segunda-feira, outubro 31, 2005

A VEJA DESCOBRIU COMO O DINHEIRO VEIO DE CUBA


Fidel enviou dinheiro ao PT através de UFO's


Segundo a VEJA que chegará as bancas no próximo final de semana (Domingo), fontes seguras informam que um Disco Voador pousou em Varginha/MG e de dentro da nave saíram pessoas que se pensava estarem mortos, mas foram apenas abduzidas.

De lá, os ETs entregaram a Delúbio uma caixa que conteria criptonita, mas, na verdade, a coisa verde eram maços de dólares.

Segundo Buratti, homem sério e sem máculas, Dark Lord esteve hospedado na mansão de Fidel em Havana e recebeu de Hugo Chaves, Mahmoud Ahmadinejad e Osama Bin Laden o dinheiro para dar a Lula.

A confederação interplanetária, com sede em Alfa-Centauro, detectou uma mensagem cifrada que havia sido enviada através de micro-ondas e avisou os Super-Amigos sobre a farsa e a trapaça montada.

Imediatamente, Super Bush e Sharon Man usaram o novo MCDCEM, módulo captador de conversas entre mortos, sendo que então se confirmou que um diálogo entre RALF BARQUETE e Madre Tereza, onde o primeiro confessou os pecados a segunda, sendo tudo relatado imediatemente pela santa senhora ao papa João Paulo 2, para remissão dos pecados do primeiro.

Tendo sido dado o perdão pelo santo padre, após 1 milhão de padre nosso e 1 bilhão de ave-maria, o MCDCEM, módulo captador de conversas entre mortos, perdeu o contato, pois Ralf foi remetido a um do Eons celeste onde o aparelho não consegue adentrar, assim, a principal testemunha não poderá mais se pronunciar.

Mas, segundo Policarpo Junior e Digo Mainardi, é tudo verdade.

Desta forma, não resta a Lula outra alternativa a não ser renunciar e devolver aos cofres públicos de Marter o dinheiro sonegado pela suposta importação ilegal de criptonita .

"Arreda cão"

As vítimas da guerra e os que lucram com a guerra




Esse é o mundo que eles defendem, antes de comprar a mídia tucana, pense nisso.

Lucros de Exxon e Shell: US$ 18 bi só em 3 meses


Graças aos altos preços de petróleo e gás natural, as gigantes petrolíferas Exxon Mobil Corp. e Royal Dutch Shell PLC registraram os melhores resultados de sua história no terceiro trimestre, acima de US$ 9 bilhões cada uma, conforme os balanços divulgados ontem. E a Exxon, a maior petrolífera do mundo, tornou-se a primeira empresa americana a ter vendas de US$ 100 bilhões em um trimestre.

As duas empresas afirmaram que seus resultados foram impulsionados pela alta dos preços de petróleo e gás natural, ainda que os furacões Katrina e Rita tenham prejudicado a produção no Golfo do México. No último trimestre, o barril do petróleo tipo leve americano atingiu o recorde de US$ 70.

O lucro líquido da Exxon deu um salto de 75%, para US$ 9,92 bilhões, frente a US$ 5,68 bilhões no terceiro trimestre de 2004. O recorde anterior da indústria petrolífera era da própria Exxon, de US$ 8,42 bilhões no quarto trimestre do ano passado.

Na mesma comparação, a receita da Exxon passou de US$ 76,38 bilhões para US$ 100,72 bilhões. Para efeito de comparação, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de riquezas produzidas num país) de um dos maiores produtores de petróleo do mundo, os Emirados Árabes Unidos, foi de US$ 95,5 bilhões em 2004. Já a anglo-holandesa Shell teve alta de 68% nos lucros, para US$ 9,03 bilhões. No terceiro trimestre de 2004, os ganhos foram de US$ 5,37 bilhões. A receita com vendas da empresa subiu 8%, para US$ 76,44 bilhões.

— Estamos colhendo os benefícios dos altos preços de petróleo e gás, e das margens de refino — disse o diretor Financeiro da Shell, Peter Voser, referindo-se à margem de lucro em cada barril do produto cru refinado para se transformar em gasolina, diesel e combustível de aviação.

“Mentimos”

À Folha de S. Paulo

O surto de hidrofobia de setores da mídia contra o deputado José Dirceu parece ter contaminado a redação da Folha. No sábado esse jornal publicou nota afirmando que estudantes de Mariana, MG, onde nasci, iriam realizar protesto durante homenagem que eu receberia na cidade. Segundo a notícia, eles vestiriam camisetas com a inscrição: “Amigo do Zé Dirceu é Inimigo Meu”. A rima é pobre e a notícia é falsa. Não havia estudantes, nem protestos, nem camisetas – e ninguém na cidade jamais ouviu falar do assunto. Aguardo a retificação e aproveito a oportunidade para sugerir que, ao lado do ‘Erramos’ seja criada uma nova seção no jornal, intitulada “Mentimos”.

Fernando Morais, jornalista, São Paulo-SP

RG 4.190.737 SSP-SP

FOLHA DA SABOTAGEM

Lembrar que a Folha foi um dos jornais que mais sabotou os programas sociais do governo LULA. No primeiro momento diziam que os programas não sairiam do papel, depois tentaram desqualificar a sua necessidade e finalmente veio aquela conversa das fraudes. Agora é a fixação deles pra explicar a popularidade do LULA entre os mais pobres.

Quer dizer então que eles estão reconhecendo que deu certo? Que os programas realmente estão chegando nos mais pobres?

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31/10/2005 - Programas sociais impulsionam economia do NE

O Bolsa-Família e os demais programas assistenciais do governo Lula estão dando um impulso considerado "vertiginoso" à venda de produtos de baixa e média rendas no Nordeste, informa reportagem publicada no domingo (30) na Folha de S.Paulo.

Nos últimos seis meses, o comércio nos nove Estados do Nordeste apresentou taxas de crescimento até seis vezes maiores do que a média nacional. Enquanto as vendas no Brasil cresceram 4,8% este ano, na Paraíba subiram 28%. Em Pernambuco, 15%.

Na região, empresas lançam produtos e lojas voltadas aos beneficiários dos programas enquanto grandes redes de varejo, como o Wal Mart, detectam aumento de mais de 10% nas vendas de produtos dirigidos à baixa renda. Outras redes mudam estratégias, arrastando o setor publicitário em direção aos mais pobres.

O Nordeste é, proporcionalmente, a região mais beneficiada pelos programas sociais do governo. Embora tenha 28% da população brasileira, responde por 49,4% das famílias beneficiadas pelo Bolsa-Família. O programa deve chegar ao fim do ano pagando entre R$ 15 e R$ 95 a mais de 8,7 milhões de famílias no país.

Impacto eleitoral

Os nove Estados nordestinos representam o segundo maior colégio eleitoral do país: 27% dos eleitores (ou 33 milhões de pessoas).
Hoje, é no Nordeste onde Lula mantém a maior taxa de aprovação ao seu trabalho como presidente: 37% gostam de seu governo, contra 28% na média nacional, segundo pesquisa Datafolha.

Outros números do Datafolha mostram que a maioria absoluta dos nordestinos (63%) já recebeu ou conhece alguém que teve algum tipo de benefício social -ante 40% na média do país. Entre as pessoas consultadas pela Folha, o favoritismo do presidente Lula para a disputa de 2006 é indiscutível.

"Salvação dos pobres"
Em visita a uma comunidade miserável em Pernambuco, famílias beneficiárias contaram à Folha como estão gastando a maior parte desse dinheiro: com mais comida, reformas de moradias precárias, roupas de baixíssimo custo e eletrodomésticos básicos.

"Nesta época de seca, principalmente, os programas sociais têm sido a salvação dos mais pobres. Os efeitos dessa renda extra sobre o consumo são surpreendentes", afirma Wilson Andrade, vice-presidente da Federação das Indústrias da Bahia.

Filiado ao PSDB, Andrade considera "inevitável" um impacto eleitoral favorável dos programas ao governo federal em 2006.

O Nordeste é a região que mais concentra pobres no Brasil (cerca de 3,6 milhões de famílias). Segundo estudo da consultoria MB Associados, além de quase 50% do total das famílias pobres atendidas pelos programas de transferência de renda do governo estarem no Nordeste, a região também concentra 47% das famílias miseráveis do país.

Esses números mostram um viés favorável ao Nordeste em termos de famílias atendidas pelos programas.

Além do Bolsa-Família, a região também foi a maior beneficiada pelo aumento real (acima da inflação) de 7% no salário-mínimo autorizado por Lula este ano. O percentual também corrigiu uma série de benefícios como as aposentadorias, pensões rurais e por invalidez.

Esses gastos entram na categoria de assistenciais pelo fato de grande parte dos beneficiados com a renda de até um salário mínimo jamais terem contribuído com o sistema previdenciário, de onde sai o dinheiro que recebem.

Também estão concentrados no Nordeste cerca de 45% de toda a massa de recursos até um salário-mínimo e 35% da massa de beneficiários da Previdência com o mesmo valor. Só o reajuste de 7% em termos reais do mínimo deve injetar cerca de R$ 2,9 bilhões na região durante o ano de 2005.

"Efeitos multiplicadores"

Para o economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio e sócio-diretor da consultoria Tendências, parte importante da renda do Nordeste vem hoje desses programas, com impactos significativos sobre a demanda. "Os efeitos gerais são multiplicadores", afirma.

Em municípios como Pedra Branca (Ceará) e Vitória de Santo Antão (Pernambuco), por exemplo, os recursos do Bolsa-Família correspondem a cerca de 40% da receita total disponível (considerando receitas próprias mais as transferências constitucionais).

Em outras muitas localidades em toda a região, é a renda dos aposentados e pensionistas que movimenta boa parte da economia local.

A explosão da oferta de créditos consignados também reforça o impacto positivo dos programas sociais sobre a economia.

Camargo avalia que os programas estão ainda "muito mais focalizados e efetivos" na exigência de condicionalidades, como manter filhos na escola ou visitas a postos de saúde.

As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

domingo, outubro 30, 2005

Capa da Veja: a Venezuela é aqui?




Por Osvaldo Bertolino

A revista Veja, sabidamente pautada pela CIA e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, tem o hábito de usar o número sete em suas "reportagens". São os "sete perigos de dar uma banana para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca)", as sete razões para votar "Não" no referendo sobre a proibição do comércio de armas e munição ou as "sete soluções testadas e aprovadas contra o crime". Diz o povo que sete é conta de mentiroso — o que combina bem com a Veja. A última história mal contada pela revista está na capa da edição desta semana, diagramada em tom de deboche, segundo a qual a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu US$ 3 milhões vindos de Cuba. O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini, disse que a Veja não tem autoridade para fazer esse tipo de denúncia enquanto não provar as acusações que fez anteriormente.

Berzoini lembrou que a Veja também disse que o PT recebeu dinheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e até agora não provou nada. "A revista virou órgão oficial do PSDB e do PFL", afirmou. Virou ou sempre foi? Mais do que isso: é uma espécie de porta-voz dos interesses norte-americanos em nosso país. Lembremos que a trilha da infâmia na mais recente onda de ataques ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, começou a ser construída pela Veja na edição do dia 4 de abril deste ano, em uma capa que perguntava: "Quem precisa de um novo Fidel?" "Com milícias, censuras, intervenção em país vizinho e briga com os Estados Unidos, Hugo Chávez está fazendo da Venezuela uma nova Cuba", dizia o subtítulo. No final daquele mês, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, visitou Brasília e fez críticas pesadas a Chávez.

Anticomunismo febril

Jornais, rádios e TVs imediatamente seguiram a trilha da infâmia. Até mesmo a Tribuna da Imprensa teve uma recaída, que remonta os tempos do lacerdismo pró-Estados Unidos, com a manchete: "Chávez provoca Estados Unidos e faz acordo com Fidel". A onda de ataques ao presidente venezuelano só não foi superior à de 2002, quando ele foi seqüestrado pela direita de seu país. Quem não se lembra do âncora Renato Machado, no Bom dia Brasil da Rede Globo de Televisão, saudando a "queda" de Chávez? E do editorial do Jornal da Tarde (JT), do grupo O Estado de S. Paulo, intitulado “Um Golpe para garantir a democracia”? E do Jornal do Brasil” (JB) dizendo que "a redenção bolivariana prometida por Chavez foi um dos maiores engodos já vistos na América do Sul?". "A solução foi derrubar Hugo Chavez com seu próprio veneno: o golpismo", disse o JB.

