segunda-feira, setembro 21, 2009

NA FOLHA TUCANA DE SÃO PAULO

Para 99% dos analistas, ser exportador de commodities é o maior problema do Brasil; mas criticar a maior empresa do país e que só vende commodities é ‘intervencionismo’
 
O jornalista, tb afirma que ela aceita "rótulo de estatizante", mas na verdade o que ela diz é :"Se é o aumento da capacidade de planejar o país, de ter parcerias com o setor privado, de o Estado ter se tornado o indutor do desenvolvimento, concordo."
 
Isso não é ser estatizante.
 
Depois de 30 anos sem construir uma hidrelétrica, com a indústria Naval praticamente parada, com o setor petroquímico estagnado, sem um único km novo de ferrovias, é estatizante colocar estatais em parceria com a iniciativa privada para retomar esses setores?
 
Isso é ocupar espaços que não interessaram a eles sozinhos, chamando-os para parcerias estratégicas.
 
Alexandre Porto
 

"Só tupiniquim usa tese falida do Estado mínimo", diz Dilma
Para ministra, quem defende mercado como solução para tudo está "contra a realidade'
 
Petista diz que Lula "não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista", mas aceita rótulo de que governo é "nacionalista e estatizante"
 
Sérgio Lima/Folha Imagem
 
Aministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em seu gabinete no CCBB, em Brasília
 
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Opinião da Folha 
Candidata à Presidência em 2010, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) diz que o Estado mínimo é uma "tese falida", que "só os tupiniquins" aplicam. Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo "está contra a corrente" e "contra a realidade". Principal auxiliar do presidente Lula, escolhida por ele para ser a candidata à sua sucessão, Dilma sai em defesa do chefe diante das críticas de que ele adotou uma política "intervencionista e estatizante". "Os empresários podem falar o que quiserem, que é democrático. O presidente da República não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Diríamos assim, não é justo", protestou Dilma, num tom exaltado, em entrevista à Folha, na última quinta-feira, em seu gabinete, todo ornamentado com imagens de santos.
Bem-humorada, a ministra afirmou não aceitar a pecha de "intervencionista", mas não escondeu o sorriso ao dizer que "aceita" e "concorda" que o governo Lula seja classificado de nacionalista e estatizante.
"Esse país não pode ter vergonha mais de ser patriota" ou "que história é essa de nacionalista ser xingamento?" foram algumas de suas frases, sinalizando o tom que os petistas devem usar na disputa de 2010. Apesar de refutar a classificação de intervencionista, ela, a exemplo de Lula, cobra da Vale, uma empresa privada, maior compromisso com o país. "É uma empresa privada delicada", que não pode sair por aí "explorando recursos naturais do país e não devolver nada".
 
 Entrevista 
FOLHA - O ex-presidente FHC disse que é preciso fazer um país mais aberto, não ter uma pessoa só que manda, porque hoje parece que o Brasil depende de um homem só. O que a sra. acha?
DILMA ROUSSEFF - A quem ele está se referindo?
 
FOLHA - Ao presidente Lula.
DILMA - Se você acha isso, eu não tenho certeza. Se tem um presidente democrático, é o presidente Lula. Agora, ele jamais abrirá mão de suas obrigações. Entre as obrigações está mandar algumas coisas. Por exemplo, fazer o Bolsa Família. Ele mandou que não fizéssemos aventura nenhuma com a taxa de inflação.
 
FOLHA - A declaração de FHC embute a análise de que no governo Lula houve uma maior intervenção na economia, nas estatais, na vida das empresas.
DILMA - Tinha gente torcendo para ficarmos de braços cruzados na crise. Diziam: "o governo Lula sempre deu certo, mas nunca enfrentou uma crise internacional". Apareceu a maior crise dos últimos tempos, que estamos superando. Eu acho que quem defendia que o mercado solucionava tudo, o mercado provê, é capaz de legislar e garantir, está contra a corrente e contra a realidade. O que se viu no mundo nos últimos tempos é que a tese do Estado mínimo é uma tese falida, ninguém aplica, só os tupiniquins. Nós somos extremamente a favor do Estado que induz o crescimento, o desenvolvimento, que planeja.
 
FOLHA - Pela declaração do ex-presidente, a sra. avalia que eles não teriam seguido a mesma receita de vocês nessa crise?
DILMA - Eu não gosto de polemizar com um presidente, porque ele tem outro patamar. Agora, os que apostam e ficam numa discussão, que, além de enfadonha, é estéril, de que há uma oposição entre iniciativa privada e governo, gostam de discussão fundamentalista. É primário ficar nessa discussão de que o governo, para não ser chamado de intervencionista, seja um governo omisso, de braços cruzados, que não se interessa por resolver as questões da pobreza nem do desenvolvimento econômico.
 
