segunda-feira, maio 31, 2010

EUA E ISRAEL DESAFIAM A HUMANIDADE



Khaled Meshall: “Israel e os EUA não querem paz no Oriente Médio”.
29/5/2010, Haaretz, Telavive, entrevista a Charlie Rose
http://www.haaretz.com/news/diplomacy-defense/meshal-israel-is-the-main-obstacle-to-mideast-peace-1.292846
“Se se abstrai Israel, o Hamás não tem nenhum tipo de problema com os EUA nem nos opomos aos interesses dos EUA” – disse Meshal à conhecida jornalista norte-americana Charlie Rose.

“Os EUA são um grande Estado, uma superpotência e têm direito de defender seus interesses. O que não se entende é que se comportem como se tivessem interesses exatamente idênticos aos de Israel e diretamente opostos à paz e à sobrevivência de pessoas que nasceram e vivem na Palestina.”
E continuou: “O grande obstáculo à paz na Região são Israel e os EUA, moralmente e politicamente. Ambos têm de enfrentar essa realidade e parar de pressionar os palestinos ou os árabes em geral.”
Meshal criticou os EUA por não aceitarem manter contato direto com o Hamás. Para ele, a missão do enviado especial de Obama ao Oriente Médio George Mitchell é causa perdida, enquanto os EUA e Israel não reconhecerem o Hamás como força política legítima e parceiro necessário em todos os contatos.
“Claro que os EUA têm de construir um diálogo direto com o Hamás, sem mediadores, porque os EUA são potência militar e econômica e não se pode aceitar que temam e obedeçam Israel, mesmo à custa dos próprios interesses norte-americanos” – disse. “Será que Mitchell supõe que será bem-sucedido, na sua mediação para a questão palestina, sem diálogo com o Hamás? É difícil acreditar que pense assim.”
“Por que o governo dos EUA aceita os resultados das eleições em Israel, vença quem vencer, e aceitaram [o primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu, e aceitaram a presença no governo de um extremista conhecido como [o ministro de Negócios Estrangeiros Avigdor] Lieberman – um extremista comandando a diplomacia israelense! –, e não aceitam a eleição legítima e limpa do Hamás? São dois pesos e duas medidas, incompreensíveis num Estado importante como são os EUA.”
Meshall disse a Rose que condena todo o tipo de violência contra civis em todo o mundo e sempre. Acrescentou que o Hamás não apóia nem promove ataques terroristas. Previu que, tão logo a ocupação de terra árabe tenha fim e Israel volte às fronteiras de 1967, os ataques terroristas deixarão de acontecer.
“O mundo árabe e muçulmano vê como ultraje os crimes de Israel e a ocupação da Palestina; também são ultrajantes para nós as política viciosas dos EUA e de países europeus a favor de Israel e contra os interesses legítimos dos árabes” – Meshal continuou.
“Todo o mundo muçulmano sente que os EUA apóiam Israel. E todos se revoltam contra essa violência” – disse. “Para realmente por fim aos ataques terroristas em todo o mundo, é preciso levar a bom termo a questão palestina e pôr fim à ocupação no Iraque e no Afeganistão”.
Se vez ou outra os militantes do Hamás erram o alvo e atingem civis em território israelense, é porque “os EUA só fornecem mísseis tecnicamente avançados a Israel. Se também os vendessem ao Hamás, acertaríamos mais só alvos militares”. Negou que o Hamás esconda seus foguetes de fabricação caseira entre a população civil.
Perguntado sobre o soldado Gilad Shalit, do exército israelense, mantido cativo pelo Hamás e jamais localizado pelo exército de Israel que o procura desde 2006, Meshall culpou “Netanyahu e seu governo incompetente” e os EUA. Tudo estaria resolvido se Israel sentasse para negociar com o governo do Hamás, governo eleito”.
“Infelizmente, o governo dos EUA tem tido influência negativa e impedido um acordo de troca de prisioneiros, condição necessária para libertarmos o soldado capturado, porque os EUA proibiram Netanyahu de fazer qualquer acordo que fortaleça o Hamás e enfraqueça Mahmoud Abbas.” São exatamente as mesmas palavras que disse, essa semana, Noam Shalit, pai de Gilad.