Aqui mesmo no Brasil a receita já havia sido amplamente utilizada para derrubar o presidente João Goulart. Além do anticomunismo febril da Tribuna da Imprensa, os jornais tratavam Cuba como um mau exemplo para a América Latina. A revolução comandada por Fidel Castro precisava ser desmoralizada. O tradicional jornal gaúcho Correio do Povo do dia 30 de março de 1962 sintetizou bem essa campanha com esta manchete principal: "Subversão no Brasil é financiada com dinheiro de Cuba". No dia 27 de fevereiro de 1964, o jornal O Globo deu a seguinte "informação": "Cuba prepara, diz fonte anticastrista, atos terroristas no Nordeste do Brasil".

Socos de Brizola

Essa onda começou a se levantar já no governo Jânio Quadros. Ao contrário do queriam seus chefes da UDN, a política externa janista não se alinhou ao anticomunismo que os Estados Unidos exportavam para a América Latina. Em 1963, o Brasil votou contra uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA), que Fidel Castro chamava de "Ministério das Colônias de Washington", pedindo aos governos maior controle da "subversão comunista no hemisfério". E isso provocava uma reação histérica da direita. Quando Jânio Quadros condecorou Che Guevara com a Ordem Cruzeiro do Sul, os protestos direitistas se levantaram com força. A tumultuada posse de João Goulart recrudesceu os ânimos dessa gente. A ordem era: o presidente reina, mas não governa. Simples reuniões de trabalhadores, uma manifestação sindical ou um congresso qualquer eram motivos para ataques da direita.

Na linha de frente, estava a "grande imprensa" e sua proverbial falta de democracia e de pluralismo. As ofensas eram tão acintosas que às vezes os ofendidos reagiam fazendo justiça literalmente com as próprias mãos — como fez Leonel Brizola no dia 26 de dezembro de 1963. Ele avistou o jornalista David Nasser — uma espécie de Arnaldo Jabor ou Diogo Mainardi —, da revista O Cruzeiro, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e o atingiu com dois potentes socos. Nasser havia escrito: "Todos temos um doido na família. Jango tem dois na sua. Brizola e ele próprio. Porque Jango ainda não compreendeu que o cunhado Leonel pode ser o Benjamim de seu governo (...). Todos nós temos um louco na família. Jango está dando ao seu uma caixa de fósforo e um barril de pólvora (...)."

Imprensa alternativa

Nesta semana, Diogo Mainardi, em sua coluna na Veja, insulta o presidente Lula com a mesma virulência de Nasser contra Goulart. Em mais um de seus duvidosos "diálogos" com suas "fontes" ele fala por quase-enigmas para retratar o presidente Lula como "bananão dos bananões". A tática, assim como ocorreu com o governo Goulart, é a de criar o "terror psicológico", insultando o presidente em busca de uma reação que serviria de pretexto para o recrudescimento da campanha de difamação, e espalhar boatos de toda ordem em busca de uma "mobilização popular". Já vimos esse filme na Venezuela. Nessas horas, a direita prefere lançar mão da mídia conservadora, que substitui seu partidos políticos sem forças para levantar as massas.

Na Venezuela, a imprensa alternativa, as rádios e televisões comunitárias, já são uma realidade que se contrapõe ao esquema tradicional dos barões da mídia, como Gustavo Cisneros, que sempre teve o poder absoluto da informação com publicações do gênero Veja ou canais de rádio e televisão que, como a Globo, "fabricam realidades". O fortalecimento da imprensa alternativa venezuelana, como não poderia deixar de ser, desagrada os grandes proprietários de órgãos da imprensa, os mesmos que, em todo a América Latina, defendem interesses poderosos, mas se enfurecem ao se sentirem ameaçados pela concorrência com a consolidação e crescimento de canais informativos fora do padrão dos barões da mídia.

Panorama político

A reencenação deste filme no Brasil decorre de um fato óbvio: o panorama político da América Latina está claramente demarcado. De um lado, as forças políticas que aceitam de bom grado trilhar o caminho de Washington conduziram a região para uma sucessão de crises, configurando uma estrondosa catástrofe política, moral e econômica. O Brasil passou a ser dirigido por um insólito concerto de facções da direita, cujo esteio é a aliança PSDB/PFL constituída desde a campanha para as eleições de 1994. Os dois governos FHC foram ideologicamente reacionários e politicamente fisiológicos e clientelistas. O importante, para essa aliança, era vencer Lula e levar adiante o projeto de "reformas" neoliberais.

De outro lado, as forças políticas que se opõem a esse quadro hegemônico na América Latina têm crescido do final da década de 90 para cá. A economia cubana avança e melhora os indicadores de bem-estar do povo. A Venezuela optou por um caminho indiscutivelmente antiliberal. Talvez seja esse o motivo principal do recrudescimento da vigilância política e militar norte-americana sobre a região. No relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos que atribui a designação de Organizações Terroristas Internacionais (OTI's), constam pelo menos quatro latino-americanas. Representantes do governo de George W. Bush tem se reunido sistematicamente com líderes liberais da América Latina, visitado o sub-continente e emitido sinais de preocupação.

Tragédia grega

O ex-secretário de Estado Colin Powel chegou a classificar a região de "zona volátil". Ocorre que os resultados das recentes eleições presidenciais no Brasil, Argentina e Uruguai deram nova vida a um movimento político que perdeu fôlego na América Latina nas últimas décadas. Lula, Néstor Kirchner e Tabaré Vazquez se somam à defesa da idéia de soberania latino-americana advogada por Fidel Castro e Hugo Chávez. Pesou a favor desses resultados, evidentemente, as duas décadas de severo declínio econômico nas taxas de crescimento na região. Esse cenário de devastação talvez tenha sido o principal motivador do surgimento de um modelo político na América Latina voltado para o fortalecimento do Estado — inclusive no que tange ao controle do movimento internacional do capital especulativo, como fez a Argentina.

Numa época em que a Europa e os Estados Unidos estão se fundindo em dois grandes mercados, a América Latina parece que está despertando para a necessidade de união, como demonstram os esforços para o fortalecimento e ampliação do Mercosul, bloco centrado no Brasil como a casa de força da região. Descem, portanto, as cortinas e aparece a crise política. Essa peça, que também pode ser entendida como um ensaio geral do espetáculo que tomará conta do país no ano que vem, ainda não definiu o gênero teatral ao qual pertence. Pode ser uma comédia. Pode ser uma farsa. Pode ser também uma tragédia. Nas comédias, como se sabe, o protagonista atua como o néscio de quem todos riem. Nas farsas, o protagonista é enganado. E nas tragédias o protagonista caminha consciente e célere em direção à própria ruína. Se for tragédia, deverá ser como nas palavras de um dos pilares da tragédia grega, Eurípedes: "Eu vi a avareza nos grandes e a generosidade nos pequenos."

NO FUNDO DO POÇO DA DESMORALIZAÇÃO




A mídia tucana rachou. Dessa vez nem o resto da mídia tucana acompanhou a Veja.

VEJA CHEGOU NO FUNDO DO POÇO DA DESMORALIZAÇÃO, o desespero é tão grande que perderam até o censo de auto-preservação. Só a bancada tucana no congresso continua fazendo a tabelinha com eles.

AGORA É GUERRA


BRAVO, BRAVO, BRAVO!!!


30/10/2005 - "É hora de mobilizar para defender o PT"

Os militantes setoriais do PT foram convocados, neste sábado, a sair em defesa do partido. Sem deixar de qualificar os erros cometidos por “companheiros” petistas, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, endureceu ao analisar o modo como os meios de comunicação têm se comportado diante da crise política. Para ele, há uma parcialidade evidente no tratamento das denúncias, com uma opção clara por fragilizar o PT para a disputa eleitoral de 2006.

Quando o PT avalia as denúncias como “ataques das elites” contra o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula, Berzoini lembra que, freqüentemente, a mídia trata isto como uma distorção dos petistas para não assumir a responsabilidade sobre os erros. Berzoini enfatizou, na abertura do Encontro Setorial Nacional de Mulheres, no Hotel Braston (São Paulo), que não se trata de esconder os erros, mas de dizer “a mais pura verdade” que tem sido ignorada.

“Nenhum outro governo foi tão massacrado pela mídia quanto esse”, ressaltou o líder petista. Berzoini enfatizou o interesse que os setores de oposição e de comunicação têm em manter o PT e o governo Lula mergulhados num longo e pesado processo de desgaste político. Para ele, qualquer pessoa que analisar nestes últimos vinte anos o equilíbrio na cobertura da imprensa do processo de denúncias “não comprovadas”, vai perceber um claro processo de linchamento político do PT.

Diante de dezenas de delegadas do movimento de mulheres do PT, Berzoini afirmou que houve muita dúvida entre os petistas, de qual a natureza e gravidade do erros cometidos por “companheiros” da direção do partido. Com o tempo passando, ele avalia que é possível perceber que a extensão dos erros dos “companheiros” é muito menor do que o que ocorre na política do país. “Devemos qualificar devidamente os erros cometidos. Não é possível ter a ingenuidade e não ter noção política do que está por trás desta crise”, alertou.

De acordo com o presidente do PT, não deve haver complacência e tolerância com a corrupção, mas rigor. No entanto, ele considera necessário haver autocrítica de saber distinguir claramente entre foco de corrupção, que ocorre em qualquer governo, e corrupção sistêmica. Ele citou, então, casos que ele qualifica como tais, ocorridos durante o governo tucano. A “farra das privatizações”, os escândalos do PROER, e a “lambança” da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição.

Cadáver político

Para Berzoini, está claro que as razões deste desgaste estão na disputa eleitoral de 2006. “Querem que PT chegue na disputa sem capacidade operacional e de verbalização da sua perspectiva da disputa”, analisou.

Para ele, as elites tentam fazer da crise a única pauta política do país para interditar o debate comparativo do que foram os oito anos do governo anterior. Ele mencionou o tom do programa do PT exibido nesta semana, comparando o governo do PSDB com o do PT. Dentre os exemplos citados por ele, foi destacada a atuação da Polícia Federal contra a corrupção. “Nunca esteve tão livre como incentivada para investigar corrupção. Apesar disso, depois de quatro meses de investigações no Ministério Público, CPI e imprensa, não há provas de corrupção sistêmica, como havia no governo Collor”, falou.

Após estas considerações, o dirigente petista fez a convocação para a mobilização. “Está na hora de defender nosso partido e nosso governo. Não podemos entrar no jogo alimentado por órgãos de comunicação extremamente parciais, que tentam fazer do PT um cadáver político para 2006”, disse. Sob aplausos das militantes, Berzoini declarou que o PT não é um cadáver político. “Vamos disputar para vencer e confrontar programas e realizações”.

Ele questionou também as afirmações de que o PT vai ter a bancada reduzida na próxima eleição. Ele diz não estar convencido desta tese, já que o PT é maior hoje do que quatro anos atrás, com mais senadores, deputados, vereadores, prefeitos, além de estar mais organizado. “Modéstia às favas, quem consegue colocar 315 mil militantes nas ruas para uma eleição interna não tem razão para temer uma eleição geral. O PT tem que ter humildade para fazer o debate político, mas sem submissão, mostrando o que eles fizeram”, falou.

Ele encerrou dirigindo-se diretamente às militantes feministas, ao afirmar que em suas mais diversas origens, elas sabem que o PT não é um partido de cúpula, mas um partido de base. “Temos divergências, mas elas não nos enfraquecem mas fortalecem, desde que mantenhamos a unidade daqui para fora. Esta unidade é fundamental para enfrentarmos a disputa de classes e de projeto”, concluiu.