FOLHA - Essa maior interferência do governo não levou a uma visão estatizante da economia e a um discurso eleitoreiro, como no pré-sal?
DILMA - As acusações são eleitoreiro, estatizante, intervencionista e nacionalista. Tem algumas que a gente aceita. Nacionalista a gente aceita. Esse país não pode ter vergonha mais de ser patriota. Eu não vi um americano ter vergonha de ser patriota, nunca vi um francês. Que história é essa de nacionalista ser xingamento?
 
FOLHA - Nacionalista vocês aceitam. E estatizante?
DILMA - Se é o aumento da capacidade de planejar o país, de ter parcerias com o setor privado, de o Estado ter se tornado o indutor do desenvolvimento, concordo.
 
FOLHA - Intervencionista?
DILMA - Não somos.
 
FOLHA - Mas eleitoreiro?
DILMA - Não. Sabemos que quem não tem projeto vai achar tudo eleitoreiro.
 
FOLHA - Quando o presidente pressiona um dirigente de empresa privada, como Roger Agnelli, da Vale, não é uma ingerência indevida?
DILMA - Você acha certo exportar minério de ferro e importar produtos siderúrgicos? Ela é uma empresa privada delicada. Porque ela está explorando recursos naturais do Brasil. Você não pode sair por aí explorando os recursos naturais e não devolver nada. O presidente ficou chocado com empresas que demitiram bastante na crise sem ter consideração pelos empregos do país.
 
FOLHA - Isso representa prejuízo para uma empresa privada.
DILMA - Não se trata de prejuízo, se trata do tamanho do lucro, a mesma coisa da Petrobras. O que vale para a Petrobras vale para a Vale. A preocupação com a riqueza nacional é uma obrigação do governo. Eu não acho que o presidente foi lá interferir na Vale. O presidente manifestou, assim como muitas vezes os empresários manifestam, seu descontentamento, e não implica uma interferência, a gente tem de democraticamente aceitar as observações, ser capaz inclusive de aprender com críticas. Por que o presidente não pode falar?
 
FOLHA - A sra. acha que uma empresa privada tem de abrir mão de uma parte do lucro...
DILMA - Não estou discutindo isso. Estou discutindo é que ela, assim como a Petrobras, nem sempre pode. Se a Petrobras quiser o lucro dela só, vai fazer uma coisa monotônica.
 
FOLHA - O presidente pensou em tirar o Agnelli da Vale?
DILMA - Que eu saiba não. Ele não tem poder para isso. Como você disse, é uma empresa privada. O que ele fez foi externar seu descontentamento com a forma que demitiram gente. Ele não fez só para a Vale. Eu acho interessante essa história, os empresários podem falar o que quiserem que é democrático, o presidente não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Isso, diríamos assim, não é justo.
 
FOLHA - Durante o governo houve um grande processo de fusões de empresas no Brasil. Deu-se por um estímulo direto do governo Lula?
DILMA - São sinais dos tempos. Não tem nada de artificial. Ninguém falou "eu vou ali criar uma empresa fortíssima". As empresas estavam maduras. As que não se fundiram aqui compraram coisas lá fora.
 
FOLHA - A sra. defende um Banco Central independente, por lei?
DILMA - Não acho que seja necessário isso. Não vejo nenhum motivo para criar esse tipo de problema agora no Brasil, abrir esse tipo de discussão.
 
Opinião da Folha
Ministra reafirma certeza de que está curada do câncer e diz que, depois da doença, passou a "dar importância ao sol batendo nas folhas"
Ainda sem assumir oficialmente uma candidatura que o presidente Lula divulga pelo país, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirma que nunca imaginou um dia disputar esse cargo e que, na infância, seu sonho era ser "bailarina".
"Isso, eu acho que é mais de homem. Na minha época, eu queria ser bailarina", disse, depois de ser questionada se na infância chegou a sonhar em ser presidente do Brasil.
Dilma deixa escapar aqui e ali sua condição de candidata petista à sucessão de Lula, apesar de dizer que isso só ficará definido após a convenção de seu partido. "É uma honra, sem sombra de dúvidas", diz, ao falar sobre a possibilidade de dar continuidade ao governo Lula.
Tida como uma futura candidata "sem carisma nem jogo de cintura", a ministra reconhece que são qualidades importantes num candidato. Quem não as tem, afirma, "sofre".
Dizendo ter certeza de que está curada do câncer, afirma que a doença a fez dar "imensa importância para a vida" e também a "coisas menores". Por exemplo, "você dá importância ao sol batendo nas folhas, olha o mundo com outros olhos".
Sobre a polêmica envolvendo a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que gerou desgaste em sua imagem, a ministra diz que, para ela, esse episódio está encerrado.
A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha, na qual afirmou que o governo Lula fez o brasileiro perder "aquilo que o Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-latas". (VALDO CRUZ)
 