+++

Ahmadinejad, do Irã: “Essa violência apressará o fim do regime sionista, regime sinistro e de simulacro.”
31/5/2010, The Guardian, UK, Ian Black (editor para o Oriente Médio)
O sangrento ataque israelense contra a frota de auxílio humanitário que tentava chegar a Gaza parece ter sido desastroso gol contra. Chamará ainda mais a atenção do mundo contra o continuado bloqueio da Faixa da Gaza – e do pior modo possível –, e fará aumentar a pressão internacional contra o bloqueio. O mais provável é que Israel seja obrigado, agora, a aceitar conversações diretas com o Hamás, partido islâmico palestino que governa a Faixa.
O Hamás imediatamente acusou Israel de haver cometido crime de guerra, ao mesmo tempo em que conclamou a comunidade internacional a intervir urgentemente, para levantar o sítio que sofrem os palestinos. De fato, o bloqueio israelense começou depois que o Hamás foi eleito, há quatro anos. (...)
O Egito também será atingido pelos efeitos da desastrosa ação dos israelenses, porque também mantém o bloqueio de Gaza na fronteira sul. Ontem, anunciou que estava preparado para receber os navios da “Flotilla internacional da paz” no porto de El-Arish, no norte do Sinai. A medida terá pouco efeito, porque o Egito será exposto ao mundo como cúmplice de Israel.
Na Jordânia, aliada dos EUA, houve furiosas manifestações de rua. A Jordânia, como o Egito, mantêm um tratado de paz com Israel. Tudo isso aumenta a gravidade da repercussão regional.
Amanhã, em reunião de emergência da Liga Árabe, ouvir-se-ão os ecos, também da ira regional. Amr Moussa, secretário-geral, disse, em reunião no Qatar, que “Israel não está preparada para a paz.” (...)
Embora se tenham passado poucas horas do ataque de Israel ao comboio internacional de ajuda humanitária, já era claro, em todo o mundo, que o ataque veio como um presente dos céus para os inimigos de Israel. Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, disse: “A ação desumana do regime sionista contra o povo palestino, impedindo, pela violência mais bárbara a entrega de ajuda humanitária ao povo de Gaza, não é sinal de força do regime sionista, mas de fraqueza. Essa violência apressará o fim do regime sionista, regime sinistro e de simulacro.”
__________________________________