Cezar Xavier, do Portal do PT

sábado, outubro 29, 2005

Mídia x Lula


----- Original Message -----
Sent: Saturday, October 29, 2005 2:54 PM
Subject: Mídia x Lula


A estratégia da mídia para o próximo ano será pesada. O site UOL tem três blogueiros à disposição, pondo manchetes no site como se fossem informação, quando na verdade trata-se de opinião (e totalmente desfavoráveis a Lula e ao PT). São eles Fernando Rodrigues, Josias de Souza e Marcelo Tas. Veja que vc não vê manchetes do blog do Marcelo com frequência, mas em época de eleição ele está com manchetes diariamente (foi assim na eleição da Marta - ele é tucano declarado).
E no próximo ano, em junho, começa a nova novela das 21 horas, de autoria da Manoel Carlos cuja protagonista será Regina Duarte, a tucana-mor que já conseguiu favores aqui em São Paulo de José Serra. Vc imagine o que nos espera!!!
Abraço:

Julio Cesar

----- Original Message -----
From: Adauto Melo
Sent: Saturday, October 29, 2005 6:12 PM
Subject: Fw: Mídia x Lula


Ano que vem vai ser um delírio. Terra em transe...

----- Original Message -----
From: Caia Fittipaldi
To: Adauto Melo
Sent: Saturday, October 29, 2005 7:15 PM
Subject: Re: Mídia x Lula


Adauto,
o companheiro Julio Cesar tem TODA a razão.

Quando eu digo que os tucanos são mestres em fazer ESSE tipo de propaganda eleitoral (que não há legislação que controle), nunca falta alguém que me diz que eu tô é doida. Ou, então, que eu, que sou comunista, tenho mania de perseguição. Dado que eu sou comunista, mesmo, eu nem ligo prô que digam [risos] e continuo.

Eu não tenho dúvida alguma de que TUDO isso que o JC lembra tão bem, são, sim, movimentos de campanha eleitoral.
E campanha eleitoral que, aliás, já está na rua, perfeitamente ativada, desde o início do governo Lula. E desde antes, se se examina bem.

Por exemplo: Serra manteve coluna assinada na FSP, todas às 2ªs feiras, na p.2, até o dia em que foi formalmente indicado candidato à prefeitura de SP. Até os pombos da pracinha sabiam que o candidato seria ele e, além do mais, não fazia diferença alguma se fosse ou não fosse ele: sempre seria um tucano, contra Lula. Eu escrevia todos os dias, para a redação e para o ombudsman, dizendo que o Ministério Público tinha de tomar alguma medida, porque tava na cara que aquele colunismo já era um movimento de campanha eleitoral antecipada e ilegal.

A verdade é que não há lei que regule o colunismo de jornal. A lei da propaganda eleitoral só fala de propaganda com retratinho de candidato, bandeira, boca-de-urna, essas coisas; e regula o tempo de TV para candidatos e partidos e regula outras bobagens, com especial atenção aos gastos de campanha; claro: o mundo da mídia não é o mundo da construção da democracia pela mídia; o mundo da mídia é o mundo da empresa comercial, tão comercial como qq outra.

À Lei brasileira, o que interessa é que o Estadão não sonegue demais; que a FSP não açoite os focas. A verdade é que NADA e NINGUÉM controla o que os jornais e revistas publiquem. E eles publicam o que bem entendam, como bem entendam. Algum cidadão que se sinta ofendido, que processe o jornal... OK, mas... quem é, exatamente, o ofendido, pelo que escreve o Clóvis Rossi?! A Eliane Cantanhede?! Quem é o ofendido pelas manchetes de Veja?!

Assim é, que a tal de "liberdade de imprensa" acaba por servir, mesmo, muito mais a uns, os de sempre -- e nunca a TODOS.

No que nos interessa -- da propaganda antecipada da tucanaria, e há MUITO tempo -- lembro que a FSP manteve a coluna de Serra, até que, no dia da indicação oficial do nome dele, como candidato à Prefeitura, a FSP publicou uma notinha dizendo que Serra não mais assinaria aquela coluna, pq seria 'praxe' do jornal não manter candidatos, como colunistas.

Claro que, em seguida, começou o negócio dos "artigos" de FHC, publicados em 72 jornais, no Brasil (eu, pelo menos, parei de contar, qdo. cheguei aos 72; talvez sejam mais), no primeiro domingo do mês. (Domingo próximo, não amanhã, o outro, aliás, é dia! É só conferir. Com esse 'artigo', FHC pauta toda a mídia de jornalão, para o mês seguinte.)

Ao mesmo tempo, TAMBÉM são movimentos de campanha eleitoral pelos jornalões brasileiros -- e sempre foram, desde o primeiro dia de governo Lula --, por exemplo, as seguintes 'operações' que, de um tempo pra cá, passaram a ser marca registrada do 'jornalismo' que se faz no Brasil-2002-5:

-- infindáveis entrevistas com 'especialistas' (sociólogos, antropólogos, filósofos e MUITOS economistas, todos graduados e pós-graduados), sobre TUDO. Assim, apresentados como se fossem discursos de especialistas, TODOS esses discursos sempre 'ensinam'... o que melhor se encaixe no processo de achincalhar o governo Lula e 'promover' os bons tempos do Marquês da Tucanaria. TUDO, nesse caso, sempre tem uma 'aura' de informação técnica, qualificada, com pesquisas, números, infográficos;

-- as e os tão insuportáveis quanto inumeráveis "cientistas sociais" erigidas/os em comentaristas de Internet, de rádio e de TV. A mais macabra dessas personagens é, claro, a Lúcia Hippólito, que nem jornalista é mas lá está... TODOS OS DIAS... no UOL News, na CBN, no programa do Jô e coisa e tal. No lado dos rapazes, lembro, agora, do Prof. Bolivar Lamounier, mas há inúmeros outros, do Mendoncinha ("Primeira Leitura") aos carinhas do e-agora, passando pelo Mallan, Celso Lafer e outros, muitos.

É verdade que não se pode trabalhar com a idéia de que TODA a mídia se presta ativamente a esse papel de propagandista de tucano. Claro que há os que são pagos pra fazer o que fazem. Mas tb é verdade que, em muitos casos, os mesmos jornalistas fariam tudo de graça (se fizessem alguma coisa de graça) e fariam exatamente o mesmo.

Os blogs 'de jornalistas' são a última moda. Noblat é pefelista confesso, e acaba de mudar-se, do IG para o Portal do Estadão. Ele reúne no seu blog uma fauna que chega a assustar, pq muitos blogueiros do Noblat são declaradamente fascistas. FR (que está começando) é um pouco mais sóbrio, mas, sobretudo, é MUITO MENOS ATIVO que o Noblat (que trabalha 24h no blog).

Mas o mais impressionante desses blogs é ler o que os 'blogueiros' escrevem. É uma fauna impressionantemente analfabetizada para o mundo político; muitos são militantes fascistas. Do lado bom, vale lembrar que são poucos os que escrevem, sempre os mesmos, em cada blog. E do lado MUITO BOM, desses blogs, é que neles, afinal, a gente pode CONHECER os blogueiros.

Há um trabalho MUITO IMPORTANTE a ser feito DENTRO DESSES BLOGS, uma espécie de guerrilha, lá mesmo, aproveitando a estrutura que o blog tem de oferecer [esse assunto, aliás, merece conversa à parte, importante e indispensável], e construindo discussões, lá dentro, com aqueles públicos já reunidos -- e que podem ser centenas de milhares de anônimos calados, que não escrevem mas LÊEM.

E por aí vamos! Lula é muitos!
8-) Caia
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Comentando o texto da Caia...

A capilaridade da propaganda deles é impressionante, vou contar um caso que aconteceu comigo em agosto lá no Pará. Estava numa balsa no meio do Rio Guamá e ouvia uma rádio do Jader Barbalho (PMDB), o apresentador entrevistava o prefeito de Viseu (PMDB), uma cidade que fica na fronteira com o Maranhão. Pau direto e reto no governo Lula e no PT, tudo que é tipo de desqualificação: álcool, parentes, origem, ... enfim, todo esse cardápio do buteco da mídia tucana. Aí, depois de malhar LULA e o PT até cansar, o apresentador muda de assunto e diz para o prefeito: chega de falar em coisas que não estão dando certo e vamos falar na sua administração, diga para os ouvintes algumas das suas realizações.
O prefeito cita 3:

1. inauguração da agência do Banco do Brasil e crédito para os pequenos produtores rurais do município,

2. inauguração do posto da previdência social no município facilitando o acesso da população que antes tinha que recorrer aos postos da previdência em outros municípios,

3. eletrificação rural dentro do programa Luz para Todos.

É mole???

AM

sexta-feira, outubro 28, 2005

STF defende a democracia

Brasília, 27 de outubro de 2005.

NOTA À IMPRENSA

A decisão do Supremo Tribunal Federal é uma advertência para os riscos
institucionais de atropelos jurídicos, mesmo em processos eminentemente políticos.
A ansiedade por confirmar uma sentença que já estava anunciada antes mesmo da análise
dos fatos denunciados tem levado o Conselho de Ética da Câmara a tomar
decisões que desrespeitam as normas jurídicas. A pressa tem prejudicado a perfeição
do processo. Os votos proferidos na sessão invalidada deixam claro que
estou sendo condenado por uma suposta responsabilidade política, por atribuírem
a mim uma culpa indefinida, por considerarem impossível que eu não soubesse
de algo.

Deputado federal José Dirceu (PT-SP)

Vão ter que mostrar todas as garras pra cometer essa afronta à democracia brasileira.

Dirceu recorre contra decisão do Conselho

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quinta-feira o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que pede a cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP). Os advogados do petista anunciaram que vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedir a anulação da decisão.

O advogado José Luiz Oliveira Lima, um dos defensores de José Dirceu, disse que a sessão desta quinta-feira desrespeitou uma decisão do ministro Eros Grau, do STF. Uma liminar concedida na última terça-feira determinou a retirada de dados sigilosos incluídos no relatório de Júlio Delgado.

Segundo o advogado, o relatório do deputado Júlio Delgado deveria ter sido relido – uma vez que a liminar do ministro Eros Grau acarretou uma alteração no texto. Mas o pedido foi negado pelo presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), que determinou a discussão e a votação do relatório. "Nesta sessão, o Legislativo desrespeitou uma decisão do Judiciário. Vamos bater às portas do SFT para garantir o devido processo legal", afirmou Lima.

A deputada Angela Guadagnin (PT-SP) leu um voto em separado em que discorda do relatório de Júlio Delgado. Segundo ela, o parecer foi parcial e faltou com a verdade. "Tenho que ser coerente com a justiça. Quando condena sem provas, o Conselho falta com a ética". A decisão do Conselho de Ética precisa ser submetida ao plenário da Câmara.

STF invalida relatório sobre cassação de Dirceu

O ministro Eros Grau, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quinta-feira que o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) refaça seu relatório que pede a cassação do deputado José Dirceu (PT-SP). Diante da decisão do Supremo, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), marcou sessão para a próxima segunda-feira, quando o novo relatório deverá ser apresentado.

Hoje, por 13 votos a 1, o Conselho de Ética aprovou a cassação de Dirceu.

A manifestação do ministro foi uma resposta ao advogado de Dirceu, que entrou hoje com um pedido de esclarecimento relativo a uma decisão anterior do STF. Na última terça-feira, Eros Grau havia acolhido parte de um pedido da defesa e determinou que Delgado retirasse de seu relatório informações relativas à quebra dos sigilos bancário e fiscal do parlamentar petista.

O ministro, no entanto, decidiu também pela continuidade do processo de cassação, ao contrário do solicitado pela defesa do parlamentar petista.

Em cumprimento à decisão judicial, Delgado apresentou praticamente o mesmo relatório, mas suprimiu os trechos indicados pelo Supremo.

Na interpretação da defesa de Dirceu, como o parecer não foi refeito, houve descumprimento da decisão do STF, o que na prática anularia os efeitos dessa sessão desta quinta-feira.

quarta-feira, outubro 26, 2005

"O homem da arma de fogo parece, ao menos, um ser civilizado."














É uma argumentação mais ou menos na linha dos porta-vozes do Pentágono, com seus "ataques cirúrgicos" e "efeitos colaterais" sobre a população civil, tudo muito "civilizado", principalmente quando a imprensa censura as imagens dos "efeitos colaterais" em velhos, mulheres e crianças. Na cabeça desse maluco, o ataque nuclear de 1945 deve ter sido o apogeu, o clímax da civilização ocidental, 300 mil pessoas pulverizadas em menos de um segundo, nada de sangue, nada de cadáveres, apenas a sombra em negativo de alguns nas paredes carbonizadas.

