Muitas vezes vi, ao longo dos anos, alunos que tentam participar no processo democrático, e logo ouvem que colégios não são democracias e que alunos não têm direitos (mesmo depois de a Suprema Corte ter declarado que nenhum aluno ou aluna perde seus direitos civis “ao adentrar o prédio da escola”).

Sempre fico abismado ao ver o quanto os adultos maduros e velhos falam aos jovens sobre a grande “democracia” dos EUA. E depois, quando os estudantes querem participar daquela “democracia”, sempre aparece alguém para lembrá-los de que não são cidadãos plenos e que devem comportar-se, mais ou menos, como servos semi-incapazes. Não surpreende que tantos jovens, quando se tornam adultos maduros, não se interessem por participar do sistema político – porque foram ensinados pelo exemplo, ao longo de 12 anos da vida, que são incompetentes para emitir opiniões em todos os assuntos que os afetam.

Gostamos de dizer que há nos EUA essa grande “imprensa livre”. Mas que liberdade há para produzir jornais de escolas de segundo gráu? Quem é livre para escrever em jornal ou blog sobre o que bem entender? Muitas vezes recebo matérias escritas por adolescentes, que não puderam ser publicadas em seus jornais de escola. Por que não? Porque alguém teria direito de silenciar e de esconder as opiniões dos adolescentes e adultos jovens nos EUA?

Em outros países, é diferente. Na Áustria, no Brasil, na Nicarágua, a idade mínima para votar é 16 anos. Na França, os estudantes conseguem parar o país, simplesmente saindo das escolas e marchando pelas ruas.

Mas aqui, nos EUA, os jovens são mandados obedecer, sentar e deixar que os adultos maduros e velhos comandem o show.

Vamos mudar isso! Estou abrindo, na minha página, um “JORNAL DA ESCOLA” [orig. "HIGH SCHOOL NEWSPAPER", em http://mikeshighschoolnews.com/]. Ali, vocês podem escrever o que quiserem, e publicarei tudo. Também publicarei artigos que vocês tenham escrito e que foram rejeitados para publicação nos jornais das escolas de vocês. Na minha página vocês serão livres e haverá um fórum aberto, e quem quiser falar poderá falar para milhões.

Pedi que minha sobrinha Molly, de 17 anos, dê o pontapé inicial e cuide da página pelos primeiros seis meses. Ela vai escrever e pedir que vocês mandem suas histórias e ideias e selecionará várias para publicar em MichaelMoore.com. Ali estará a plataforma que vocês merecem. É uma honra para mim que se manifestem na minha página e espero que todos aproveitem.

Dizem que vocês são “o futuro”. O futuro é hoje, aqui mesmo, já. Vocês já provaram que podem mudar o mundo. Aguentem firmes. É uma honra poder dar uma mão.



Tradução: Vila Vudu

http://pt-sp.org.br/noticia.asp?p=Mundo&acao=verNoticia&id=3279



MEC reajusta piso nacional do magistério para R$ 1.187

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério da Educação (MEC) divulgou hoje (24) o novo valor do piso nacional do magistério. O reajuste foi de 15,8%, elevando o piso de R$ 1.024 para R$ 1.187 para uma jornada semanal de 40 horas e vale para professores de educação básica da rede pública.

O piso nacional do magistério foi estabelecido por lei em 2008, mas, segundo as entidades que representam a categoria, ainda é desrespeitado na maioria dos estados e municípios. Há ainda divergências sobre o cálculo do reajuste. De acordo com a legislação, o piso deve ser atualizado com base no percentual de crescimento do valor por aluno estabelecido pelo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para matrículas dos primeiros anos do ensino fundamental urbano.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o valor anunciado pelo MEC ficou abaixo das estimativas calculadas pela categoria, que revindica um mínimo de R$ 1.597, com aumento de 21%. “No nosso entendimento, a base de cálculo de reajuste usada pelo ministério está errada”, afirma o presidente da entidade, Roberto Leão.

A lei que criou o piso também determina que estados e municípios que não conseguirem pagar aos professores o mínimo estabelecido receberão complementação da União. De acordo com o MEC, houve uma flexibilização das regras para que mais secretarias de Educação possam receber os repasses.