Israel attacks Gaza aid fleet

Al Jazeera's report on board the Mavi Marmara before communications were cut
Israeli forces have attacked a flotilla of aid-carrying ships aiming to break the country's siege on Gaza.
At least 19 people were killed and dozens injured when troops intercepted the convoy of ships dubbed the Freedom Flotilla early on Monday, Israeli radio reported.
The flotilla was attacked in international waters, 65km off the Gaza coast.
Avital Leibovich, an Israeli military spokeswoman, confirmed that the attack took place in international waters, saying: "This happened in waters outside of Israeli territory, but we have the right to defend ourselves."
Footage from the flotilla's lead vessel, the Mavi Marmara, showed armed Israeli soldiers boarding the ship and helicopters flying overhead.
Al Jazeera's Jamal Elshayyal, on board the Mavi Marmara, said Israeli troops had used live ammunition during the operation.
The Israeli military said four soldiers had been wounded and claimed troops opened fire after "demonstrators onboard attacked the IDF Naval personnel with live fire and light weaponry including knives and clubs".
Free Gaza Movement, the organisers of the flotilla, however, said the troops opened fire as soon as they stormed the convoy.
Our correspondent said that a white surrender flag was raised from the ship and there was no live fire coming from the passengers.
Before losing communication with our correspondent, a voice in Hebrew was clearly heard saying: "Everyone shut up".
Israeli intervention
Earlier, the Israeli navy had contacted the captain of the Mavi Marmara, asking him to identify himself and say where the ship was headed.
Shortly after, two Israeli naval vessels had flanked the flotilla on either side, but at a distance.
Organisers of the flotilla carrying 10,000 tonnes of humanitarian aid then diverted their ships and slowed down to avoid a confrontation during the night.
They also issued all passengers life jackets and asked them to remain below deck.
Al Jazeera’s Ayman Mohyeldin, reporting from Jerusalem, said the Israeli action was surprising.
"All the images being shown from the activists on board those ships show clearly that they were civilians and peaceful in nature, with medical supplies on board. So it will surprise many in the international community to learn what could have possibly led to this type of confrontation," he said.
Meanwhile, Israeli police have been put on a heightened state of alert across the country to prevent any civil disturbances.
Sheikh Raed Salah,a leading member of the Islamic Movement who was on board the ship, was reported to have been seriously injured. He was being treated in Israel's Tal Hasharon hospital.
In Um Al Faham, the stronghold of the Islamic movement in Israel and the birth place of Salah, preparations for mass demonstrations were under way.
Protests
Condemnation has been quick to pour in after the Israeli action.
Mahmoud Abbas, the Palestinian president, officially declared a three-day state of mourning over Monday's deaths.
Turkey, Spain, Greece, Denmark and Sweden have all summoned the Israeli ambassador's in their respective countries to protest against the deadly assault.
Worldwide outrage has followed the deadly Israeli attack of Gaza aid convoy [AFP]
Thousands of Turkish protesters tried to storm the Israeli consulate in Istanbul soon after the news of the operation broke. The protesters shouted "Damn Israel" as police blocked them.
"(The interception on the convoy) is unacceptable ... Israel will have to endure the consequences of this behaviour," the Turkish foreign ministry said in a statement.
Ismail Haniya, the Hamas leader in Gaza, has also dubbed the Israeli action as "barbaric".
Hundreds of pro-Palestinian activists, including a Nobel laureate and several European legislators, were with the flotilla, aiming to reach Gaza in defiance of an Israeli embargo.
The convoy came from the UK, Ireland, Algeria, Kuwait, Greece and Turkey, and was comprised of about 700 people from 50 nationalities.
But Israel had said it would not allow the flotilla to reach the Gaza Strip and vowed to stop the six ships from reaching the coastal Palestinian territory.
The flotilla had set sail from a port in Cyprus on Sunday and aimed to reach Gaza by Monday morning.
Israel said the boats were embarking on "an act of provocation" against the Israeli military, rather than providing aid, and that it had issued warrants to prohibit their entrance to Gaza.
It asserted that the flotilla would be breaking international law by landing in Gaza, a claim the organisers rejected.
http://english.aljazeera.net/news/middleeast/2010/05/201053133047995359.html

+++

31/05/2010 - 06h54 / Atualizada 31/05/2010 - 08h34

Israel ataca barcos que tentavam furar bloqueio a Gaza; ataque repercute no mundo

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
A Marinha de Israel atacou nesta segunda-feira (31) uma frota de seis embarcações com ativistas pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza e entregar suprimentos à região.

Segundo a TV israelense, no mínimo 19 pessoas teriam morrido na ação. Em entrevista à rádio do Exército, o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse lamentar as mortes.