Visite o site http://www.dontbuy.hpg.ig.com.br/ e veja como as armas são mais civilizadas...

AM

À bala é melhor

Os brasileiros referendaram bem. Plebiscitaram de forma irretocável.
Ficam agora os eternos descontentes se queixando de que as forças políticas do país estão se apartando da sociedade civil. Tolices.
As forças políticas estão com o dedo no gatilho e é babau pra moreno que bobear! Foi uma vitória acachapante e até mesmo apachacante, conforme preferem outros círculos, igualmente armados.
O que falta ao povo que em sua ingenuidade votou "sim" é imaginação. Tirem as armas de fogo e a munição da jogada e a coisa fica feia para valer.
Fui, durante uns poucos meses, repórter policial e posso afirmar de primeira-mão: o morto a facadas é muito mais desagradável do que o morto a tiros.
A coisa é feia mesmo, nem queiram ver. Deveriam botar umas fotos de camaradinhas que bateram com as dez na base da chamada – rá! – arma branca. Feito fazem com maço de cigarro. A mesma aplicação de um visual deveria acompanhar a venda de arma de fogo: fotos de matador e morto.
Uma diferença abissal entre o que subiu de arma branca e o que pediu o boné com arma de fogo. Esses os passivos da história - mas e os ativos? Os que deflagraram o tiro? Os que entraram de navalha? Um mundo os separa.
O homem da arma de fogo (não, não devemos amá-lo, claro; sequer admirá-lo) parece, ao menos, um ser civilizado. O homem da faca, do facão, da navalha, do canivete, do caco de garrafa, da pedra lascada, esse, coitado (sim, não devemos deixar de ter pena de suas vítimas; ainda há coração em nossas vidas), esse, coitado, dizia eu, parece um demônio, um trapo de vida, como queria o saudoso Ary Barroso, que, frise-se, morreu de morte natural em 1968.
Essas considerações vieram-me à mente, por assim dizer, ao saber que o crime com faca, aqui na Inglaterra e no País de Gales, aumentou em 90%, entre os anos de 2002 a 2004, passando a quase 25 mil agressões a "arma branca" entre a população civil (a aristocracia não conta), mas não chegando a 50 mortes por ano. Cortes e cicatrizes apenas. Mas uma feiúra que eu vou te contar!
De qualquer forma, aí está a lição, para quem quiser aprendê-la.
Ivan Lessa

A história é dura com quem se omite nas horas decisivas da vida.

Muitas pessoas questionam essa nossa obstinação na defesa de José Dirceu. A questão não é apenas a confiança que temos no companheiro Dirceu. O mais grave, é o perigoso e inaceitável precedente que se vai abrir de começar a cassar as pessoas não por suas possíveis faltas, e sim por suas idéias, sua história, ou mesmo por vingança. Quem tem a memória do que é viver numa ditadura, sabe o perigo que processos como esse representam para a democracia. Quando José Dirceu luta como um gigante na defesa de seu mandato, ele está prestando um serviço sem precedentes à democracia brasileira, e ele vai contar com o meu apoio até o fim.

Estou apenas registrando os nomes dos linchadores no meu caderninho, pois estes nunca mais terão o meu respeito para nada. É nessas horas que a gente sabe quem tem caráter de ir contra a "maioria" e quem apenas se cala ou participa do linchamento. No futuro será tarde para sentir vergonha. A história é dura com quem se omite nas horas decisivas da vida.

AM

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26/10/2005 - CCJ rejeita recurso de Dirceu


Por 39 votos a 15, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou nesta quarta-feira o recurso do deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), que pedia a anulação do seu processo no Conselho de Ética da Câmara.

No pedido, Dirceu argumentou que o PTB, autor da representação contra ele, tentou retirar o processo e o pedido foi recusado pelo Conselho.

O relator do recurso de Dirceu na CCJ, deputado Darci Coelho (PP-TO), deu parecer favorável ao ex-ministro na última quarta-feira. Na avaliação do relator, foi pertinente a contestação de Dirceu.

No entanto, com a derrubada do parecer de Coelho, a CCJ aprovou simbolicamente o parecer do deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), que se manifestou contra o recurso.

Com a rejeição, a votação do parecer do relator no Conselho de Ética, Júlio Delgado (PSB-MG), que pede a cassação do mandato do parlamentar petista, ocorrerá na manhã desta quinta-feira.

As informações são da Folha Online.

Dirceu recebe apoio de artistas e intelectuais

Um grupo de artistas, jornalistas e representantes de organizações sociais divulgou nesta quarta-feira (26) um manifesto em defesa do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP).
O documento tem 91 signatários, entre eles Antonio Abujamra, Antonio Grassi, Augusto Boal, Claudio Tozzi, Emir Sader, Fernando Lyra, Fernando Morais, Gianfrancesco Guarnieri, Jards Macalé, João Felício, Oscar Niemeyer, Osmar Prado, Paulo Betti, Paulo Caruso, Tizuka Yamasaki, Wagner Tiso e Ziraldo.
Segundo o manifesto, a partir das denúncias contra o PT, criou-se um clima "de rancorosa euforia" entre setores da oposição e da imprensa.
"Nos momentos de maior histeria, o objetivo chegou a ser o mandato delegado pelo povo ao presidente da República. Mas desde o início da crise, de forma intensa e incessante, o peso principal de tamanha artilharia recaiu sobre o deputado José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-presidente do PT e ex-chefe da Casa Civil", diz o texto.
O documento também critica om "ranço antidemocrático" presetne nos discursos de quem pede a cassação de Dirceu. "Ignoram-se o direito de defesa, a presunção da inocência, o devido processo legal e a isenção investigativa", alerta.
O ator José de Abreu e o jornalista e escritor Fernando Morais entregaram uma cópia do manifesto a Dirceu.

Confira a íntegra do manifesto:

Em defesa da democracia e da Constituição

Cassação do deputado José Dirceu é um ato de injustiça

O país atravessa há praticamente cinco meses uma avalanche de denúncias e especulações. A partir de depoimentos do ex-deputado Roberto Jefferson, nos quais acusou a existência de um suposto esquema para compra de votos entre parlamentares, teve início uma escalada para colocar no banco dos réus o governo do presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores.

Um clima de rancorosa euforia tomou conta das forças oposicionistas. Não hesitaram em classificar e reinterpretar os fatos de acordo com suas conveniências. Pouco importa que nenhuma prova concreta corrobore a versão difundida por setores da mídia convertidos em supremos promotores pairando acima das instituições democráticas. Aos acusadores sequer interessa que as investigações não tenham, até o presente, confirmado qualquer esquema para compra de votos na Câmara. Ou que inexistam evidências sólidas contestando o depoimento do ex-tesoureiro petista, segundo o qual recursos não-contabilizados saldaram dívidas eleitorais e foram originados por empréstimos bancários legalmente reconhecidos pelo Banco Central.

Um grave delito foi cometido, aliás confessado por seus autores, quando se recorreu a métodos irregulares de financiamento, em flagrante violação da lei eleitoral. Milhões de cidadãos não escondem sua decepção com a contaminação do PT por este expediente tradicional e perverso de nosso sistema político. Mas a exploração pública que agora disso se faz contraria preceitos constitucionais e revela ranço antidemocrático. Ignoram-se o direito de defesa, a presunção da inocência, o devido processo legal e a isenção investigativa.

Nos momentos de maior histeria, o objetivo chegou a ser o mandato delegado pelo povo ao presidente da República. Mas desde o início da crise, de forma intensa e incessante, o peso principal de tamanha artilharia recaiu sobre o deputado José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-presidente do PT e ex-chefe da Casa Civil.

Não há contra este parlamentar indícios materiais que o vinculem aos recursos irregulares. A principal testemunha de acusação, o ex-deputado Roberto Jefferson, perdeu seu mandato, entre outras razões, porque denunciou sem provas a existência do chamado “mensalão”, quebrando o decoro parlamentar. Um paradoxo que não pode calar: o mesmo colegiado que cassou um dos seus por acusação caluniosa pode expulsar de suas fileiras a principal vítima das calúnias de quem foi condenado exatamente por suas mentiras?

Não estão em questão os erros que o ex-ministro possa ter cometido ou sua responsabilidade política pela crise que atravessa seu partido e o país. A democracia prescreve, para esses males, o julgamento das urnas e a crítica dos correligionários. Imputam-se ao ex-ministro, isto sim, delitos que configurariam desrespeito aos compromissos exigíveis de um mandatário. A ausência de provas levou seus denunciantes a um eufemismo, apelidando de julgamento político um processo que fere garantias constitucionais e ameaça transformar as instituições parlamentares em tribunal de exceção.

A Câmara dos Deputados tem a oportunidade e o dever cívico de impedir esse retrocesso. O deputado José Dirceu não pode ser banido uma segunda vez da vida pública pelo projeto político que representa. Não pode ser punido para satisfazer o ódio dos que sempre foram inimigos das causas que abraçou. Não pode ser cassado para saciar a fome de vingança das forças que historicamente resistiram às mudanças e aos sonhos.

Defendemos o mandato do deputado José Dirceu. Não precisamos desculpá-lo por seus equívocos, concordar com suas atitudes ou subscrever suas idéias. Mas a cassação desse parlamentar seria uma afronta às regras democráticas cuja conquista custou tanta luta e sacrifício.

Assinam o manifesto :

Abelardo Blanco (arquiteto)

Afonso Borges (jornalista e produtor cultural)

Afonso Magalhães (coordenador da central de movimentos populares)

Aldo Lins e Silva (advogado e conselheiro da república)

Alfredo Buso (arquiteto)

Aluisio Palmar (jornalista)

Álvaro Caropreso (jornalista)

Ana Clara Schemberg (bióloga)

Ana de Hollanda (cantora)

Antonio Abujamra (dramaturgo)

Antonio Grassi (ator)

Antonio Netto (presidente da CGTB)

Antonio Pitanga (ator)

Argemiro Ferreira (jornalista)

Ariovaldo Ramos (pastor evangélico)

Aton Fon Filho (advogado)

Augusto Boal (autor e diretor teatral)

Beth Fleury (jornalista e escritora)

Caio Rosenthal (médico)

Cecília Vicente de Azevedo Alves Pinto (escritora)

Cláudio Cerri (jornalista)

Claudio Kahns (cineasta)

Claudio Tozzi (pintor)

Consuelo de Castro (escritora)

Cosette Alves (empresária)

Dalmo Dallari (jurista)

Darcio Pauperio Serio (advogado)

Eduarda Duvivier (arquiteta e escultora)

Eduardo Fagnani (economista)

Emir Sader (cientista político)

Fernando Lyra (advogado)

Fernando Morais (escritor)

Flávio Tavares (jornalista e escritor)

Frederico Mazzucchelli (economista)

Gianfrancesco Guarnieri (ator e escritor)

Guilherme Fontes (ator e cineasta)

Hildegard Angel (jornalista)

Jards Macalé (músico)

João Felício (presidente da CUT e secretário sindical nacional do PT)

José de Abreu (ator)

José Roberto Aguilar (artista plástico)

Laércio de Almeida Lopes (psiquiatra)

Lawrence Pih (empresário)

Lia Ribeiro Dias (jornalista)

Luciano Chirolli (diretor de teatro)

Luciano Coutinho (economista)

Lucy Barreto (produtora de cinema)

Luis Vergueiro (publicitário)

Luiz Carlos Barreto (cineasta)

Luiz Fernando Emediato (jornalista e editor)

Luiz Gonzaga Belluzzo (economista)

Luiz Paulo Rosenberg (economista)

Malu Alves Ferreira (jornalista)

Manoel de Serra (presidente da Contag)

Márcia Frazão (escritora)

Maria Alice Vergueiro (atriz)

Maria Augusta Carneiro Ribeiro (socióloga)

Maria das Graças Sena (produtora de cinema)

Maria do Amparo Araújo (familiares de mortos e desaparecidos)

Maria Helena Moreira Alves (cientista política)

Mariza Leão (cineasta)

Olgária Mattos (filósofa)

Oscar Niemeyer (arquiteto)

Osmar Prado (ator)

Ottoni Fernandes Jr. (jornalista)

Paulo Betti (ator)

Paulo Caruso (cartunista)

Paulo Maldos (psicólogo)

Paulo Ribeiro (jornalista e empresário)

Paulo Thiago (cineasta)

Pedro Paulo Sena Madureira (editor)

Radha Abramo (crítica de arte)

Raimundo Rodrigues Pereira (jornalista)

Reinaldo Guarany (artista plástico e escritor)

Ricardo Kotscho (jornalista)

Rui Goethe da Costa Falcão (jornalista e advogado)

Sérgio Amadeu (sociólogo)

Sérgio Rezende (cineasta)

Sérgio Sérvulo da Cunha (advogado)

Sérgio Sister (jornalista e artista plástico)

Silvio da Rin (documentarista)

Suzana Keniger Lisboa (familiares de mortos e desaparecidos)

Sylvia Bahiense Naves (diretora da cinemateca brasileira)

Tizuka Yamasaki (cineasta)

Toni Cotrim (publicitário)

Vanderley Caixe (advogado)

Vanya Guarnieri (socióloga)

Vladimir Sacchetta (jornalista e produtor cultural)

Wagner Tiso (músico)

Zélio Alves Pinto (artista plástico)

Ziraldo (cartunista)


Agência Informes (www.informes.org.br)

“Evidências irrefutáveis”

GRANDE VERA, ESSA FOI ÓTIMA!!!
AM
Meu caro Adauto,
Essa história toda envolvendo o Deputado José Dirceu e o "poder que ele tinha pra fazer o mal" me faz lembrar uma velha piada sexista.