Para isso, eles precisam seguir alguns critérios, como aplicar 25% das receitas em educação, dispor de plano de carreira para o magistério aprovado em lei e demonstrar “cabalmente” o impacto do cumprimento do piso no orçamento do estado ou município. Segundo o MEC, há reserva de R$ 1 bilhão no Orçamento para suprir essa demanda.

Outro fator emperra o cumprimento da lei pelas secretarias de educação: desde 2008 está parada no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação impetrada por cinco governadores que questiona alguns dispositivos do projeto. O julgamento foi interrompido naquele ano por um pedido de vistas e não foi concluído. “Isso cria uma insegurança jurídica que só beneficia estados e municípios, mas não beneficia os professores e a educação. Enquanto a questão não é resolvida, prefeitos e governadores oportunistas se valem disso para não colocar nada em prática”, critica Leão. A categoria prepara para abril uma grande mobilização pelo cumprimento da lei com eventos em todo o país.

Edição: Nádia Franco

Democracia: e o Golfo estremece de medo

24/2/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/MB25Ak01.html 

Um espectro ronda o Golfo Persa: a democracia[1].
 
Nessa 3ª-feira, nada menos que 20% da população do Bahrain reuniu-se na rotatória Lulu (Pérola) em Manama na maior manifestação contra a monarquia feudal, ação intimamente conectada à grande revolta árabe de 2011. Amostra de toda a sociedade bahraini – professores, advogados, engenheiros, suas mulheres e filhos – numa marcha infinita, em volta do monumento, coluna compacta nas cores vermelho e branco, da bandeira nacional.
 
Na 5ª-feira, havia motivos para crer que a revolta alcançara o santo graal, i.e., a Casa de Saud, quando 100 jovens saíram às ruas de Hafar al-Batin, nordeste da Arábia Saudita, exigindo o fim dessa monarquia feudal encharcada em petróleo. O extraordinário é que tenha acontecido justamente quando o “Guardião das Duas Mesquitas Sagradas”, rei Abdullah da Arábia Saudita, 85 anos, voltava para casa depois de três meses de tratamento médico e cirurgia nos EUA e convalescença no Marrocos – em plena onda de massiva propaganda do regime, completada com toques de orientalismo, como um homem vestido de branco dançando danças tradicionais beduínas sobre tapetes especialíssimos.
 
Para a Casa de Saud, a revolta é o pesadelo absoluto: como todo o mundo já está sabendo, um Bahrain microscópico, de maioria xiita, mas também microscópica, faz fronteira com a região da Arábia Saudita, de grande maioria xiita, onde está o petróleo.
 
Mas não surpreende que a revolta tenha eclodido nem bem o rei Abdullah pôs o pé nos seus tapetes, e apesar de toda a ação preventiva para evitar que surgissem espasmos pró-democracia entre as massas, com lançamento de um programa de 35 bilhões de dólares, que inclui um ano de benefícios para jovens desempregados, além da criação de um fundo nacional de desenvolvimento que permitirá que os jovens comprem casa, abram pequenos negócios e casem.
 
Em teoria, a Arábia Saudita prometeu nada menos que 400 bilhões de dólares em programas, até o final de 2014, para melhorar a educação, a saúde pública e a infraestrutura. Economista-chefe do Banco Saudita Fransi, John Sfakianakis, diz, eufemisticamente, “o rei tenta criar ampla via para o enriquecimento, sob a forma de bem-estar social”.
 
Como sempre, todos os eufemismos param na política: não se vê sinal algum de qualquer investimento real na direção de atender as aspirações políticas dos súditos – partidos políticos, sindicatos e qualquer tipo de manifestação pública continuam totalmente proibidos. E não se vê qualquer sinal, tampouco, de que o rei esteja preocupado com os enormes problemas sociais – da repressão policial, à intolerância religiosa – exatamente os problemas que o encurralaram e obrigaram a tentar seu gambito multibilionário da “ampla via”.
 
Adivinhem, então, quem se apresentou para dar as boas vindas ao rei Abdullah e discutir “a crise” – palavra-código para “A Grande Revolta Árabe de 2011”? Acertaram: o monarca feudal sunita vizinho, rei King Hamad al-Khalifa, do Bahrain.
 