A exata localização das embarcações é incerta. Israel teria advertido as embarcações para que não invadissem suas águas territoriais.
Mas, segundo os ativistas, os barcos estavam em águas internacionais, a mais de 60 quilômetros da costa.
Os barcos, organizados pela ONG Free Gaza, levavam 750 ativistas e cerca de 10 mil toneladas de suprimentos para a faixa de Gaza.
Imagens da TV turca feitas a bordo do barco turco que liderava a frota mostram soldados israelenses lutando para controlar os passageiros.
As imagens mostram algumas pessoas, aparentemente feridas, deitadas no chão. O som de tiros pode ser ouvido.
A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense haviam disparado e abordado o barco, ferindo o capitão.
A transmissão das imagens pela Al-Jazeera foi encerrada com uma voz gritando em hebraico: "Todo mundo cale a boca!".
A frota de seis embarcações havia deixado as águas internacionais próximo à costa do Chipre no domingo (30) e pretendia chegar a Gaza nesta segunda-feira (31)
Israel havia dito que bloquearia a passagem dos barcos e classificou a campanha de "uma provocação com o intuito de deslegitimar Israel".
Repercussão
As mortes dos ativistas envolvidos na expedição de ajuda aos palestinos causou grande repercussão na comunidade internacional. O Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia reagiu duramente ao ataque e, em comunicado, afirma que o governo israelense terá que enfrentar as consequências por seu comportamento.

A Turquia também estabeleceu um centro de crise para acompanhar o desenvolvimento dos eventos.

O embaixador israelense em Ancara, Gaby Levy, foi convocado ao citado Ministério para dar explicações e receber o protesto do governo turco.
O comunicado diz que o Exército israelense usou a força contra um grupo de ajuda humanitária, que inclui "idosos, mulheres e crianças" que viajam nos navios, o que considerou "inaceitável".
"Tomando como alvo civis inocentes, Israel mostrou mais uma vez que não se preocupa com a vida humana, nem com as iniciativas pacíficas. Condenamos fortemente esta prática desumana de Israel", acrescentou a nota.
"Este incidente, que aconteceu em águas internacionais abusando da lei internacional, terá consequências impossíveis de compensar", avisou o Ministério turco.
"Não importa qual seja a razão, esta ação contra civis que atuam com propósito humanitário é impossível de aceitar. Israel terá que enfrentar as consequências de seu comportamento e da violação das leis internacionais", conclui o comunicado.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que se encontra no Chile cancelou sua visita à América Latina e anunciou que fará declarações nas próximas horas.
O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na "Frota da Liberdade", pois três dos navios que a compõem procedem deste país.
Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que "os cinco navios foram sequestrados"; e que "receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense".
Assim como os gregos, a comunidade europeia também reagiu ao incidente. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje às autoridades israelenses uma "investigação completa" sobre o ataque à "Frota da Liberdade". A diplomata também destacou por meio de seu porta-voz que a UE continua seriamente preocupada com a situação humanitária em Gaza e destacou que o bloqueio é "inaceitável e politicamente contraproducente".

Confira a repercussão internacional

Turquia Tomando como alvo civis inocentes, Israel mostrou mais uma vez que não se preocupa com a vida humana, nem com as iniciativas pacíficas. Condenamos fortemente esta prática desumana de Israel. (...) Este incidente, que aconteceu em águas internacionais abusando da lei internacional, terá consequências impossíveis de compensar. (...) Não importa qual seja a razão, esta ação contra civis que atuam com propósito humanitário é impossível de aceitar. Israel terá que enfrentar as consequências de seu comportamento e da violação das leis internacionais" - Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia
Autoridade Nacional Palestina (ANP) "O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre" - Mahmoud Abbas, presidente da ANP
Irã "O ato desumano do regime sionista contra o povo palestino e o fato de impedir que a ajuda humanitária destinada à população chegasse a Gaza não é um sinal de força, e sim de fragilidade deste regime" - Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
França "Tomaremos todas as medidas necessárias para evitar que esta tragédia provoque novas escaladas de violência" - Bernard Kouchner, ministro de Exteriores
Alemanha "Os governos da Alemanha sempre reconheceram o direito de defesa de Israel, mas este direito deve acontecer dentro de uma resposta proporcional. À primeira vista, não parece ser o que aconteceu" - Ulrich Wilhelm, porta-voz do governo da Alemanha