Uma mulher, que gostava muito de ler era casada com um homem que gostava muito de pescar. Um dia, ele voltou de manhã de uma pescaria noturna e foi descansar. Ela então pegou o barco, foi até o meio do lago, parou deitou-se lá,dentro do barco, e pôs-se a ler um romance. Apareceu um guarda numa lanchinha e disse à mulher:

_Aqui é proibido pescar. Se a senhora não sair agora mesmo daqui vai ser multada.

_Mas, eu não estou pescando, estou lendo. - defendeu-se amulher

_ Sim, mas, a senhora tem todo o equipamento necessário e pode começar a qualquer momento.

A mulher encarou o guarda e mandou:

_ Pois eu vou denunciar o senhor por estupro.

O guarda levou um susto.

_ O que é isso, minha senhora!? Eu sequer toquei num fio de seu cabelo!

- Ah! Mas, o senhor tem todo o equipamento necessário e pode começar a qualquer momento.


Saudações PeTistas e Pacifistas,

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Segue artigo da Vereadora Soninha do PT/SP:

“Evidências irrefutáveis” de que talvez, quem sabe...ou não...

A Folha de hoje, em editorial, cita o texto do relator da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, Júlio Delgado (PSB-MG), dizendo que ele “é bem fundamentado e convincente ao defender a cassação do mandato do petista”. E reproduz um trecho: “A lógica humana nos permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis, afirmar que Dirceu tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema ou, pelo menos, poderes suficientes para impedir que tais práticas prosperassem", escreve Delgado, sintetizando seu voto. Cristaliza a convicção, que também é a desta Folha, que o mandato de deputado federal de José Dirceu deve ser cassado pela Câmara”.

Bom, meio mundo (ou quem sabe 90% dele) tem certeza de que José Dirceu deve ser cassado. Mas se esse texto do relator serve para convencer alguém, ele só me deixa com dúvidas! Vamos lá: ele fala que “a lógica humana permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis”. Bom, se há um acúmulo de evidências irrefutáveis, não precisaria nem citar a lógica humana, né? Mas... Quais são, hein, as evidências irrefutáveis?

Não se trata – juro – do velho discurso da “falta de provas” para eximir alguém de culpa. Mas falando sério, são evidências de que? Do tal do “mensalão”, que só o Roberto Jefferson disse que era assim e assado (e foi cassado, entre outras coisas, porque acusou pra cima e pra baixo e não há uma prova de que tal “mensalão” tenha acontecido)? E evidências irrefutáveis? Preciso ler o relatório completo para ver quais são, talvez elas estejam todas lá e eu esteja gastando tempo à toa, mas me parece mais uma questão de convicção pessoal (ou “lógica humana”) do que de acúmulo de evidências irrefutáveis...

Ainda mais se seguirmos o texto do relator, quando ele mesmo responde à minha pergunta “evidências de que?”: (seriam) evidências de que Zé Dirceu “tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema”. Peraê, peraê... Ou você tem evidências de que ele foi “O AUTOR intelectual de todo o esquema”, ou não tem evidência de nada. Evidência de que “tinha poderes para ser” é o fim da picada!

E o próprio relator pondera em seguida: Dirceu tinha “poder para ser”, “ou ao menos poder suficiente para impedir”. Como assim, “ou ao menos”??? Ele não tinha “evidências irrefutáveis”? Como uma evidência “irrefutável” -- de que ele tinha “poder para ser o autor” -- vira algo que pode ser contestado na mesma frase? “Ou ao menos”....

Olha, posso até concordar com o “ou ao menos”. Na verdade, eu poderia dizer que, se o Ministro José Dirceu não teve, como alega, participação em um mega-esquema irregular de financiamento de campanhas, fornecimento de garantias indevidas e outras barbaridades que aconteceram, ele deveria ter tomado conhecimento do esquema (como algo adquire tal vulto e passa despercebido); se não tomou, falhou no exercício de suas funções. Faltou controle, fiscalização, acompanhamento do que se passava na relação governo/ partidos/ Congresso.

Mas dizer que “há evidências irrefutáveis de que ele tinha poder para ser o autor”, tão peremptoriamente quanto parece, e depois fazer a ressalva “ou ao menos para impedir” -- o que é, na prática, admitir que NÃO HÁ EVIDÊNCIA IRREFUTÁVEL COISÍSSIMA NENHUMA DE QUE ELE TENHA SIDO O AUTOR INTELECTUAL DE QUALQUER NEGÓCIO. É condenar, sim, Zé Dirceu antecipadamente. Que paga, antes de tudo, pela imagem que se construiu de que ele era o homem que “mandava prender e mandava soltar” no governo, com poderes absolutos, irrestritos, universais. O que simplesmente não é verdade.

terça-feira, outubro 25, 2005

Não é o cartaz que associa ele ao nazismo, é o que ele é.

Cartaz associa Bornhausen a nazismo

Brasília amanheceu nesta terça-feira apinhada de cartazes com ataques ao presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Foram afixados ao longo do Eixo Monumental, uma das principais avenidas da cidade, no Setor Comercial Sul, área de grande movimentação, e até na Esplanada dos Ministérios. Os cartazes exibem um Bornhausen vestindo uniforme nazista.

Ao lado da foto, os seguintes dizeres: "Vamos acabar com 'este' raça. Preto, pobre e operário nunca mais!" Nesse momento, Bornhasen está almoçando com o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. Ele pede providências para que a polícia local identifique os seus detratores.

"O curioso é que, na semana passada, o ministro do Trabalho (Luiz Marinho) referiu-se a mim, numa solenidade no Itamaraty, como alguém que tem saudades de Hitler. É óbvio que isso é coisa orquestrada. Posso dizer que não foi o PFL que orquestrou", disse Bornhausen a este blog minutos atrás.

A declaração a que se refere Bornhausen foi feita pelo ministro do Trabalho na última quinta-feira. Marinho, que deixou a presidência da CUT para ingressar no governo do amigo Lula, disse o seguinte: “Bornhausen tem saudades do Hitler. Eles [o PFL] querem se tornar o judiciário universal do país. Não sabem o que fazem, estão perdidos”.

Procurado há pouco pelo repórter, o ministro Luiz Marinho ainda não se manifestou.

Escrito por Josias de Souza às 12h52

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Marinho: "Não compactuo com atitudes criminosas"

O ministro Luiz Marinho (Trabalho) acaba de enviar a este blog, por meio de sua assessoria, uma nota oficial. O texto critica o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Diz que foi uma “irresponsabilidade” a afirmação em que o presidente do PFL associou o ministro aos cartazes ofensivos distribuídos por Brasília nesta terça-feira (veja despacho abaixo, das 12h 52).

Eis a íntegra da nota do ministro:

“O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considera uma irresponsabilidade a afirmação do senador Jorge Bornhausen a respeito dos cartazes afixados hoje (25/10) em Brasília. O senador fez alusão a uma fala do ministro que, na semana passada, se referiu à postura discriminatória do PFL.

O ministro considera os cartazes um desrespeito ao senador da República e afirma que não pactua com atitudes criminosas.”

Assessoria de Imprensa

Ministério do Trabalho e Emprego

Hoje, tem um linchamento por dia

“O que me assusta é esse linchamento sistemático que a imprensa faz, com base na liberdade de imprensa. Está sempre demolindo. Hoje, tem um linchamento por dia. É uma Imprensa adjetiva e dramática, não é reflexiva. Este modo de tratar as coisas, emocionando e não informando, é a mãe de todas as formas de fascismo.”
Amir Haddad – diretor de teatro- grupo carioca Tá na Rua

Sobre evidências irrefutáveis

Seguindo a lógica da Folha, seria o caso de perguntar porque a mesma Folha nunca defendeu a queda de FHC durante o célebre episódio das fitas na privatização do sistema Telebrás. É a própria voz de FHC que está nas gravações onde ele é mencionado como sendo a "bomba atômica" para a solução dos impasses nos arranjos dos operadores da tucanada. Também, seguindo a lógica das evidências irrefutáveis, posso concluir que como toda a imprensa calou ao mesmo tempo sobre esse e outros episódios da era FHC, deve ter sido por que foi devidamente comprada pelo esquema tucano, e o valor da transação deve ter sido bem interessante, visto que até hoje ainda cobre a publicação de editoriais contra Zé Dirceu, LULA e o PT.

IRREFUTÁVEL É A PILANTRAGEM E A CARA DE PAU DESSA IMPRENSA TUCANA.

AM
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Segue artigo da Vereadora Soninha do PT/SP:

“Evidências irrefutáveis” de que talvez, quem sabe...ou não...

A Folha de hoje, em editorial, cita o texto do relator da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, Júlio Delgado (PSB-MG), dizendo que ele “é bem fundamentado e convincente ao defender a cassação do mandato do petista”. E reproduz um trecho: “A lógica humana nos permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis, afirmar que Dirceu tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema ou, pelo menos, poderes suficientes para impedir que tais práticas prosperassem", escreve Delgado, sintetizando seu voto. Cristaliza a convicção, que também é a desta Folha, que o mandato de deputado federal de José Dirceu deve ser cassado pela Câmara”.

Bom, meio mundo (ou quem sabe 90% dele) tem certeza de que José Dirceu deve ser cassado. Mas se esse texto do relator serve para convencer alguém, ele só me deixa com dúvidas! Vamos lá: ele fala que “a lógica humana permite, através do acúmulo de evidências irrefutáveis”. Bom, se há um acúmulo de evidências irrefutáveis, não precisaria nem citar a lógica humana, né? Mas... Quais são, hein, as evidências irrefutáveis?

Não se trata – juro – do velho discurso da “falta de provas” para eximir alguém de culpa. Mas falando sério, são evidências de que? Do tal do “mensalão”, que só o Roberto Jefferson disse que era assim e assado (e foi cassado, entre outras coisas, porque acusou pra cima e pra baixo e não há uma prova de que tal “mensalão” tenha acontecido)? E evidências irrefutáveis? Preciso ler o relatório completo para ver quais são, talvez elas estejam todas lá e eu esteja gastando tempo à toa, mas me parece mais uma questão de convicção pessoal (ou “lógica humana”) do que de acúmulo de evidências irrefutáveis...

Ainda mais se seguirmos o texto do relator, quando ele mesmo responde à minha pergunta “evidências de que?”: (seriam) evidências de que Zé Dirceu “tinha poderes para ser o autor intelectual de todo este esquema”. Peraê, peraê... Ou você tem evidências de que ele foi “O AUTOR intelectual de todo o esquema”, ou não tem evidência de nada. Evidência de que “tinha poderes para ser” é o fim da picada!

