sábado, agosto 25, 2007

JORNALISMO CANSADO







Números Seletivos e Suspeitos

O jornalista Gilberto Dimenstein tem publicado alguns artigos em seu site com fartos elogios às propostas da nova Secretária da Educação do Estado de São Paulo, que permitirão, entre outras coisas, premiar com dinheiro funcionários de escolas estaduais com base no desempenho dos alunos.
As propostas ainda não foram oficializadas e já estão deixando ouriçadas as entidades representativas dos profissionais da área de educação. Pelo pouco que li a respeito, algumas medidas anunciadas parecem corretas e merecem amplo debate.
Em um dos artigos, A revolta dos medíocres, publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo, o jornalista Dimenstein, sem nenhuma crítica específica ao desempenho educacional do Estado nos últimos 507 anos, crava lá pelas tantas:
"Cálculos divulgados na semana passada informam que cada família vai pagar, neste ano, R$ 626,41 apenas com a CPMF; estima-se que o total arrecadado com essa taxa seja de R$ 34 bilhões. O governo alega que não pode viver sem esse imposto, cujo "p", vamos lembrar, é de provisório.
Quando verificamos as contas apenas do governo federal, vemos que, comparando o semestre do ano passado com o mesmo período de 2007, houve um aumento de R$ 13 bilhões. Desse total, R$ 6,2 bilhões foram a mais para o funcionalismo.
As despesas com os programas de renda mínima, que atingem muito mais gente (e diga-se, gente muito mais pobre), foram de R$ 1 bilhão, bem menos, portanto, do que os gastos com os servidores.
Como saber se esses suados (e supostamente provisórios) R$ 626,41 estão valendo a pena? Seriam eles mais bem utilizados se ficassem nas mãos das famílias?"
Como não estou "cansado", fiz algumas continhas simples, que não requerem muito conhecimento de matemática. Vamos lá:
De acordo com o cálculo divulgado sabe-se lá por quem, "cada família vai pagar, neste ano, R$ 626,41 apenas com a CPMF". Se os R$ 626,41 correspondem a 0,38% da movimentação financeira em bancos de cada família, então cada família movimenta R$ 164.844,74 por ano (uma simples regra de três). Ou R$ 13.737,06 por mês (basta dividir 164.844,74 por 12).
Mais um pouco: se o total estimado de arrecadação com a CPMF gira em torno de R$ 34 bilhões anuais, dividindo-se pela movimentação bancária da família modelo Dimenstein, R$ 164,844,74, teremos que somente 206.254 famílias utilizam o sistema bancário no país. Levando-se em consideração que cada família tenha 5 pessoas, todas movimentando regularmente uma conta bancária, teremos apenas 1.031.270 pessoas pagando a CPMF.
Alguma coisa está errada com os números ou não entendi direito? Parece que a premissa inicial está completamente furada e ninguém se deu ao trabalho de conferi-la. Para mim o que fica do artigo é que se colar, colou.
Mas, não é só isso: Qual a razão de se fazer comparações com "contas apenas do governo federal" num texto elogioso ao governo estadual?
Não seria correto também utilizar dados da arrecadação do ICMS do Estado ou do ISS do Município para fazer mais comparações? Esses impostos também não seriam melhor "utilizados se ficassem nas mãos das famílias?"
Ah, mas aí seria pedir demais. E como o Serra e o Kassab iriam governar, não é mesmo?

Postado por Carlos Alberto

fonte: http://www.especialistaemnada.blogspot.com/

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O que Gilberto Dimenstein NÃO DIZ: Os "alfabetizados disfuncionais" [esse é o nome certo!] são o resultado MAIS MACABRO dos DES-governos da tucanaria uspeana pefelista

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MUITO BOA a análise abaixo (de http://www.especialistaemnada.blogspot.com/), que MOSTRA que os números do DES-jornalista Gilberto Dimenstein são, sim, seletivos-mal-intencionados.

Esse DES-jornalista é 'animador' de uma ONG, chamada "Associação Cidade Escola Aprendiz" ("Projeto Aprendiz", pra encurtar), que funciona aqui na Vila Madalena, perto da minha casa. Como ONG dita 'cultural', essa ONG depende, completamente, do dinheiro do MEC, e vive bem firmemente plantada no Ministério da Cultura (o que se comprova, por exemplo, em http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=30e310490af4701001ecfe07a4972361).

Claro que o Projeto Aprendiz depende também, crucialmente, do dinheiro arrecadado pela CPMF e por vários impostos estaduais e federais.

Claro, também, que o Projeto Aprendiz tornou-se crucialmente necessário para OCULTAR TUDO o que os governos da tucanaria NÃO FIZERAM, jamais, durante os MUITOS anos em que DES-mandaram, no Brasil, em matéria de educação pública.

Todos os jovens brasileiros que, hoje, são afabetizados disfuncionais(*) (e são milhões, no Brasil) foram DES-alfabetizados durante os DES-governos da tucanaria uspeana pefelista. Claro! Quem tenha hoje 15 anos, por exemplo, SÓ CONHECEU A ESCOLA DA TUCANARIA USPEANA PEFELISTA (nunca democrática).

Houve aí uma DES-alfabetização construída. Essa DES-alfabetização construída criou o mundo no qual a escola pública DES-alfabetiza... e essas ONGs fingem que alfabetizam mas, de fato, só RE-DES-alfabetizam. Assim, essas ONGs passam a gerir quantidades astronômicas de dinheiro social, dos cidadãos.

TUDO isso é apagado do discurso do Gilberto Dimenstein, que faz, diariamente, um discurso de pregação da livre iniciativa e dos perigos do governo Lula -- dito 'anti-ético', por ele.

Gilberto Dimeinstein é DES-jornalista, pode-se dizer, "clássico". Ele faz, diariamente, na Folha de S.Paulo e na rádio CBN, o discurso da desqualificação da política (apresentada por ele como fonte de todos os males) e dos políticos (apresentados por ele como corruptos-natos). Isso ele faz, todos os dias, na CBN, com a ajuda empenhada do Sardemberg e da Míriam Leitão. Mais tucano do que esse grupelho de DES-jornalistas, só se esses caras avoassem.

Quem vem com tudo NÃO CANSA! (verso de Cazuza e Frejat, incorporado pela UJS)

NOTA
(*) A 'literatura' 'pedagógica' (e todas as pesquisas, dissertações de mestrado e teses de doutoramento) da tucanaria uspeana pefelista chama esses jovens brasileiros DES-alfabetizados nas escolas e universidades que se implantaram no Brasil durante os governos da tucanaria uspeana pefelista, de "analfabetos funcionais". Aí, até o nome tá errado. As vítimas da DES-pedagogia privatista e privatizante não são nem "analfabetos" (posto que todos foram oficialmente aprovados como "alfabetizados", nas escolas e ministérios e secretarias de educação dos governos da tucanaria) nem são "funcionais". São, sim, ALFABETIZADOS DISFUNCIONAIS. TODOS, todos, todos esses jovens brasileiros foram TRAÍDOS pelas escolas, professores e 'teorias' pedagógicas dos DES-governos (e da DES-universidade) da tucanaria uspeana pefelista.

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