Segundo Ashton, a comunidade europeia exige a "abertura imediata, incondicional e permanente" das vias de acesso a Gaza para permitir a chegada de ajuda humanitária, bens comerciais e pessoas.
ANP
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque israelense à "Frota da Liberdade", que se dirigia para a faixa de Gaza, no qual teriam morrido 14 ativistas.
Em comunicado emitido da Cisjordânia, por meio da agência oficial palestina "Wafa", Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel.
"O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre", disse Abbas.
Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda".
"A agressão israelense terá perigosas consequências na região e no mundo", advertiu Abu Rudeina.
Por sua vez, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que "nada pode justificar" o "crime" cometido hoje por Israel.
"Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional", acrescentou.
Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de "crime de guerra" que "confirma que Israel age como um Estado acima da lei". Ele pediu uma resposta "rápida e apropriada" da comunidade internacional.
"Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis - remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção - para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente", apontou Erekat.
Por sua vez, o chefe de governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como "brutal" e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.
Ele pediu à "comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio" que mantém Israel sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.
Além disso, pediu a Abbas que suspenda "imediatamente" o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos.
Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.
Protesto
A ação do governo de Israel também foi alvo de protesto na Turquia e centenas de manifestantes turcos se concentraram nesta manhã em frente das delegações diplomáticas de Israel para protestar contra o ataque israelense.
Desde o começo da manhã, várias centenas de pessoas se concentraram em frente ao consulado israelense em Istambul e tentaram entrar nele.
A polícia bloqueou os manifestantes, cujo número aumentava com a passagem das horas. Outros acamparam em frente ao consulado, que fica na região de escritórios de Levent, lendo versículos do Corão e gritando palavras de ordem contra o ataque de Israel.
Em Ancara, um grupo de manifestantes enfurecidos se concentrou em frente à residência do embaixador israelense, Gaby Levi, do qual se espera que vá ao Ministério de Exteriores da Turquia, pois foi chamado para consultas.
Histórico
Israel decretou um bloqueio quase total à entrada de mercadorias na faixa de Gaza desde que o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle da região, em junho de 2007.
O Hamas é acusado pelos disparos de milhares de mísseis contra o território israelense na última década.
Israel diz que permite a entrada de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária a Gaza a cada semana.
Mas a Organização das Nações Unidas diz que isso é menos de um quarto do necessário.

+++

“Todo mundo cale a boca”

Por Thiago

O vídeo com a última reportagem da Al Jazeera antes que a comunicação fosse cortada. Ainda não consigo acreditar no que vejo.
E acabou em tragédia o movimento pacifista. 16 pacifistas mortos! Isarel sim é uma ameaça real à paz no Oriente médio.

Israel ataca barcos que tentavam furar bloqueio a Gaza; 16 pessoas morreram

da BBC Brasil
A Marinha de Israel atacou nesta segunda-feira uma frota de embarcações com ativistas pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio à Faixa de Gaza e entregar suprimentos à região.
Segundo a TV israelense, até 16 pessoas teriam morrido. Em entrevista à rádio do Exército, o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse lamentar as mortes.
A exata localização das embarcações é incerta. Israel teria advertido as embarcações para que não invadissem suas águas territoriais.
Mas, segundo os ativistas, os barcos estavam em águas internacionais, a mais de 60 quilômetros da costa.
Suprimentos
Os barcos, organizados pela ONG Free Gaza, levavam 750 ativistas e cerca de 10 mil toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza.
Imagens da TV turca feitas a bordo do barco turco que liderava a frota mostram soldados israelenses lutando para controlar os passageiros.
As imagens mostram algumas pessoas, aparentemente feridas, deitadas no chão. O som de tiros pode ser ouvido.
A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense haviam disparado e abordado o barco, ferindo o capitão.
A transmissão das imagens pela Al-Jazeera foi encerrada com uma voz gritando em hebraico: “Todo mundo cale a boca!”.
‘Provocação’
A frota de seis embarcações havia deixado as águas internacionais próximo à costa do Chipre no domingo e pretendia chegar a Gaza nesta segunda-feira.
Israel havia dito que bloquearia a passagem dos barcos e classificou a campanha de “uma provocação com o intuito de deslegitimar Israel”.
Israel decretou um bloqueio quase total à entrada de mercadorias na Faixa de Gaza desde que o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle da região, em junho de 2007.
O Hamas é acusado pelos disparos de milhares de mísseis contra o território israelense na última década.
Israel diz que permite a entrada de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária a Gaza a cada semana.
Mas a Organização das Nações Unidas diz que isso é menos de um quarto do necessário.