E o próprio relator pondera em seguida: Dirceu tinha “poder para ser”, “ou ao menos poder suficiente para impedir”. Como assim, “ou ao menos”??? Ele não tinha “evidências irrefutáveis”? Como uma evidência “irrefutável” -- de que ele tinha “poder para ser o autor” -- vira algo que pode ser contestado na mesma frase? “Ou ao menos”....

Olha, posso até concordar com o “ou ao menos”. Na verdade, eu poderia dizer que, se o Ministro José Dirceu não teve, como alega, participação em um mega-esquema irregular de financiamento de campanhas, fornecimento de garantias indevidas e outras barbaridades que aconteceram, ele deveria ter tomado conhecimento do esquema (como algo adquire tal vulto e passa despercebido); se não tomou, falhou no exercício de suas funções. Faltou controle, fiscalização, acompanhamento do que se passava na relação governo/ partidos/ Congresso.

Mas dizer que “há evidências irrefutáveis de que ele tinha poder para ser o autor”, tão peremptoriamente quanto parece, e depois fazer a ressalva “ou ao menos para impedir” -- o que é, na prática, admitir que NÃO HÁ EVIDÊNCIA IRREFUTÁVEL COISÍSSIMA NENHUMA DE QUE ELE TENHA SIDO O AUTOR INTELECTUAL DE QUALQUER NEGÓCIO. É condenar, sim, Zé Dirceu antecipadamente. Que paga, antes de tudo, pela imagem que se construiu de que ele era o homem que “mandava prender e mandava soltar” no governo, com poderes absolutos, irrestritos, universais. O que simplesmente não é verdade.

Que tal a CPI do tucanoduto da mídia???

Seguindo a lógica das evidências irrefutáveis, quanto custou esse cala-boca??? Como foi pago, e por quem foi pago??? Esse cala-boca, é parte de um pacote maior que inclui editoriais e matérias em geral contra o governo e o PT, será que vale até a campanha de 2006??? Como esse gasto vai ser contabilizado? Como caixa 1 ou caixa 2??? Será que o ombudsman da Folha pode esclarecer os leitores da Folha sobre essas questões???

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Tucanoduto mineiro
Nada na Veja; nada na Folha
Marco Aurélio Weissheimer
Mídia dá pouco destaque à conexão entre Marcos Valério e tucanos

Mídia dá pouco destaque à conexão
entre Marcos Valério e tucanos

Jornais deram pouca visibilidade ao depoimento de Cláudio Mourão - tesoureiro da campanha do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, para o governo de MG, em 1998. Mourão confirmou uso de caixa 2 e de recursos de Marcos Valério. Avaliação é do ombudsman da Folha de São Paulo, Marcelo Beraba. Revista Isto É publica documentos sobre "tucanoduto mineiro".

Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior 23/10/2005

Porto Alegre - O ombudsman do jornal Folha de São Paulo, Marcelo Beraba, criticou em sua coluna deste domingo (23) a pouca visibilidade que os principais jornais do país deram ao depoimento de Cláudio Mourão - tesoureiro da campanha do presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, ao governo de Minas Gerais, em 1998 - na CPI dos Correios. Mourão confirmou o uso de caixa dois e de recursos de Marcos Valério no financiamento da campanha eleitoral do PSDB de Minas, em 1998. (Ver matéria de Luiz Augusto Gollo: Ex-tesoureiro confirma caixa dois tucano na campanha de 98 em MG)

Na avaliação de Beraba, as declarações do tesoureiro tucano são relevantes por quatro razões:

"Primeiro, porque foram feitas pela primeira vez numa CPI. Segundo, porque trouxeram novidades, como as informações sobre o pagamento dos serviços do publicitário Duda Mendonça com recursos do caixa dois da campanha. Terceiro, porque repetiram as mesmas táticas e argumentos (Mourão assumiu sozinho a responsabilidade pelo caixa dois) do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Por fim, porque há uma disputa política travada em torno dos resultados das investigações que não pode ser ignorada. O PT, os seus aliados e os partidos de oposição, principalmente o PSDB e o PFL, tratam da crise com a mesma perspectiva eleitoral".

Ainda segundo o ombudsman da Folha, "embora os jornais não possam perder o foco nas irregularidades e nos crimes cometidos neste governo e nesta legislatura, é evidente que não podem ignorar e deixar de tratar com igual rigor as irregularidades e os crimes cometidos por outros governos, por outros partidos e em outros períodos".

Para Beraba, a manchete da Folha na edição de 20 de outubro (o teor da defesa do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no conselho de ética do partido) é "defensável do ponto de vista jornalístico". Também considerou correto o destaque dado à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou liminar pedida pelo deputado José Dirceu (PT-SP) para suspender seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. "Mas esses destaques não justificam que tenha sido mal dado o depoimento de Mourão", avaliou.

Simpatia pelos tucanos
A secretária de Redação da área de edição da Folha, Suzana Singer, discordou da avaliação de Beraba. Para ela, o depoimento de Mourão apenas reafirmou à CPI o que ele já havia dito antes e não representaria, portanto, grande novidade. O ombudsman rebateu esse argumentou: "é bom lembrar que, em diversas ocasiões ao longo da crise política que vem desde maio, a Folha considerou válido destacar, inclusive em manchetes, fatos, acusações e declarações já publicados".

Observando que vários leitores identificam no comportamento do jornal uma simpatia pelos tucanos, Beraba concluiu:

"O jornal não pode entrar no jogo político dos partidos. Deve procurar expor com a mesma visibilidade e rigor crítico as mazelas de todos eles. Tem hora que não basta se pretender isento. A Folha reconhece com relativa facilidade os erros de informação que comete. Mas tem uma grande dificuldade para admitir os erros de edição que colocam em xeque a sua imparcialidade".

"Tucanoduto mineiro"
Em sua edição deste fim de semana, a revista Isto É publica documentos que mostrariam que Marcos Valério pagou o silêncio do ex-tesoureiro da campanha do PSDB em Minas. Segundo a revista, Cláudio Mourão teria recebido R$ 700 mil para proteger Azeredo no seu depoimento na CPI. Os documentos publicados por Isto É (entre eles, um recido de quitação de dívida e um cheque de Marcos Valério) desmontariam a versão do senador tucano de que o publicitário mineiro nunca teria operado com o seu consentimento.

Esses documentos estariam relacionados a um processo judicial movido por Mourão para cobrar de Azeredo um prejuízo supostamente herdado da campanha de 1998. "A pendenga", diz a Isto É, "só teve fim depois que Marcos Valério pagou a dívida do senador com o tesoureiro". "O pagamento foi feito por meio do cheque 7638, emitido por Valério e pela mulher dele, Renilda Santiago, em 18 de setembro de 2002. O dinheiro saiu de uma conta mantida pelo casal na agência Assembléia do Banco Rural em Belo Horizonte, a mesma onde ocorreu uma parte significativa dos saques em dinheiro que abasteceram o suposto esquema do mensalão", diz ainda a matéria.

Ainda segundo a revista, o acerto entre Valério e Mourão ocorreu numa época em que o senador Azeredo e o publicitário mantiveram comunicação regular. "A quebra do sigilo telefônico de Marcos Valério, obtida pela CPI dos Correios, mostra que ele falou com Azeredo 53 vezes desde abril até outubro de 2002, exatamente o mês em que foi fechado o acordo com Cláudio Mourão". A Polícia Federal, a CPI dos Correios e o Ministério Público investigam agora a origem do dinheiro utilizado para saldar a dívida. "Documentos de posse do MP de Minas reforçam a tese de que o valerioduto usado pelo PT nas eleições de 2002 surgiu nas hostes do tucanato", afirma a reportagem da Isto É. Segundo tais documentos, boa parte dos recursos da campanha do PSDB em MG teria origem em recursos de empresas estatais, como as Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig).


NOVAE

LULA DIABO CONTRA OS JAGUNÇOS ILUMINISTAS

Em 2002 essa jagunçada falava que caso LULA fosse eleito presidente o Brasil mergulharia no caos, seria uma nova Argentina. Não veio o caos. Depois veio a fase da desqualificação dos programas como Fome Zero, Bolsa Família, da Agricultura Familiar, do micro-crédito, da geração de emprego, ... Os programas foram em frente e a sua realidade hoje não permite a desqualificação.

Começou então a fase da campanha contra as grandes políticas de governo: fortalecimento do estado, gestão republicana das estatais, soberania na política externa, fortalecimento da indústria nacional, e das exportações para novos mercados, integração da América do Sul, diálogo permanente com os movimentos sociais, gestão republicana dos investimentos no setor elétrico, portos, ferrovias e indústria naval. Não deu, o Brasil melhora e tem bons indicadores em várias áreas, tão bons, que é preciso até censurar vários dados e ações do governo.

Finalmente a tal "crise política" e nada de conseguirem derrubar o governo. Agora, no auge do desespero, partem para a ofensa direta ao indivíduo, à pessoa de LULA. O presidente é alcoólatra, mentiroso, a encarnação do diabo, populista, despreparado e sortudo (no mau sentido, é claro). Tudo isso em apenas um artigo. É impressionante como alguém com todos esses defeitos e tão desqualificado assim, ainda tenha que ser tocaiado todo dia por essa tropa de jagunços da máfia que controla a imprensa tucana no Brasil.

LULA além de ser o sujeito mais sortudo do mundo, deve ter o melhor piloto automático que existe, pois mesmo com todas as tempestades e atentados mantém o seu avião voando em segurança. Azarada é a mãe desse Jabor, que deve estar vermelha de vergonha, por colocar um pulha desse no mundo.
AM
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ARNALDO JABOR O ESTADO DE S.PAULO

Terça-feira, 11 de outubro de 2005
Eleição de Lula pode virar pesadelo

As sobrancelhas do Lula estão diferentes. Vocês repararam? Estão arqueadas, em acento circunflexo, como sobrancelhas de diabo de circo, feitas de rolha queimada. Seus olhos reviravam para o alto, em alvo, em discursos populistas; agora, as sobrancelhas se fixaram num arco feroz, como um bicho se defendendo. Seu rosto está vermelho e inchado de rancor e determinação (álcool?) e sua catadura só se desarma em sorrisos de marketing, ostentado uma falsa descontração. Lula topará tudo para ser reeleito. Sua garra é mais do que política; é a salvação de sua imagem que pode acabar num derrota anunciada. Para vencer, ele usará todo seu carisma de messias do povo, de operário em construção.
Lula não tem mais vergonha de mentir. Essa semana, ele reuniu os petistas “cassáveis” no Planalto para fingir normalidade, e vimos que suas energias estão convocadas para nos fazer esquecer o centro da crise. A tática é assim: confessar uma meia-verdade para esconder uma grande Mentira. Lula fingiu uma esperta “autocrítica”: “Nós erramos por não termos dito desde o começo claramente: olha, os companheiros pegaram dinheiro não-contabilizado e não declararam. Era muito mais fácil de explicar para a sociedade.” Além do ato falho (“muito mais fácil” ), vejam a malandragem: confessa-se um pequeno “erro” (delito) para esconder os 3 bilhões que foram desviados das Estatais, de fundos de pensão, de arreglos com empresas como Interbrasil, Skymaster, Garanhuns, agencias de publicidade , tudo sob a batuta de Dirceu, de onde saíram os bilhões depositados no Exterior, para serem lavados através de “empréstimos” fajutos como os do Valerio.

Não tenho medo da pizza que virá. Virá. Todo o governo está dedicado a isso, junto com seus sórdidos aliados. Renunciarão vários, as cassações serão remotas, com adiamentos provocados por jogadas como a de João Caldas do PL, que pedirá vistas do processo e dará mais 2 semanas para salvar petistas e outros.

O que preocupa não é a pizza; é a encrenca sem-fim que virá depois. O que preocupa é a desconstrução da democracia e da República, que virá se Lula for reeleito. A pizza é bobagem, coisa menor. O trágico é a volta do labirinto do atraso histórico, que será o grande aliado de Lula para se reeleger. Vejam como está funcionando o jogo de bloqueios e delongas do governo. Vejam o sorriso dos “cassáveis” que redescobrem com alegria que o sistema escroto é mais forte que qualquer tentativa de mudança. “Bendita paralisia brasileira” – eles pensam, aliviados. Na imprensa, já sentimos essa impotência: a resistência dos canalhas é maior que qualquer verdade publicada.