 Entrevista
FOLHA - Quais são os pontos positivos que o governo Lula poderá apresentar durante a campanha eleitoral, em 2010?
DILMA ROUSSEFF - Eu acho que três, que vamos deixar de legado. Crescimento econômico, inflação sob controle e o fato de termos elevado à classe média milhões de brasileiros. Outro dia, o último dado dava quase 25 milhões de pessoas. Criamos uma rede de proteção para os mais pobres, fizemos uma transformação da educação básica. Tem ainda a questão das escolas técnicas, esse orgulho do presidente de ser quem mais criou universidades no Brasil. O JK criou 10, ele criou 11.
 
FOLHA - Duas não vinham do governo FHC?
DILMA - Tem mais três no Congresso. Tem o PAC. E tem mais uma coisa, a questão da nossa soberania, o fato de termos sido capazes, mantendo a nossa soberania, de ter uma política externa de diversificação de parceiros. O Brasil acabou com a submissão que tínhamos aos Estados Unidos, à Europa, e passou a ser um "player" internacional. E o presidente fez isso magistralmente. Essas coisas produzem, no Brasil e no governo, a respeitabilidade internacional. Eu acho que essa autoestima nós conseguimos passar para a população. Hoje nós não temos mais aquilo que o Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-latas. Eu acho que o Brasil mudou. E acho que as pessoas sabem disso.
 
FOLHA - E os pontos negativos do governo Lula, que serão explorados pela oposição?
DILMA - Ah, se a gente tivesse mais um prazinho fazia. A gente sempre pode melhorar tudo.
 
FOLHA - Mas alguns pontos, como saúde, segurança...
DILMA - Eu acho que nós temos uma grande tarefa daqui para a frente. O presidente sempre fala nisso. A questão da melhoria do Estado brasileiro. Esse negócio de transformar, de criar o Estado mínimo, é uma coisa muito ineficiente. Nós tivemos, depois da década de 80, um processo de desmantelamento da máquina pública, o que implicou perda de capacidade e de engenharia.
 
FOLHA - A sra. acredita que esse conjunto de programas será suficiente para o presidente eleger o seu sucessor?
DILMA - Nós acertamos mais do que erramos. Olha, se aquele assessor do Clinton tinha razão, "é a economia, estúpido", eu acho que o presidente Lula tem um governo que não é só economia. É, como eu disse, o social, o nacional e o internacional. Então, acho que, pelo menos, nós deixamos um grande legado.
 
FOLHA - Uma plataforma para eleger o sucessor?
DILMA - Esperamos que sim, mas, se não for suficiente, é um bom legado.
 
FOLHA - Como principal auxiliar do presidente Lula, como definiria a mensagem de uma campanha eleitoral no ano que vem?
DILMA - Não tenho a menor ideia, porque não sou marqueteira, não tenho esse talento. Mas no dia que eu tiver clareza disso eu te conto.
 
FOLHA - Mas a sra. conhece todo o governo. Não estou dizendo um slogan, mas a mensagem. DILMA - Mas eu já respondi isso, quando falei dos quatro pontos que nos distinguem. Acho que a questão do pré-sal é uma marca inequívoca nossa. Eu acho que nossas intervenções foram todas estruturantes para o país. O que eu estou querendo dizer é o seguinte: esse governo pode ou não fazer seu sucessor, eu pessoalmente espero que ele faça, agora inequivocamente ele mudou o Brasil, o de 2010 não tem nenhuma similaridade com o de 2002. Nem nas expectativas das pessoas, nos sonhos das pessoas, no que as pessoas acham que é possível ter. Até isso eu acho que é importantíssimo, nós elevamos o que as pessoas podem sonhar. Nós aumentamos as possibilidades de sonhos. Então o maior legado é essa imensa esperança de hoje que esse povo tem.
 
FOLHA - Candidata a presidente tem necessariamente de ser simpática e ter jogo de cintura?
DILMA - De preferência, ser simpático e ter um de jogo de cintura.
 
FOLHA - E não tendo essas características?
DILMA - A pessoa sofre.
 
FOLHA - A sra. vai sofrer?
DILMA - Eu não sei ainda. Mas a gente sempre sofre, não dá para achar que o mundo é um paraíso, que a gente vive em um mar de rosas.
 
FOLHA - O presidente tem falado, nos últimos dias, abertamente da sua candidatura a presidente...
DILMA - Pois é.
 
FOLHA - A sra. imaginou um dia disputar esse cargo?
DILMA - Se você perguntar para mim se alguma vez imaginei disputar, não. Imaginei não.
 