Para acompanhar pelo Twitter:clique aqui
Autor: luisnassif - Categoria(s): Sem categoria
 
+++
 

O momento do ataque israelense

Por Thiago

Mais um vídeo no momento do ataque israelense. Os ativistas dizem que o ataque aconteceu em águas internacionais.

A tradução do Google do press release da Chancelaria turca.
Comunicado de Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia re Assuntos: Flotilha Massacre
Ao Ministério turco dos Negócios Estrangeiros | 31 de maio de 2010
Protestamos veementemente o uso da força pelas Forças de Defesa de Israel contra os civis de muitos países que querem para o transporte de ajuda humanitária ao povo de Gaza, e entre os quais são mulheres e crianças, que, de acordo com as primeiras informações disponíveis , resultou na morte de duas pessoas e ferimento de mais de 30 pessoas.
Israel mais uma vez, demonstrou claramente que não valor humano não vive e as iniciativas de paz através de alvos civis inocentes. Condenamos firmemente estes actos desumanos de Israel. Este grave incidente que teve lugar em alto mar, em violação flagrante do direito internacional pode causar conseqüências irreversíveis em nossas relações.
Além das iniciativas que estão sendo conduzidas pela nossa Embaixada em Tel Aviv, este incidente inaceitável é protestou fortemente e de explicação é exigida a partir do Embaixador Israil no Ancara, que foi convidado para o nosso ministério.
Seja qual for o motivo poderia ser, tais acções contra os civis que estão envolvidos apenas em atividades pacíficas não podem ser aceites. Israel terá de arcar com as conseqüências dessas ações que constituem uma violação do direito internacional.
Que Deus conceda a Sua misericórdia sobre aqueles que perderam suas vidas. Queremos expressar nossas condolências aos familiares do falecido, e rápida recuperação aos feridos.
Para acompanhar pelo Twitter:clique aqui
+++

Cenas do massacre dos pacifistas

Por Nilson Fernandes

Clique aqui para ir à matéria
Para acompanhar pelo Twitter:clique aqui
Autor: luisnassif - Categoria(s): Sem categoria
+++

O teste do Twitter nos crimes de Israel

Por Thiago

Comentaristas estão reclamando que o Twitter está censurando as mensagens sobre o ataque israelense.
Shubnum_Khan RT @Fatema_aj: #ShameTwitter for banning all #FreedomFlotilla & #flotilla tweets and censoring israil from including this topic !
less than 20 seconds ago from web
Para acompanhar pelo Twitter:clique aqui
Autor: luisnassif - Categoria(s): Sem categoria
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