O velho Brasil está voltando a seu formato original, renascendo como rabo de lagarto.

É um movimento estrutural além dos homens e dos discursos; é inconsciente, automático, quase físico. Lula tem muitas chances de continuar. E será um pesadelo. Não só por ele – um símbolo despreparado para qualquer administração. O mais grave é o que ele fará em 2006 para ser eleito e o que virá depois.

O ANO QUE VEM

Em 2006, Lula vai encostar Palocci na parede e o obrigará a soltar a grana para financiar projetos eleitoreiros. Vai obrigar a queda de juros para agradar a troianos industriais e gregos socialistas das esquerdas.

Em 2006, ele usará os bons resultados da economia para fingir que governou , quando teve apenas sorte com a economia mundial e sorte por ter recebido a “herança bendita” de FHC. Em 2006, Lula vai ostentar a pizza conseguida, para afirmar que “nenhum governo foi tão investigado em vão, com três CPIs, etc...”.

E, no ano que vem, veremos o desligamento progressivo de Lula do PT. Ele tende a virar um símbolo auto-suficiente. Lula será o partido de si mesmo e venderá seu carisma a quem quiser se aliar. Poderá usar o PT também, mas outros vão se aliar a ele, e não mais ao PT. Desde os oportunistas do PMDB até os evangélicos do novo partido do executivo-ateu da indústria da fé, o Edir Macedo e daquela anta do Mangabeira vão se empurrar para ocupar lugar no coração de Lula.

Na oposição, ainda não há ninguém com seu carisma e sua máquina. A oposição errou, porque o Lula “sangrando” é mais desejado pelas filas de oportunistas que querem fazer transfusão nele. Há muitos políticos querendo ser vice, de Renan a Jobim. Lula será um símbolo de aluguel. Só um grave escândalo pessoal, legível para as massas ignorantes, poderia detê-lo.

Lula terá apoio de uma esquerda que busca entrar em qualquer barco populista , gente do tipo que apoiou Quércia, do MR8 aos intelectuais “orgânicos”, que acham Quércia uma espécie de “prótese” entre Ademar de Barros e JK. Assim, será montada a frente única da estupidez popular, do oportunismo partidário e de acadêmicos incorrigíveis.

DEPOIS DO DESASTRE

Uma vez eleito, seu segundo governo será um desastre pois a economia, herdada de FHC e protegida por Palocci, terá sido destroçada pela luta da reeleição, pelos projetos desenvolvimentistas-porraloucas do Estado e pela sanha dos aliados fisiológicos.

A desgraça de seu segundo governo fará a população mais descrente da democracia, essa idéia sutil, difícil de entender. Ninguém entendeu que colocar o País num mundo democrático foi essencial nos oito anos de FHC e, como o socialismo é impossível no Brasil, ele se degrada e se prostitui como ‘populismo’. O segundo governo de Lula será de arroubos chavistas. Confrontado com a democracia liberal desmoralizada, ele tentará deixar seu nome como um “bolivariano” ou talvez “tiradentista”, na história de nossa estupidez.

E com o fracasso do segundo mandato, o povo vai preferir o pior. Nunca a decepção leva à busca de algo mais fino. Os erros de um governo popular criam desejos de “populismo”, mais fácil de entender. Sem contar a tradição do autoritarismo salvacionista que levamos na alma. As feições de nossa vida política, na verdade, não prezam a democracia; ela será expulsa aos poucos, e o Sistema escroto ressuscitará.

E esse desastre populista e inflacionário traçará os rumos do regime de direita também populista que virá depois, a volta de todos nossos vícios históricos. Lula poderá ser um “pré-garotinho”.

Isso é uma prefeitura ou uma dedetizadora de gente???


Ovo na democracia tucana
O prefeito José Serra se limpa após ovo atingir seu carro, durante vistoria de obra, em São Miguel, zona leste de São Paulo

Nas grandes cidades a entrada desse ideário cientificista difuso se faz sentir diretamente a partir da adoção de grandes programas de higienização e saneamento. Tratava-se de trazer uma nova racionalidade científica para os abarrotados centros urbanos, implementar projetos de cunho eugênico que pretendiam eliminar a doença, separar a loucura e a pobreza. Em O ESPETÁCULO DAS RAÇAS de Lilia Moritz Schwarcz, 1. Entre "Homens de Sciencia". Eugenia s.f. teoria que busca o aperfeiçoamento físico e mental da espécie humana.


[foto] TORTADA no secretário de habitação da cidade de São Paulo
Por confeiteiros sem fronteiras 19/09/2005 às 18:04
em palestra na Poli-USP, secretário é tortado no momento em que diz que a prefeitura PULVERIZA as pessoas que moram em prédios "invadidos" no centro de São Paulo.

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Serra quer mandar sem-teto para fora de São Paulo

A solução que a administração Serra encontrou para o problema habitacional das famílias sem-teto das ruas Plínio Ramos e Mauá (região central) é "original". A Secretária Municipal de Habitação resolveu custear o "retorno" rodoviário das famílias para suas cidades de origem.

Cerca de 130 famílias que foram retiradas de prédios abandonados há anos e que foram ocupados por cerca de 8 meses estão hoje morando em barracos improvisados nas calçadas das ruas Plínio Ramos e Paula Souza (ambas no centro de São Paulo).

Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da USP, Maria Lúcia Refinetti, dar as passagens é uma maneira de a prefeitura não encarar o problema dos sem-teto. "Questão de habitação se trata com habitação", afirmou.

A medida também foi criticada por um dos coordenadores da União Nacional por Moradia Popular, Benedito Barbosa. Ele diz que o movimento não vai aceitar como política habitacional o retorno para a terra de origem.

Já para o promotor José Carlos de Freitas, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, não há problema na oferta das passagens se houver recurso orçamentário.

A assessoria da Secretaria de Assistência Social disse que a idéia do pagamento das passagens partiu dos sem-teto. A liderança do movimento diz que foi iniciativa da prefeitura. Segundo a secretaria, a doação de passagens já existe nos 31 centros de referência de assistência social da cidade.

Até o final da semana, as famílias vão para um alojamento no Canindé (centro), segundo disse a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

Segundo a secretaria, alguns moradores já pediram a passagem. "A situação de cada família será analisada antes da concessão do benefício" diz o órgão municipal. Segundo a assessoria, será gasto até R$ 5.000 com a compra das passagens de uma família. Os recursos serão da Secretaria Municipal de Habitação.

Vale lembrar que uma passagem de ônibus para, por exemplo, o município de Juazeiro do Norte, no Ceará, a cerca de 2 mil quilômetros de São Paulo, custa em média R$ 290. O valor indicado pela Secretaria seria suficiente para comprar 17,24 passagens rodoviárias. Ou as famílias são imensas ou a assessoria de imprensa da Secretaria está mal-informada.

A reportagem da Folha de S.Paulo ouviu alguns moradores que "demonstraram" intenção de voltar para seu lugar de origem, mas não ouviu os argumentos dos que desejam ficar em São Paulo. O que mais se aproximou disso foi o depoimento de uma passadeira desempregada, Rosineide Fortunato Cândido, que segundo a reportagem, estava entre os que querem recursos para começarem a vida na cidade de origem.

"Eu tenho geladeira, fogão, guarda-roupa, cama, não vou deixar tudo para trás" . Ela tem sete filhos. Rosineide mantém a família com um salário de R$ 350 do filho e R$ 250 que recebe de uma bolsa-auxílio do governo estadual. Sem a bolsa e sem o emprego do filho, deixará de receber os R$ 600 reais que sustentam a família..

Por Humberto Alencar, com informações da Folha de S. Paulo >> VERMELHO

Daqui a 25 anos


Daqui a 25 anos, quantos mais estarão mortos pelas armas???



Fiz esta foto em agosto de 1980.
Quantas vidas já teríamos poupado se as armas já estivessem banidas há 25 anos?
Uma coisa que só serve para matar, não serve para você.

A barbárie venceu














Monumento das Castanheiras Mortas
para as vítimas de Eldorado de Carajás

quinta-feira, outubro 20, 2005

CENSURADA PELA MÍDIA TUCANA

Ex-diretor do Bamerindus diz que houve caixa 2 em campanhas de FHC
20 de Outubro de 2005 - 11:05

O ex-diretor e proprietário do Bamerindus, José Eduardo Andrade Vieira, depôs na quarta-feira na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, em uma subcomissão criada para investigar liquidações de instituições financeiras ocorridas a partir de 1996. De acordo com a senadora Ana Júlia (PT-PA), ao final do seu depoimento, Vieira afirmou que houve esquema de caixa dois para financiar as campanhas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998.

"Perguntei a ele se a empresa de papel do Bamerindus, a Inpacel, era a principal doadora da campanha do FHC e ele disse que ‘oficialmente’, sim. Em seguida, falou que não tinha como provar, mas que as campanhas do ex-presidente tinham sido pagas com caixa dois", contou a senadora Ana Júlia. Diante da afirmação, o presidente da subcomissão, senador Aelton Freitas (PL-MG), decidiu enviar o depoimento do ex-proprietário do Bamerindus às Comissões Parlamentares de Inquérito dos Correios e da Compra de Votos.

José Eduardo Andrade Vieira acusa o Banco Central de favorecer instituições financeiras internacionais e facilitar a liquidação de bancos nacionais. Ele é autor de 14 ações judiciais contra o Banco Central, que somam um total de R$ 15 bilhões reivindicados a título de indenização.

"Nunca poderei deixar de afirmar que a administração pública à época foi a responsável pelo debacle do segundo maior banco privado do país", diz Vieira, em documento entregue aos senadores. "As autoridades monetárias da época deixaram de investir R$ 400 milhões em 1996 para manter o Bamerindus em operação líquida e saudável e, em contra partida, criaram um emaranhado de operações ilegais, gastando mais de R$ 7 bilhões para dar vazão à solução optada de entregar o nosso banco ao HSBC". As informações são da Agência Brasil.

Mais uma da família Marinho e seus pistoleiros


Para se ter uma idéia do que esses estultos são capazes, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), relatou à revista Caros Amigos um caso envolvendo Miriam Leitão.

Segundo o governador, ela disse que o fato de o Estado do Paraná ter proibido a exportação de transgênicos no porto de Paranaguá estaria dando um prejuízo aos paranaenses de 600 milhões de toneladas. "Fiquei entusiasmado, porque o mundo produz 160. Daí liguei para eles e pedi para corrigir. Não corrigiram. Peguei a televisão do Estado, que transmite da Patagônia até o Canadá, aberta para todas as parabólicas, e botei a Miriam Leitão, daí botei os dados de produção do mundo, dizendo que a Globo estava mentindo para tentar intervir e privatizar o porto de Paranaguá. Como não tenho a concentração de audiência que a Globo tem, coloquei dez vezes por dia, 45 dias", disse Requião. Em outro dia, Miriam Leitão defendeu a privatização da Petrobras e a escolha do presidente da empresa pelo "mercado".
Destaque do texto abaixo...

Os coronéis, os lobisomens e o deputado José Dirceu





O deputado federal tucano Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, disse anteontem (18) ao jornalista Carlos Alberto Sardenberg, apresentador da rádio CBN — um tucano mal camuflado —, que o contato "nosso" com a população é a imprensa. O assunto era a carta de José Dirceu (PT-SP) aos deputados. "A mídia me julgou e me condenou no dia em que um deputado corrupto resolveu se vingar por eu ter negado qualquer proteção para livrá-lo do processo que viria", escreveu Dirceu, referindo-se ao ex-deputado Roberto Jefferson. E conclui: "Quando a mídia escolhe alguém para crucificar, justa ou injustamente, não há reputação que resista incólume". Como se percebe facilmente, as opiniões dos dois deputados são bem diferentes e reveladoras do que há por trás desse episódio.