Assassinato soft, com nossa trilha sonora
 
A narrativa inventada no ocidente, à Disneyworld, de que o rei Hamad seria “reformista progressista”, interessado em “fazer avançar a democracia” e “preservar a estabilidade” foi totalmente detonada quando o exército real realmente mercenário atirou, com munição real, usando armamento antiaéreo, de APCs, contra manifestantes que levavam flores, ou quando helicópteros marca Bell, americana, sobrevoaram e perseguiram pessoas, sem parar de atirar.
 
Mensagem pelo Twitter, semana passada, vinda da jornalista bahraini Amira al-Husseini, resumiu tudo: “Também amo o Bahrain. Nasci no Bahrain. Meu sangue é bahraini – e vi meu país assassinado hoje, à vista dos próprios filhos.”
 
A rebelião xiita contra a dinastia al-Khalifa de mais de 200 anos – invasores, vindos do continente –, está em andamento, de fato, há décadas; inclui centenas de prisioneiros políticos em quatro prisões, na cidade e nos arredores da capital Manama, presos e torturados por “conselheiros” jordanianos; e um regime cujo exército é composto, basicamente, de soldados punjabi e baloques paquistaneses.
 
Demorou um pouco – mas, então, aconteceu aquele telefonema estratégico de Washington, que deu ânimo para que al-Khalifa se decidisse a tratar do assunto da matança com um pouco mais de aplicação.
 
O relato de como a política externa dos EUA agilmente se adaptou à Grande Revolta Árabe de 2011 oferece algumas lições. Hosni Mubarak expulso do Egito e o rei Hamad do Bahrain são “moderados” e certamente não são “o mal”. Afinal, um foi e o outro é, respectivamente, pilar da “estabilidade”, como se lê em MENA (Middle East-Northern Africa [em
http://en.wikipedia.org/wiki/2010–2011_Middle_East_and_North_Africa_protests ].
 
Por outro lado, Muammar Gaddafi da Líbia e Bashar al-Assad da Síria são realmente péssimos, porque não se submetem nunca aos diktats de Washington. A escala moral que determina a resposta dos EUA é diretamente proporcional a o quanto o monarca ditador feudal em questão comporte-se como sátrapa a serviço dos EUA.
 
Assim se explica a instantânea repulsa (que o Departamento de Estado manifestou anteontem e o presidente Obama só hoje, 5ª-feira) aos ataques de Gaddafi contra seu próprio povo, enquanto a mídia-empresa nos EUA e legiões de analistas de think-tanks disputam entre eles a glória de ter encontrado o adjetivo que mais elaboradamente ensina a crucificar Gaddafi. Ninguém é melhor que essa gente, quando se trata de denunciar ditador que não se encaixa no modelo de lacaio que os EUA prefiram.
 
Simultaneamente, não se ouviu no MENA nem um pio quando o aparelho de repressão de Hamad – parcialmente importado da Arábia Saudita – matou seus próprios cidadãos na rotatória da Pérola. OK, terrorista reabilitado, Gaddafi sempre foi doido, mas ao Bahrain aplica-se todo um longo mantra, como “aliado próximo” dos EUA; “nação pequena mas estrategicamente valiosa”; lar da 5ª Frota, essencial para garantir que o petróleo continue a fluir pelo Estreito de Hormuz; defesa contra o Irã etc.
 
Seja como for, mesmo depois do massacre, Sheikh Ali Salman, líder do maior partido de oposição, xiita, o partido al-Wefaq, e também Ebrahim Sharif, líder do partido secular Wa'ad, e Mohammed Mahfood da Sociedade de Ação Islâmica, todos aceitaram encontrar-se com o Príncipe Coroado Salman bin Hamad al-Khalifa, para um diálogo proposto pela monarquia.
 
Husain Abdullah, diretor de Americans for Democracy and Human Rights no Bahrain, não está convencido: “Não sei se a própria família reinante, eles próprios, merecem alguma confiança para algum diálogo sério, porque, se se assiste à televisão do Bahrain, nada se vê além de ataques sectários contra a multidão que permanece na praça-rotatória Lulu.”
 