+++

Israel ataca frota que levava ajuda humanitária a Gaza

Israel ataca barcos que tentavam furar bloqueio a Gaza; ataque repercute no mundo
do UOL
Clique aqui para ver um vídeo divulgado por uma emissora da Turquia
A Marinha de Israel atacou nesta segunda-feira (31) uma frota de seis embarcações com ativistas pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza e entregar suprimentos à região.
Segundo a TV israelense, no mínimo 19 pessoas teriam morrido na ação. Em entrevista à rádio do Exército, o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse lamentar as mortes.
A exata localização das embarcações é incerta. Israel teria advertido as embarcações para que não invadissem suas águas territoriais.
Mas, segundo os ativistas, os barcos estavam em águas internacionais, a mais de 60 quilômetros da costa.
Os barcos, organizados pela ONG Free Gaza, levavam 750 ativistas e cerca de 10 mil toneladas de suprimentos para a faixa de Gaza.
Imagens da TV turca feitas a bordo do barco turco que liderava a frota mostram soldados israelenses lutando para controlar os passageiros.
As imagens mostram algumas pessoas, aparentemente feridas, deitadas no chão. O som de tiros pode ser ouvido.
A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense haviam disparado e abordado o barco, ferindo o capitão.
A transmissão das imagens pela Al-Jazeera foi encerrada com uma voz gritando em hebraico: “Todo mundo cale a boca!”.
A frota de seis embarcações havia deixado as águas internacionais próximo à costa do Chipre no domingo (30) e pretendia chegar a Gaza nesta segunda-feira (31)
Israel havia dito que bloquearia a passagem dos barcos e classificou a campanha de “uma provocação com o intuito de deslegitimar Israel”.
Repercussão
As mortes dos ativistas envolvidos na expedição de ajuda aos palestinos causou grande repercussão na comunidade internacional. O Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia reagiu duramente ao ataque e, em comunicado, afirma que o governo israelense terá que enfrentar as consequências por seu comportamento.
A Turquia também estabeleceu um centro de crise para acompanhar o desenvolvimento dos eventos.
O embaixador israelense em Ancara, Gaby Levy, foi convocado ao citado Ministério para dar explicações e receber o protesto do governo turco.
O comunicado diz que o Exército israelense usou a força contra um grupo de ajuda humanitária, que inclui “idosos, mulheres e crianças” que viajam nos navios, o que considerou “inaceitável”.
“Tomando como alvo civis inocentes, Israel mostrou mais uma vez que não se preocupa com a vida humana, nem com as iniciativas pacíficas. Condenamos fortemente esta prática desumana de Israel”, acrescentou a nota.
“Este incidente, que aconteceu em águas internacionais abusando da lei internacional, terá consequências impossíveis de compensar”, avisou o Ministério turco.
“Não importa qual seja a razão, esta ação contra civis que atuam com propósito humanitário é impossível de aceitar. Israel terá que enfrentar as consequências de seu comportamento e da violação das leis internacionais”, conclui o comunicado.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que se encontra no Chile cancelou sua visita à América Latina e anunciou que fará declarações nas próximas horas.
O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na “Frota da Liberdade”, pois três dos navios que a compõem procedem deste país.
Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que “os cinco navios foram sequestrados”; e que “receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense”.
Assim como os gregos, a comunidade europeia também reagiu ao incidente. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje às autoridades israelenses uma “investigação completa” sobre o ataque à “Frota da Liberdade”. A diplomata também destacou por meio de seu porta-voz que a UE continua seriamente preocupada com a situação humanitária em Gaza e destacou que o bloqueio é “inaceitável e politicamente contraproducente”.
Segundo Ashton, a comunidade europeia exige a “abertura imediata, incondicional e permanente” das vias de acesso a Gaza para permitir a chegada de ajuda humanitária, bens comerciais e pessoas.
ANP
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque israelense à “Frota da Liberdade”, que se dirigia para a faixa de Gaza, no qual teriam morrido 14 ativistas.
Em comunicado emitido da Cisjordânia, por meio da agência oficial palestina “Wafa”, Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel.
“O que Israel cometeu contra os ativistas da ‘Frota da Liberdade’ é um massacre”, disse Abbas.
Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de “crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda”.
“A agressão israelense terá perigosas consequências na região e no mundo”, advertiu Abu Rudeina.
Por sua vez, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que “nada pode justificar” o “crime” cometido hoje por Israel.
“Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional”, acrescentou.
Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de “crime de guerra” que “confirma que Israel age como um Estado acima da lei”. Ele pediu uma resposta “rápida e apropriada” da comunidade internacional.
“Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis – remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção – para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente”, apontou Erekat.
Por sua vez, o chefe de governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como “brutal” e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.
Ele pediu à “comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio” que mantém Israel sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.
Além disso, pediu a Abbas que suspenda “imediatamente” o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos.
Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.
Protesto
A ação do governo de Israel também foi alvo de protesto na Turquia e centenas de manifestantes turcos se concentraram nesta manhã em frente das delegações diplomáticas de Israel para protestar contra o ataque israelense.
Desde o começo da manhã, várias centenas de pessoas se concentraram em frente ao consulado israelense em Istambul e tentaram entrar nele.
A polícia bloqueou os manifestantes, cujo número aumentava com a passagem das horas. Outros acamparam em frente ao consulado, que fica na região de escritórios de Levent, lendo versículos do Corão e gritando palavras de ordem contra o ataque de Israel.
Em Ancara, um grupo de manifestantes enfurecidos se concentrou em frente à residência do embaixador israelense, Gaby Levi, do qual se espera que vá ao Ministério de Exteriores da Turquia, pois foi chamado para consultas.
Histórico
Israel decretou um bloqueio quase total à entrada de mercadorias na faixa de Gaza desde que o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle da região, em junho de 2007.
O Hamas é acusado pelos disparos de milhares de mísseis contra o território israelense na última década.
Israel diz que permite a entrada de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária a Gaza a cada semana. Mas a Organização das Nações Unidas diz que isso é menos de um quarto do necessário.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/israel-ataca-frota-que-levava-ajuda-humanitaria-a-gaza.html


