quinta-feira, novembro 18, 2010

O Enem se insere no contexto da democratização do acesso ao ensino superior

Haddad defende Enem e direito de alunos

haddadO ministro da Educação, Fernando Haddad, prestou esclarecimentos nesta quinta-feira (17), na Comissão de Educação da Câmara sobre as falhas ocorridas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o ministro, os problemas que envolveram o Enem não se resumem à questão numérica. "A questão principal não é com o número de estudantes que foram atingidos pelos erros, mas assegurar o direito individual de cada um desses alunos. Não estamos minimizando o problema. Se afetasse um só aluno, o problema seria, para o ministério da Educação, o mesmo que afetar dois ou 10 mil estudantes", afirmou. O ministro classificou os problemas enfrentados como "tópicos" e disse que ocorreram em razão do grande alcance do exame. Haddad lembrou que em todas as edições do Enem houve problemas parecidos com os ocorridos com a prova aplicada em 2010 mas, segundo ele, "sempre se buscou a resolução do problema para salvaguardar o direito do aluno".
O ministro lembrou ainda do vazamento da prova do Enem em 2009. Na avaliação de Haddad, houve um crime e por isso foi preciso a adiamento. "Em 2009 houve um caso extremo. O crime foi apurado e os culpados indiciados. Nesse caso se justificava a elaboração e aplicação de uma nova prova sem o comprometimento do calendário escolar", explicou.
Democratização - Para o ministro, o Enem se insere no contexto da democratização do acesso ao ensino superior. De acordo com ele, houve a transformação de um "gargalo" que fazia a maioria dos jovens brasileiros abandonar o ensino médio. "Estamos tentando transformar esse gargalo numa espécie de banda larga, que garanta o acesso e o progresso permanente dos estudantes que utilizam das bolsas que o boletim do Enem disponibiliza. A bolsa do ProUni é um exemplo", disse Haddad.
Na mesma linha, o presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputado Ângelo Vagnoni (PT-PR) apontou o avanço da educação superior no Brasil e destacou a importância do ProUni e do Enem como formas de inclusão educacional.
"Mais uma vez ficou comprovada a importância do Exame Nacional para promover o acesso dos estudantes brasileiros ao ensino superior. Seja através das universidades públicas do nosso país, seja através do ProUni, que hoje conta com cerca de 740 mil jovens matriculados no ensino privado, o Enem é o sistema que avalia e premia os jovens estudantes de família de baixa renda para aquisição da bolsa de ensino de nível superior", disse.
O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT-PE) lembrou que o tema mobilizou opiniões e, segundo ele, as ações do ministério da Educação têm prejudicado interesses não representados pelas atitudes republicanas que o MEC vem implementando. "Sabemos da necessidade imperiosa de se dar respostas aos estudantes que se sentiram prejudicados por erros cometidos. No entanto, sabemos também que interesses empresariais, financeiros diversos têm sido prejudicados pela ação republicana do ministério da Educação. É visível que algumas críticas têm esse componente". O que importa, segundo Ferro é a vontade de "reparar, corrigir e tirar lições desse episódio".
As deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN) também destacaram a importância do Enem como política de Estado. Segundo elas, as ações adotadas pelo MEC "é o caminho para avançar e consolidar o Enem como mecanismo de acesso a universidade e que sirva de instrumento de inclusão social".

Benildes Rodrigues

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