Diante do absurdo relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), Dirceu voltou a lembrar que "a opinião publicada não pode prevalecer sobre a opinião pública". Como ele, muito mais gente vem se sentindo frustrada com a maledicência das informações que recebem pelos jornais, revistas, televisão, rádio, Internet — para não falar nas consultorias, departamentos de análise de bancos, institutos de pesquisa, universidades e por aí afora. No caso Dirceu, mais uma vez, a mídia entra em cena como camisa-de-força neoliberal. Mais uma vez, ela reflete as aberrações circenses que convenientemente recebem denominações como "escândalo do mensalão", "valerioduto" ou coisa que o valha.

A Montanha dos Sete Abutres

Até aí não há novidade: essa mídia serve para isso mesmo. Se alguém está contrariado com alguma decisão do poder público; insatisfeito com o resultado de alguma eleição, seleção, licitação ou critério para qualquer coisa definido por algum órgão de governo; disposto a azucrinar algum desafeto, apenas, esse alguém tem uma avenida aberta pela frente. Munido de alguns argumentos — podem ser merecedores de consideração ou pura fanfarronada —, esse alguém pode exercitar suas manobras politiqueiras, barrar o prosseguimento de um processo legítimo que não o beneficiou, levantar suspeitas contra um administrador que não atendeu aos seus interesses ou apenas dar a sua colaboração para atulhar um pouco mais os tribunais do país. O caminho é este mesmo: recorra à mídia.

O que está se passando no caso Dirceu mostra como é fácil, e isento de quaisquer ônus, atentar contra a ação de um parlamentar eleito que tenta cumprir o seu programa. Via chantagem política, tenta-se cassar o poder que foi conferido ao deputado petista. Devoto daquilo que o cineasta Billy Wilder chamou de "Big Carnival" (Grande Carnaval) — filme que no Brasil recebeu o nome de "A Montanha dos Sete Abutres" e que retrata o caso de um repórter especialista na arte da trapaça —, o noticiário da "grande imprensa" atingiu o auge das previsões tétricas. Nesse tipo de noticiário que culpa o governo por tudo, aparecem os que criticam o presidente da República, os revoltados com o socialismo, com o MST, com a MPB, bem como os insatisfeitos em geral, seja com o campeonato brasileiro de futebol ou com o atraso do trem, a acne juvenil, a aftosa e o bicho-do-pé. Ou seja: tudo é culpa do governo.

O problema é que nesse tipo de anúncio, os jornalistas adeptos da montanha de Billy Wilder têm a contribuição milionária de coronéis especializados em vaticínios funéreos a respeito do governo Lula. A facilidade com que esse noticiário acolhe reclamações contra o governo estimula um irresponsável clima de guerra política. Como que para coroar tudo, no meio da refrega do caso Dirceu aparecem as pérolas desse obscuro deputado Júlio Delgado. "Tudo leva a crer que a alta cúpula do PT levou para dentro do governo Lula dois conceitos marxistas: que os fins justificam o uso de meios reprováveis e que o partido está acima do Estado", escreveu ele em seu relatório contra o deputado petista.

Um caso envolvendo Miriam Leitão

Delgado possivelmente tomou esses conceitos emprestados de conhecidos lobisomens da mídia. (O lobisomem é um animal do folclore que se acredita consumir carne humana ou sangue, e que pode passar de lobo a humano e de humano a lobo. Aparece sempre em noites de lua cheia.) Estultícias como essas, com o claro intuito de pôr-se em evidência, são freqüentes na boca ou na pena de quem adora falsas definições — como Diogo Mainardi (revista Veja), Lúcia Hipólito (UOL News e CBN), Reinaldo Azevedo (Primeira Leitura), Arnaldo Jabor e Miriam Leitão (TV Globo e CBN), entre tantos outros. Para se ter uma idéia do que esses estultos são capazes, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), relatou à revista Caros Amigos um caso envolvendo Miriam Leitão.

Segundo o governador, ela disse que o fato de o Estado do Paraná ter proibido a exportação de transgênicos no porto de Paranaguá estaria dando um prejuízo aos paranaenses de 600 milhões de toneladas. "Fiquei entusiasmado, porque o mundo produz 160. Daí liguei para eles e pedi para corrigir. Não corrigiram. Peguei a televisão do Estado, que transmite da Patagônia até o Canadá, aberta para todas as parabólicas, e botei a Miriam Leitão, daí botei os dados de produção do mundo, dizendo que a Globo estava mentindo para tentar intervir e privatizar o porto de Paranaguá. Como não tenho a concentração de audiência que a Globo tem, coloquei dez vezes por dia, 45 dias", disse Requião. Em outro dia, Miriam Leitão defendeu a privatização da Petrobras e a escolha do presidente da empresa pelo "mercado".

Sem limites para a imaginação

Esse comportamento não é, absolutamente, irrelevante, porque inclui a mentira e não deve ser subestimado. Trata-se de um noticiário — melhor seria dizer bagunçário — que cumpre papel bem definido no jogo político que se estabeleceu no país. Ele serve aos velhos coronéis, muitos deles modernos, que usam os meios de comunicação como arma principal na luta política. Esses coronéis eletrônicos transformaram o processo contra Dirceu em mais uma batalha da guerra que movem contra o governo Lula. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), deixa isso claro quando afirma que Dirceu, o presidente Lula e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, estão se protegendo mutuamente. "Lula é o chefe do Delúbio, que está acobertando o presidente", afirmou.

Na avaliação do tucano, a possível expulsão do ex-tesoureiro dos quadros do PT é uma farsa para enganar a "opinião pública". Sem limites para a imaginação — ou para o ridículo —, o líder tucano afirmou ainda que "esse será o lado caseiro da grande pizza do PT, que quer passar a mensagem de limpeza, mas o partido já apodreceu". Ele falou também da "arrogância" (sic) de Lula, que "beira a má-fé". "O presidente imagina de modo abjeto que a crise acabou", trovejou Virgílio na tribuna do Senado. A deputada tucana Zulaiê Cobra, titular da Comissão de Constituição e Justiça da Cãmara, também elevou em pelo menos uma oitava o tom contra Dirceu. Para ela, a decisão do deputado Darci Coelho (PP-TO), que deu parecer favorável ao arquivamento do processo de cassação do deputado petista no Conselho de Ética, é "uma falta de responsabilidade".

A raiz do rancor de Virgílio e Heloisa

Na grita contra o governo Lula, mais longe foram os integrantes do braço esquerdo da direita — como um leitor do Vermelho definiu recentemente os grupos "esquerdistas". Há quase três meses, a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) discursou sobre um pó branco que teria aparecido no gabinete de Virgílio, "e outras coisas mais". "O governo Lula precisa saber que pode comprar donos dos meios de comunicação, mas não poderá comprar todos que lá estão. Portanto, o governo Lula precisa saber, juntamente com sua base de bajulação, que se a camarilha do Palácio do Planalto pensa que vai impor o medo pela ameaça, pela velha ameaça dos expurgos e da tirania para desmoralizar ou matar quem não se curva diante da — repito — camarilha do Palácio do Planalto, pode tirar o cavalo da chuva que ele vai morrer de pneumonia", discursou a senadora.

E foi além em sua arenga: "É necessário acabar com essa história de tentar dar uma aura mística, ideológica, maquiavélica, leninista, ou qualquer outra elaboração sofisticada para explicar o que está acontecendo. Não tem nada disso! O que está acontecendo é banditismo ralé". Tem cabimento que parlamentares façam esse tipo de considerações e ameaças? Eles acham que sim. Mas, como na prática não houve prova de coisa alguma nem num caso nem no outro, especula-se que os discursos dos senadores teriam outra motivação. O que seria? "Na raiz do rancor do senador tucano e da senadora alagoana estão duas medidas corretíssimas de Lula", diz um deputado. "Primeiro é o esforço do governo para recompor a base aliada; segundo uma ofensiva do presidente para responder aos ataques da oposição", afirma ele.

Como se vê, é uma conjunção de forças quase diabólica. O leitor já deve ter sentido a quantas ramificações seríamos levados se pudéssemos conversar mais extensamente sobre esse assunto. Esse jeito de entender o presente, no entanto, já torna possível a previsão para o futuro: ela está baseada em análise e projeção lógica. Quando era predominantemente rural, o Brasil estava fadado a conviver com os grotões políticos. Os coronéis, sucessores dos poderosos senhores de engenho ou do café, controlavam tudo, do crédito na venda aos votos colocados na urna a cada eleição. Esse Brasil foi reduzido, ficou geograficamente menor. Então você pergunta: por que esses coronéis mantêm suas posições? A resposta é o papel da mídia, que tende a ser cada vez mais determinante na luta política.

Poderosos indutores de boatos

No começo dessa novela do "mensalão", o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse: "Tomara que a gente pegue alguém". Que alguém? José Dirceu, claro! Mas e as provas? Bem, aí já estamos querendo demais. Caso, de fato, tenha havido pagamento de propinas a parlamentares, a possibilidade de que isso tenha partido dos escalões mais altos do governo parece desafiar até a lógica aristotélica. As pessoas mais graduadas saberiam que um esquema desse seria altamente explosivo — a qualquer momento Roberto Jefferson, ou outro deputado da mesma estatura moral, poderia jogar suas dinamites na Câmara dos Deputados. A despeito disso, Dirceu acabou sendo o alvo preferido da boataria. Primeiro porque ele era o poderoso ministro-chefe da Casa Civil. Depois porque sua figura simbolizava uma ala do governo que não comunga com os cacarecos herdados da "era FHC".

Num ambiente de informações rarefeitas, no entanto, dados como os despejados aleatoriamente por Roberto Jefferson são poderosos indutores de boatos. Segundo se comenta, o presidente Lula não coloca em dúvida a honradez e a probidade de Dirceu. Se ele cair, será porque se dedica aos rumos do governo e não por ter cometido algum ato ilícito para beneficiar alguém. O que vai sobrando de todo esse lamentável episódio é a inelutável constatação de que a ausência de uma agenda social criou um vácuo político. O espaço vazio motivou uma competição entre os conservadores da área econômica e os desenvolvimentistas, que se refletiu na própria base de sustentação do governo. Nos partidos de oposição, quando houve o estouro da crise cada qual saiu em busca da CPI mais barulhenta.

O rumo concreto e real da luta de classes

Desde então, o que se viu na mídia foi um panorama de ruínas que a realidade se incumbiu de desmontar. Aí os holofotes foram apontados para outros alvos. E, do nada, outras crises aparecem. Recentemente, tentaram criar caso com o Projeto de Integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. (A propósito desse assunto: a "grande imprensa" gosta de pedir a jornalistas a opinião sobre todos os assuntos e os jornalistas gostam de dar a opinião sobre todos os assuntos. Foi assim que, recentemente, as jornalistas que freqüentam o "Programa do Jô" teceram considerações com tanta segurança sobre um assunto que muitos especialistas em transposição gaguejariam. Mas elas falavam como se fossem autoridades no assunto.)

Na crise, aparece de tudo: empresários aflitos com o bafo da competição chinesa oram ajoelhados na direção de Brasília, cada qual pedindo a graça que mais lhe refrescaria o balanço no curto prazo. A turma dos bens de consumo pede mais alfândega. Quem precisa financiar matérias-primas ou, na outra ponta, seus distribuidores reclama juros menores. Há, também, os devotos de ampla reforma constitucional. E, por fim, o grupo que almeja um corte radical no tamanho do Estado para jogá-lo nos braços da Alca. Todos dizem que querem o bem da nação, levantam argumentos vibrantes e gostam do superávit comercial. No horizonte, as eleições do ano que vem. Que a oposição se aproveite disso é normal. Mas a cumplicidade de setores que se dizem de esquerda é apenas outra prova de miopia política. Para a esquerda conseqüente, o fundamental é não se desviar do rumo concreto e real da luta de classes.




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As opiniões aqui expressas não refletem, necessariamente, a opinião do Vermelho.












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Osvaldo Bertolino, Jornalista, autor dos livros "Maurício Grabois - Uma Vida de Combates" e "Testamento de Luta - A Vida de Carlos Danielli", integra a equipe do Vermelho e o Conselho de Redação da revista Debate Sindical, é membro da Comissão Estadual de Formação (Cefor) do PCdoB no Estado de São Paulo e foi diretor de imprensa do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.