+++

Demônios da guerra à solta

Eu não sou supersticioso, nem religioso, nem sensitivo, nem médium, nada disso. Mas estou sentindo cheiro de guerra no ar. Primeiro foi a reação estranhamente afoita, agressiva, dos EUA ao acordo obtido entre Brasil, Turquia e Irã. Depois um navio sulcoreano é atacado misteriosamente, provocando súbito aumento de tensão entre as duas coréias. A Coréia do Norte, acusada de ordenar o ataque, nega a autoria. A China afirma também não acreditar na culpabilidade do regime comunista. Jà foi o bastante, porém, para os EUA se moblizarem militarmente.

Soubemos que os EUA iniciaram, desde setembro do ano passado, uma ofensiva clandestina contra regimes considerados "hostis" do oriente médio.

E agora Israel ataca um comboio marítimo em águas internacionais, provocando, naturalmente, uma onda de ódio em todo o mundo árabe pela covardia do ato. O comboio carrregava 10 mil toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é desesperadora.

A militância pró-palestina na internet está estupefata. Apesar de esperarem qualquer coisa de Israel, ninguém imaginava que o país fosse capaz de atacar um comboio com mais de 600 pessoas, todos pacifistas civis, com muitos velhos, mulheres, parlamentares, jornalistas entre eles.

O Nassif está monitorando a situação. A rede Al Jazeera também, em inglês, claro. A blogosfera está toda extremamente revoltada, sobretudo porque o fato evidencia a política de dois pesos e duas medidas dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU, que fazem todo o tipo de acusações verbais violentíssimas ao Irã e procuram impor sanções econômicas severas, em cima de hipóteses, enquanto Israel promove um massacre real em águas internacionais e tenta vender bombas atômicas para outros países, e tudo fica por isso mesmo.

O demônio da guerra está à solta novamente e quer sangue. Nas fábricas de armas do interior dos EUA, contratam-se mais operários para um turno extra. Algum figurão abre uma champagne em Manhathan. Lembrei, não sei porque, da canção de Dylan, cantada por Hendrix, que deixo aqui como uma oração à vida, à arte, ao amor e à paz:

"There must be some way out of here," said the joker to the thief,
"There's too much confusion, I can't get no relief.
Businessmen, they drink my wine, plowmen dig my earth,
None of them along the line know what any of it is worth."

"No reason to get excited," the thief, he kindly spoke,
"There are many here among us who feel that life is but a joke.
But you and I, we've been through that, and this is not our fate,
So let us not talk falsely now, the hour is getting late."

All along the watchtower, princes kept the view
While all the women came and went, barefoot servants, too.

Outside in the distance a wildcat did growl,
Two riders were approaching, the wind began to howl