Para Abdullah, o que está de fato acontecendo é que “mais e mais pessoas estão exigindo abertamente o fim do regime, por meios pacíficos, e querem que o Bahrain seja governado pelo povo do Bahrain. Além disso, há conclamação séria de desobediência civil completa (não parcial, como até agora), em todo o país, para expulsar do país a família reinante, como foi feito na Tunísia e no Egito.” Não surpreende que a Casa de Saud esteja em pânico.
 
O levante dos 70% de xiitas do Bahrain, mais alguns poucos sunitas – o mantra principal do protesto era “Nem xiitas nem sunitas. Todos bahrainis” – começou como movimento de direitos civis. Mas o príncipe coroado melhor fará se concordar rapidamente – ou a coisa ali também se transformará em revolução. Por enquanto, há muita retórica sobre “estabilidade”, “calma”, “segurança”, “coesão nacional”, mas nada de sério sobre reforma eleitoral e constitucional.
 
Há razões para crer que Salman – aconselhado pelos sauditas – talvez tente uma saída à Mubarak e faça algumas promessas vagas para algum futuro distante. Todos sabemos como a coisa acabou, na praça Tahrir.
 
Os manifestantes começaram por pedir primeiro-ministro eleito, monarquia constitucional e o fim da discriminação contra os xiitas. Agora, Matar Ibrahim, um dos 18 deputados xiitas do Parlamento, já diz que há um abismo de distância entre os manifestantes da rotatória da Pérola e os deputados da oposição que se reuniram com o Príncipe Coroado. A palavra de ordem que mais se ouve na rotatória da Pérola já é “Fora, Fora Khalifa”.
 
Milhares de trabalhadores da fábrica gigante de alumínio Alba já deixou claro que um poderoso sindicato e vários movimentos sindicais já apoiam os manifestantes em sua maioria xiitas. O presidente do sindicato de trabalhadores da Alba, Ali Bin Ali – que é sunita, mas isso nada muda – já alertou que há greve organizada para eclodir a qualquer momento.
 
Queremos nossos direitos sociais
 
Se houver mudança democrática de regime no Bahrain, os megaperdedores serão a Arábia Saudita e os EUA.
 
O Bahrain é caso clássico de colusão entre o império das bases dos EUA e uma ditadura/monarquia feudal sem sal. Naturalmente, o chefe do Estado-maior dos EUA favorece a “ordem-e-estabilidade” comandada pela ditadura – e o mesmo aconteceu com o velho poder colonial britânico; os massacres de civis no Bahrain e na Líbia chegam até vocês por especial cortesia da Royal Military Academy Sandhurst e dos sistemas BAE [para saber o que é, veja
http://www.baesystems.com/ (NTs)].
 
O rei Hamad é formado pela Escola Militar de Alto Comando dos EUA (orig. US Army Command and General Staff School) em Fort Leavenworth, Kansas, e “tem papel destacado na direção da política de segurança do Bahrain” – como se leu em telegrama de 2009 publicado por WikiLeaks. Foi ministro da Defesa de 1971 a 1988 e é fã do armamento pesado dos EUA.
 
O Príncipe Coroado, renomado por sua “abordagem muito ocidental”, por sua vez, estudou na escola que o Departamento de Defesa mantém no Bahrain e graduou-se na American University em Washington. Tradução: dois vassalos cabeça-de-Pentágono, estão hoje encarregados de fazer reformas democráticas no Bahrain.
 
A Grande Revolta Árabe de 2011, por todas as razões específicas nos diferentes países, não é, não, de modo algum, sobre religião (como Mubarak, Gaddafi e Hamad tentaram fazer parecer que seria). É revolta da classe trabalhadora, diretamente provocada pela crise global do capitalismo.
 
Choque de civilizações, fim da história, islamofobia e outros conceitos igualmente tolos estão mortos e enterrados. As pessoas querem direitos sociais, querem navegar em águas da democracia política e da democracia social.
 
Nesse sentido, a rua árabe é hoje a vanguarda do mundo. Se al-Khalifa não entender, será arrancado de lá.
 

[1] Ecoa, nessa frase, a primeira linha do Manifesto Comunista, Marx e Engels, 1948: “Um espectro ronda a Europa - o espectro do comunismo [em http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf (NTs)].