FOLHA - O que é ser candidata a presidente da República?
DILMA - Olha, [reflete por alguns segundos], eu acho que é para qualquer pessoa, brasileiro ou brasileira, é algo muito... Primeiro, honroso, a pessoa tem de se sentir muito honrada. Segundo, eu acho que é algo que o pessoal da minha geração, ela queria mudar o Brasil, o mundo, e queria um mundo mais justo, um Brasil mais avançado.
A minha geração foi contra a pobreza, a favor dos trabalhadores, a favor do desenvolvimento do país, da riqueza do Brasil. Então eu acho que o governo Lula nos deu a possibilidade de tornar isso real. Ainda no meu período de vida, porque podia ter passado por esse período e não ter se tornado realidade. Então essa experiência no governo Lula já foi avassaladora. Eu acho, para qualquer pessoa, estou falando do meu lado, do pessoal que está tocando o governo Lula, é uma honra. E, mais do que isso, é a continuidade disso que importa.
 
FOLHA - A sra. poder continuar isso é uma honra?
DILMA - É uma honra, é uma honra, sem sombra de dúvidas.
 
FOLHA - A sra. se sente preparada para isso?
DILMA - Eu não sei, porque essa, daqui para a frente, você não me pega em mais nenhuma, tá? Porque eu não vou entrar na sua, especulando sobre candidatura.
 
FOLHA - Mas a sra. já falou tanto sobre isso.
DILMA - Não, não vou. Não. Agora encerramos essa conversa de candidatura. A gente retomará, oportunamente, se for o caso, em 2010. Eu todas as vezes falei do ponto de vista conceitual. Isso é um assunto para ser tratado depois das convenções dos partidos, do PT.
 
FOLHA - Mas a sra. disse que é uma honra?
DILMA - Para todos nós será. Para todos nós, da minha geração e dos que participam do governo Lula, é uma honra. Porque tem isso no governo Lula. A gente tem esse lado, considera uma coisa muito importante.
 
FOLHA - A sra. teve, na infância, esse desejo de um dia ser presidente?
DILMA - Não, eu não tive não. Isso, eu acho que é mais de homem. Na minha época eu queria ser bailarina.
 
FOLHA - De bailarina a presidente da República.
DILMA - Não, mas é bailarina. Menina queria ser bailarina, princesa, Cinderela. Quando menina, da minha geração, queria ser bailarina, a gente gostava muito de bailarina.
 
FOLHA - A sra. fez exames na semana passada...
DILMA - Não, não fiz. Vou fazer, porque na semana passada, eu ia lá fazer, mas eu saí em férias e perguntei se precisava ir. Como estava em férias, tanto faz fazer numa semana, duas semanas depois. Vou fazer no final da próxima semana. Aí nós vamos fazer de fato o anúncio oficial da minha situação de saúde. Mas eu tenho absoluta certeza de que estou curada.
 
FOLHA - A doença mudou o comportamento da sra.?
DILMA - Muda, muda. Você dá mais importância a coisas menores. Por exemplo, você dá importância ao sol batendo nas folhas, você olha o mundo com outros olhos. Você dá importância maior para a vida. É sobretudo isso. Quer uma síntese. Dá uma imensa importância para a vida e suas manifestações. Árvores, flores, você olha mais, e dá mais importância para o mundo de uma forma mais tranquila, mais calma. Mesmo trabalhando 24 horas por dia.
 
FOLHA - A sra. se sente mais forte depois disso tudo?
DILMA - Fica mais forte. Foi o que eu falei no início, doente velho é um bicho muito esperto. Você fica esperto, fica mais forte.
 
FOLHA - Fica mais forte para qualquer desafio pela frente?
DILMA - Fica mais forte para enfrentar, porque as outras coisas não são tão desafiadoras como é a vida. A vida é mais desafiadora do que qualquer outra coisa. E tem de dar valor a isso, viver.
 
FOLHA - O que mudou na vaidade da sra. nesse período?
DILMA - Valoriza horrores o cabelo. Porque você perdeu, então valoriza ele, fica olhando para ele, passa a mão, olha se ele cresceu.
 
FOLHA - A sra. quer tirar a peruca quando?
DILMA - Eu estou esperando que ele cresça um pouquinho. Eu não posso nem dar de exemplo o cabelo de vocês, que são imensamente maiores do que o meu. O meu está muito curto. O que acontece, estou esperando ele crescer um pouquinho. A minha expectativa é essa, de que venha bem bonito, mas esse é um grande desafio.
 
FOLHA - Sobre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, ela afirma que se encontrou com a sra. A sra. afirma que não. O que afinal aconteceu?
DILMA - Para mim, esse episódio está encerrado.

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